quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Shalom!!

Ter o primeiro filho não é fácil para as mamães. Ainda mais quando se fala em amamentação. E ir ao cinema com bebê pequeno? Nem pensar, né?
Bianca Balassiano Najm conta, no Papo de hoje, que existe solução para estas questões!


PIT - Olá Bianca, bem vinda ao Papo em Comunidade!
BBN - Olá Patricia!

PIT - Para começar conte um pouquinho sobre você, sua formação...
BBN - Estudei minha vida toda no Eliezer Steinbarg. Ao terminar o 1º grau, surgiu uma grande vontade de fazer um curso para formação de professores, pois o magistério e as crianças sempre me encantaram, e foi quando fiquei sabendo que o curso também era oferecido para a comunidade judaica e era ministrado no Colégio A. Liessin, então fiz o 2º grau e também o Curso de Formação de Professores lá (Infelizmente o curso está extinto!). Depois disso, cursei Psicologia na UFRJ, mas já no último ano de formação comecei a trabalhar com Festivais de cinema e distribuição cinematográfica, portanto não cheguei a exercer a Psicologia profissionalmente, apesar de ter me formado. E também não exerci o cargo de professora, pois o trabalho com cinema me tomava todo o tempo disponível.


PIT - Como surgiu a ideia da consultoria em amamentação?
BBN - A ideia da consultoria em amamentação surgiu da gratidão profunda que senti para com o Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira aqui no Rio. Quando estava grávida, achava que todo bebê nascia sabendo mamar, então não me preocupei muito em buscar informações sobre a amamentação. Logo de início, percebi uma certa dificuldade da minha filha em pegar o seio, apesar de ter nascido a termo. Bati o pé firme e me recusei a comprar leite em pó ou mamadeiras, portanto no 2º dia de vida dela fizemos um inesquecível passeio ao Banco de Leite, onde aprendi muitas informações sobre pega, posicionamento da boca do bebê, ordenha de leite e outros "segredos" para o sucesso da amamentação. Dois dias depois, minha filha já tinha virado uma "profissional" e mamou exclusivamente ao seio durante 6 meses, como recomendado pela Organização mundial de saúde. Com o sucesso obtido na minha amamentação, passei a me interessar muito pelo assunto, participando de listas de discussão sobre o assunto na internet, comprando e lendo extensa bibliografia e fazendo cursos com os melhores profissionais do país. Juntando minha paixão pelo assunto à vontade fazer um trabalho voluntário, nasceu o projeto da Consultoria de amamentação.


PIT - Você acha que falta um melhor preparo de médicos e enfermeiras no trato com as mamães de primeira viagem?
BBN - Tenho certeza. Muitos médicos não tem tempo durante a consulta para pedir à mãe que coloque o bebê para mamar e observar se a pega está correta ou mesmo para ouvir as queixas desta mãe. Muitas enfermeiras acabam tornando-se profissionais de puericultura na marra, pois são as que dispõem de um pouco mais de tempo para ajudar as mães nas maternidades mas, apesar de sua boa vontade, às vezes lhes falta a "arte do aconselhamento". A mãe que está com dificuldades de amamentação não precisa ouvir novamente o quanto o leite materno é importante para o bebê. Ela já sabe disso e se chamou um profissional é porque precisa de ajuda e quer ser ouvida em suas queixas. Portanto, acho que o trabalho do psicólogo na amamentação é muito benéfico, pois podemos aliar nossos "ouvidos treinados" à maneira correta de abordar uma mãe que está passando por um momento de dúvidas e dificuldades.


PIT - Quais são as maiores dúvidas sobre a amamentação?
BBN - Geralmente as maiores dúvidas são sobre horários e padrões de amamentação. Também há muitas dúvidas sobre a pega correta (posicionamento do bebê frente ao corpo da mãe) e ordenha de leite. Sobre isso, o que tenho a dizer é: Mamães esqueçam o relógio! Seu filho precisa do leite materno, em livre demanda. Bebê tem fome de leite e também tem fome de carinho e aconchego. E não sabe contar horas... O maior segredo para se ter muito leite é deixar o bebê sugar o quanto quiser, a hora que quiser, o máximo de tempo possível. Amamentar é estar disponível, às vezes é cansativo, mas muito recompensador. E tudo passa tão rápido...!!!


