quinta-feira, 2 de julho de 2009



Shalom!
O Papo de hoje é com uma autoridade mundial em prevenção às drogas, uma das ativistas comunitárias mais importantes do Brasil e que ainda encontra tempo para ser escritora, pintar quadros, ser mãe e avó. Além de ter uma biografia digna de filme.
Mina Caracushansky nos mostre que a “Felicidade é uma decisão”!


PIT - Olá Mina, bem vinda ao Papo em Comunidade!
MC -
É com prazer que atendo ao seu convite e aproveito para parabenizá-la pelo seu site

PIT - Você tem uma história de vida surpreendente, que começa mesmo antes do seu nascimento. Conte um pouquinho sobre como você nasceu e da sua infância.
MC -
Durante a II Guerra Mundial, os meus pais ficaram três anos separados em campos de concentração diferentes, mas conseguiram sobreviver. Eu nasci como conseqüência do reencontro deles após o término do horror pelo que passaram. A minha infância foi de muita pobreza e sobressaltos, mas com o amor infinito e as orientações judaicas e de valores que os meus sofridos pais me deram.

PIT - Antes da adolescência você já havia passado por três países (Romênia, Israel e Venezuela). Como essas mudanças influenciaram a sua vida?
MC -
Mentiria se lhe dissesse que foi fácil. Cada vez eu devia aprender uma nova língua e me adaptar a uma nova realidade, mas o que os meus pais fizeram questão de me inculcar é que já que nós não tínhamos dinheiro nem apoio deveríamos contar com o nosso esforço e dedicação acima da média para desbravar as novas situações pelas quais a vida nos levava.

PIT - E com menos de 18 anos, você já estava vivendo no Brasil. Quais foram as suas primeiras impressões daqui?
MC -
Desde o início me adaptei muito bem ao Brasil e à sua gente alegre e acolhedora. Talvez porque os romenos sejam também latinos, exista essa característica comum dos brasileiros e dos romenos que é uma alegria pelo viver, uma certa expansividade ou exuberância no trato com as demais pessoas.

PIT - Como se deu a mudança da Mina professora de matemática para a Mina ativista nas áreas de vitimologia e segurança pública?
MC -
Como professora concursada da UFRJ eu curti dar aulas, escrever livros didáticos e bolar novas formas de ensinar assuntos que muitos consideram áridos. Mas além de tudo gostava muito do contato estreito com os alunos, tanto assim que o apelido que eles me deram foi de Professora VitaMina. Mas sentia que eu queria algo mais, uma atuação social mais profunda, lidar com assuntos de forma a sentir que poderia estar fazendo uma diferença na vida de outras pessoas. As oportunidades foram surgindo e eu fui aceitando. Em qualquer trabalho, são necessárias as pessoas experientes que têm visibilidade, que fazem contatos e que abrem caminhos, mas também são essenciais as pessoas que “carregam o piano” com inteligência, para que as empreitadas possam ter êxito. Eu sempre me considerei uma carregadora de piano. Só que de tanto carregar piano, fui conquistando o respeito de meus chefes. Quando há dedicação e seriedade no que se faz, os resultados acabam aparecendo de uma forma ou de outra.


PIT - Você se deixou levar pela vida e acabou se tornando uma autoridade mundial na área de prevenção às drogas. Fale um pouquinho desse problema, que é global e que cada vez mais parece crescer e se tornar incontrolável.
MC -
Realmente é um problema global, embora seja muito menor do que certos setores gostariam de fazê-lo parecer. Devemos ter presente que pelo Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas (UNDOC) recém publicado, menos de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos, consumiu algum tipo de droga ilegal durante o último ano. Esse número inclui os consumidores esporádicos ou recreativos. No entanto, são os adictos às drogas os que são os maiores consumidores e esses pelo Relatório, representam entre 0,3 a 0,6% da população entre 15 e 64 anos. Essas cifras mostram que a absoluta maioria das pessoas, mais de 95% não consome drogas e isso é o que anima as pessoas de bem a atuar na prevenção para fazer com que os nossos filhos e netos possam usufruir de uma vida saudável e produtiva.


PIT - Como se não bastasse fazer tudo isso, você é uma das maiores ativistas comunitárias do Rio. O que você já fez na Comunidade Judaica?
MC -
Já colaborei ou colaboro com diversas entidades judaicas. E sou palestrante sobre temas judaicos ou sociais. Sou Presidente da Divisão Feminina do Fundo Comunitário. Fui vice-presidente da FIERJ na segunda gestão do Osias Wurman e atualmente sou Diretora de Inclusão Social na gestão da Lea Lozinski.

PIT - Já que você é uma pessoa que não pára, quais são os seus planos para o futuro?
MC -
À frente de BRAHA – Brasileiros Humanitários em Ação, pretendo continuar contribuindo para difundir conhecimentos científicos de qualidade e experiências que já provaram ter bons resultados tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. O site http://www.braha.org/ , publicado em três idiomas é uma das ferramentas que uso para esse objetivo. Nos últimos seis anos, já coordenei mais de 60 seminários densos de curta duração para líderes em muitos países da America Latina onde as nossas realidades são analisadas e onde profissionais de destaque em suas áreas de atuação (prevenção ou tratamento) expõem suas experiências e divulgam conhecimentos de real valor. Como Vice-presidente da Drug Watch Internacional e como Diretora da World Federation Against Drugs continuarei mantendo e intensificando esse intercambio profissional.

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MC -
Aos jovens digo que descubram uma atividade que os motive e que lhes dê prazer e que se dediquem a ela de corpo e alma. Os resultados positivos sempre virão como conseqüência desse empenho e dessa dedicação. Mas também curtam a vida, pois “Felicidade é uma Decisão”!



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*Colaboração Victor Grinbaum

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