PIT - Você também está envolvida com o CineMaterna. Como funciona este projeto?
BBN - O CineMaterna é um projeto fantástico de resgate social da mãe no pós-parto. A idealizadora, Irene Nagashima, cinéfila assim como eu, começou a sentir muita falta de suas sessões semanais de cinema, depois que teve seu bebê. Corajosamente, juntou um pequeno grupo de mães com bebês em punho, e resolveram enfrentar a 1ª sessão de um cinema qualquer, aquela que geralmente é mais vazia, às 14h. Primeiro a equipe do cinema tentou impedir, depois viram ali um potencial. Nisso, nasceu a ONG CineMaterna, que hoje já está em 6 cidades do Brasil, e inaugurando uma nova cidade a cada mês. Sou a coordenadora do projeto aqui no Rio de Janeiro e acompanho todas as sessões. Faço também a programação das sessões em todo o país e toda a parte de contato com o público. Os filmes são para entretenimento dos adultos, ou seja, mães, pais, avós, babás, quem quer que esteja cuidando de um bebê e louco de vontade de ir ao cinema. As salas são equipadas especialmente para receber essas fofuras, com ar condicionado mais fraquinho, luz levemente acesa, trocadores com fraldas, pomadas, tapetes de EVA para os maiorzinhos brincarem. E uma equipe maravilhosa de meninas para ajudar as mamães com suas enormes sacolas...


PIT - No que difere das sessões comuns de cinema, e em que cinemas acontece o CineMaterna?
BBN - As sessões CineMaterna tem uma sala especialmente preparada: o ar condicionado é mais fraco, a luz fica levemente acesa, trocadores são colocados estrategicamente à frente da tela, para que os bebês fiquem bem à vontade e as mamães não percam nenhum pedacinho do filme. Além disso, temos uma equipe preparada especialmente para receber estas mães e ajudá-las no que for preciso. No Rio de Janeiro as sessões CineMaterna acontecem semanalmente, às 5as feiras às 14h no Unibanco Arteplex Botafogo. Mensalmente, temos uma sessão aos sábados às 11h, para as mamães que já voltaram ao trabalho e para os papais que estejam também a fim de prestigiar. Em breve teremos sessões também no Cinemark Downtown.

PIT - Existe uma idade mínima e/ou máxima para os bebes irem ao cinema?
BBN - Não existe idade mínima... brincamos que depende da mãe, pois algumas conseguem passar calmamente pela fase angustiante do pós-parto onde nossa rotina resume-se a dar de mamar, botar pra arrotar, trocar fralda e botar pra dormir, já outras querem logo sair de casa e bater perna. Acredito que o bebê mais novo que já recebemos tinha 1 semana de vida e estes geralmente são os melhores, pois dormem e mamam a sessão toda, deixando a mamãe curtir o filme inteirinho. A idade máxima, geralmente dizemos que é 1 ano e meio, pois a partir desta idade os bebês já começam a entender o que aparece na telinha, além de fazer tanta bagunça que não permite às mães assistirem o filme com a calma necessária. Mas é claro que essa orientação varia de criança para criança, existem crianças de 1 ano que já não param quietas e outras de 2 anos que são mais calminhas.


PIT - Na sua opinião que benefícios este tipo de projeto traz?
BBN - O maior benefício de todos é mostrar às mães que existe vida além da extasiante rotina de mamar-trocar fralda-dormir!!! Só quem já foi mãe sabe como é angustiante ficar presa dentro de casa com um bebê. Sentimos saudades de ver a rua, encontrar outras pessoas, bater papo, tomar um café, e... ver um filme! Além de proporcionar um resgate dessa mãe recém-parida, que aos poucos está se acostumando à sua nova condição de responsável por um outro ser e, certamente, sente muita falta de seus momentos de lazer. Após a sessão, sempre nos reunimos no café, para bater papo, trocar idéias e corujar os bebês!


PIT - Você presenciou alguma historia interessante no Cinematerna que possa nos contar?
BBN - Várias! Primeiro porque acompanho o desenvolvimento de vários bebês, pois algumas mães são frequentadoras assíduas desde o início do projeto (abril/2009), então já vi crianças começando a andar, começando a comer, começando a falar... E isso é extremamente gratificante. Outras situações engraçadas são as mães chegando ao cinema, sempre tentando se equilibrar com bebê, sacolas, carrinhos... uma mãe de gêmeos lutando para conseguir comprar uma pipoca, crianças que esperam a gente abrir a porta da sala para sair correndo e fugir, enfim, são situações cômicas e únicas! Além disso, já tivemos comemoração de aniversário de mães e de bebês também na sessão CineMaterna. No blog CineMaterna http://cinematerna.blogspot.com/ temos várias situações inusitadas que já ocorreram aqui no RJ e também em outras sessões pelo país.


PIT - Bianca, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
BBN - Gostaria de convidar a todos para conhecer o site do CineMaterna - http://www.cinematerna.org.br/ , onde podem encontrar maiores informações sobre nossas sessões, e as mães podem se cadastrar para votar nos filmes que querem ver e receber emails com a nossa programação. Também estamos no orkut, facebook e no twitter (@cinematerna), onde frequentemente atualizamos as informações da nossa programação, além de promoções.
Aproveito para encaminhar o folder com a divulgação dos meus contatos para o trabalho de consultoria em amamentação, lembrando que o serviço é gratuito e peço a todos que encaminhem para seus contatos, especialmente gestantes e mamães, para que eu possa atingir o maior número possível de pessoas beneficiadas. As consultas geralmente são domiciliares, mas também atendo chamados na própria maternidade. Também estou disponível para consultas com gestantes que eventualmente queiram tirar dúvidas ou saber algumas dicas de amamentação para prepararem-se melhor antes mesmo da chegada do bebê.
Meus contatos: bianca@balassiano.com.br (email e msn) / 8877 9834 (celular) / @biancabala (twitter).






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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Shalom!
O que a ciência e o meio ambiente tem a ver com arte?
Sandra Felzen mostre-nos, por favor!



PIT - Olá Sandra, bem vinda ao Papo em Comunidade!
SF - Oi Patricia, que bom participar do Papo em Comunidade!

PIT - Você é química com mestrado em ciências ambientais. Onde entrou a arte nesta história?
SF - Após me formar em Química, pela Universidade Hebraica de Jerusalém, retornei ao Rio de Janeiro. Eram os anos 70 e a questão ambiental estava começando a mobilizar as pessoas. Fui trabalhar na FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - hoje se chama INEA) e foram anos muito intensos e de muito aprendizado. Em 1982, tive oportunidade de, a princípio, passar 1 ano em Nova York. Pedi uma licença não remunerada no trabalho e lá fui eu! Como não daria tempo de fazer um mestrado, resolvi estudar outros assuntos que sempre me interessaram, entre eles as artes plásticas. Tive a sorte de ter excelentes professores, entre eles, Avron Soyer, que me estimulou muito a seguir nessa minha nova descoberta. Além das aulas, eu estava imersa em um ambiente de muita arte, exposições, palestras e museus maravilhosos. Acabei ficando 5 anos em NY, estudando e pintando durante esse período todo. Depois de 3 anos, tempo máximo da licença, pedi demissão da FEEMA, mas mesmo assim terminei um mestrado em Ciências Ambientais no Polytechnic Institute of New York. Mas eu já estava tão envolvida com a pintura que meu orientador me deixou escrever "The Artist and His Studio: an environmental psychology approach" como trabalho de fim de curso. Em 1986 voltei para o Rio e decidi me dedicar inteiramente às artes plásticas.


PIT - O que você gosta de retratar nos seus quadros? O que te inspira?
SF - Provavelmente por meu envolvimento com a ciência e o meio ambiente, minha temática principal retrata a verticalidade dos troncos das árvores, cruzando um fundo de camadas horizontais de terra. Trabalho na fronteira entre o naturalismo e a abstração. Citando a crítica nova iorquina Graciela Kartofel, são trabalhos de análise e síntese sobre a árvore, a natureza, a terra, o primitivo, a vida.


PIT - Quais são suas influências?
SF - No início de meus estudos, acho que fui influenciada pelos pintores austríacos do início do século passado, como Klimt, Schiele, Kokoshka e artistas expressionistas como Edward Munch. Meu professor enfatizava muito a necessidade de ter um trabalho forte e expressivo. Em Nova York, tive oportunidade de conviver com as pinturas desses artistas.


PIT - Que tipo de material você costuma utilizar?
SF - As pinturas normalmente se iniciam com uma colagem ou costura de materiais sobre a tela, que a seguir é trabalhada com óleo e pastéis a óleo em um meio de cera fria, para criar uma grande variedade de texturas e cores.


PIT - Como é o seu dia a dia de trabalho?
SF - Tenho um ateliê que adoro na Rua Peri, no Jardim Botânico. Passo o dia lá, pintando, pensando, pesquisando, preparando alguma exposição ou trabalhando no Photoshop minhas gravuras digitais, que são impressões digitais de imagens baseadas em minhas pinturas. Esse ano também fiz um calendário judaico, publicado nos Estados Unidos pela Pomegranate.


PIT - Você já expos em vários lugares. Qual sua exposição inesquecível e por quê?
SF - Este ano, durante os meses de agosto e setembro, participei de uma grande exposição no Centro Cultural Correios. Expus 18 obras, resultado de mais de quatro anos de trabalho. A mostra, intitulada o “O Olhar do Outro”, foi fruto de uma parceria iniciada em 2005 com o artista plástico João Muller, ocasião em que ambos retornamos da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, na Itália. De volta ao Brasil, resolvemos romper o isolamento individual, inerente ao trabalho do artista, e iniciamos um diálogo crítico entre nossas obras. Essa troca foi muito rica para nós dois.


PIT - Como você vê a arte no Brasil?
SF - Apesar de ser muito difícil ser artista plástico no Brasil, novas portas estão se abrindo. No Rio de Janeiro, vários novos Centros Culturais estão sendo inaugurados, além dos excelentes que já existem. Falta o convívio de perto com o trabalho de artistas importantes da História da Arte, mas acredito que o Brasil será cada vez mais um grande pólo cultural e essas deficiências tenderão a diminuir.


PIT - Qual a sua dica para aqueles que querem se iniciar nas artes plásticas?
SF - Há que ter muita perseverança. A maturidade na arte vem com muitos anos de dedicação. É muito importante entrar em contato com sua própria expressão e linguagem. É essencial se aprender a ver, para poder ser expressivo. Desenho de observação é um início que fundamenta nosso aprendizado.

PIT - Sandra, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
SF - Obrigada a você, Patricia. Gostaria de convidar a todos para uma visita ao meu ateliê, localizado na Rua Peri 125/202 no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. É só telefonar antes para (021) 99711730. Vocês podem também visitar meu site: www.sandrafelzen.com.br. O calendário que mencionei acima está à venda, entre outros lugares, no Midrash Centro Cultural, no Leblon.






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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Shalom!

Já imaginou o que um judeu e um cearense têm em comum?
No Papo de hoje o jornalista, publicitário, imitador e autor premiado Eduardo Shor!



PIT - Olá Eduardo, bem vindo ao Papo em Comunidade!
ES - Olá Patricia, obrigado pela oportunidade.


PIT - Por que você optou pelo jornalismo e publicidade?
ES - O jornalismo e a publicidade são ferramentas que encontrei para permitir o transbordar da minha curiosidade e do desejo por expressar minhas ideias, ou as ideias dos outros, de maneira criativa.


PIT - Além de escrever você gosta de fazer imitações. Como surgiu este lado cômico?
ES - Imito o Sílvio Santos e um rabino que é a mistura de todos os rabinos de qualquer comunidade judaica ou corrente religiosa. Atualmente, as imitações estão aposentadas em sua versão ao vivo, mas disponíveis na minha página do Orkut e no You Tube. O lado cômico vem da procura por visões peculiares sobre o mundo, olhares criativos, maneiras diferentes de observar a vida e as pessoas. É com essa busca incessante que me é possível fazer humor ou escrever os textos.


PIT - Agora em São Paulo, você criou o blog Nóis em Sampa. Conte um pouco desta ideia.
ES - Estou há dois meses e meio na cidade, com objetivo de encontrar melhores oportunidades na área de comunicação. Com minha família e a maior parte dos meus amigos vivendo no Rio de Janeiro, o blog é uma forma de marcar um encontro virtual e literário com gente que tem saudades da terra natal e vive situações semelhantes à minha. A ideia é que pessoas que morem em São Paulo, mas não tenham nascido aqui, transmitam suas impressões sobre a cidade, por meio da escrita. Elas me encaminham os textos e, estando tudo de acordo com as regras do blog, publico. É um outro modo de enxergar São Paulo também, através do olhar de quem vem de fora. O endereço é http://noisemsampa.blogspot.com.


PIT - Recentemente você ganhou o primeiro lugar no Concurso Literário do Hillel-Rio com o texto "Judeu Cearense". Qual foi a sensação de ter o texto escolhido por Moacyr Scliar e Arnaldo Niskier?
ES - É como um arquiteto ter o seu projeto escolhido por Oscar Niemeyer, um músico ter a sua composição selecionada por Chico Buarque, ou um cirurgião plástico ter o seu trabalho elogiado por Ivo Pitanguy. Os dois escritores são membros da Academia Brasileira de Letras e têm dezenas de livros publicados, figurando entre os de maior importância no cenário da literatura brasileira contemporânea. Já li “Um centauro no Jardim” e “A mulher que escreveu a Bíblia”, do Scliar. Conheço a grandeza da obra de ambos. Ter um texto reconhecido por eles é uma séria e emocionante recompensa pelo esforço. Isso me incentiva a ler, trabalhar a redação e escrever mais.


PIT - O que te levou a fazer o texto? Algum judeu cearense te inspirou?
ES - Apesar do título e do tema, o texto fala muito mais do que sobre o judeu cearense. É a metonímia de um povo que vive em transformações, dúvidas, questões sobre identidade, desintegração e união, no mundo todo. Eu participo disso e quis me expressar. Estive no Piauí e no Ceará em fevereiro, para realizar um trabalho. Quando terminei, tirei quatro dias de folga, em Fortaleza. Aproveitei para conhecer a sinagoga local. Percebi que além da estreita ligação da história do Nordeste com os judeus – e de todas as dificuldades de manter a chama do judaísmo acesa hoje – existe uma comunidade cearense pequena em tamanho, mas grande na dedicação à sua própria cultura e religião. São em torno de 35 famílias.


PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
ES - Aos 28 anos, ainda tenho muito o que realizar. Entre os meus principais objetivos estão a publicação de livros e o trabalho em cima do texto, de modo que minha escrita seja cada vez melhor e os futuros livros sejam dignos de excelente reconhecimento.


PIT - Eduardo, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
ES - Produção de conteúdo para sites, revistas, livros, biografias, jornais, entre outros tipos de publicação, edushor@gmail.com e (11) 7747-4782.




Assista Eduardo Shor na versão Silvio Santos




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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Shalom!
Você come bem? Já pensou em mudar os seus hábitos alimentares?
No Papo de hoje a nutricionista clínica funcional Flavia Garber!



PIT - Olá Flavia! Bem vinda ao Papo em Comunidade!
FG - Em primeiro lugar, obrigada pelo convite, é um prazer participar do comunipapo!!


PIT - O que te levou à nutrição?
FG - Bem, eu sempre tive interesse e curiosidade em saber o que acontecia quando os alimentos entravam no nosso corpo e como tudo acontecia. Só que quando me formei me distanciei da minha carreira, e há 3 anos é que encontrei a verdadeira Nutrição. Foi quando resolvi voltar a exercer a minha profissão e fiz uma pos graduação em Nutrição Clínica Funcional onde eu me encantei com esta nova visão que tem como princípios a busca do equilíbrio do organismo como um todo, permitindo obter não só ausência de doença, mas principalmente, vitalidade positiva, que vai nos garantir melhor qualidade de vida.Dentro deste raciocínio, priorizamos a qualidade da alimentação, pois se somos constituídos de células e estas são formadas de nutrientes, temos que nutrir nossas células.

PIT - É possível adequar os hábitos alimentares do brasileiro de forma mais saudável? O arroz e feijão podem ser aliados numa alimentação saudável?
FG - Claro que sim. O hábito do brasileiro do arroz e feijão é muito saudável, principalmente se usarmos o arroz integral, muito mais rico em fibras, vitaminas e minerais, pois esta é uma combinação que reúne todos os aminoácidos essenciais (aqueles que precisamos ingerir pela alimentação), tornando-se uma fonte de proteínas completa. Precisamos resgatar este costume e assim tornaremos nossa alimentação mais rica e saudável, principalmente se acrescentarmos vegetais variados (verduras e legumes) em abundância, o que nos garante substâncias que nos protegem contra doenças e previnem o envelhecimento.

PIT - Como aliar o prazer de comer massas, carnes, pães com alimentos saudáveis?
FG - É importante que pensemos na qualidade nutricional que o alimento está nos trazendo, ou seja, tem alimentos que são pobres em nutrientes. Ao invés de consumir um pão francês ou massa feita com farinha branca (refinada), estaremos fazendo uma melhor escolha ao optarmos pelos cereais integrais, que não diferem em nada em termos de calorias, porém são muito superiores em termos de qualidade por oferecer nutrientes importantes como as fibras que dão saciedade, ajudam a regular os níveis de glicose e colesterol no sangue, sem falar na ajuda no funcionamento do intestino, além de possuírem vitaminas importantes para o metabolismo.
Com relação às carnes é interessante optar pelas opções mais magras, pois a gordura presente neste alimento é prejudicial em vários aspectos, principalmente relacionado a problemas cardiovasculares.


PIT - Você acredita que realmente somos o que comemos?
FG - Acredito que esta frase está incompleta, pois de nada adianta comermos o que há de melhor em termos qualitativos, se não formos capazes de aproveitar esses nutrientes. Por isso é tão importante cuidar da saúde intestinal, pois o intestino é o órgão responsável por absorver tudo que ingerimos. Mas para isso é necessário que haja o equilíbrio da flora bacteriana presente no intestino, garantindo o funcionamento adequado deste, que é um órgão de tamanha importância e que tem inúmeras funções. Hoje o intestino é chamado de segundo cérebro, pois possui milhões de células neuronais que se comunicam com o sistema nervoso central, sinalizando informações, produzindo hormônios, neurotransmissores, além de conter grande concentração de células do sistema imunológico. Portanto, precisamos cuidar da saúde intestinal, para nos mantermos saudáveis e aproveitarmos tudo que comemos de bom.


PIT - Que tipo de alimentos ou substancias devemos evitar?
FG - Devemos evitar tudo àquilo que é estanho, que o organismo não reconhece como próprio e precisa metabolizar através do fígado, que muitas vezes acaba ficando sobrecarregado para dar conta de eliminar tantas substâncias como corantes, conservantes, adoçantes, aromatizantes, presentes em produtos industrializados, processados, como alimentos pré preparados, congelados, refrigerantes, sopas, temperos e sucos em pó, gelatinas, além dos agrotóxicos, substâncias como hormônios, medicamentos, que muitas vezes são utilizados sem controle, expondo o organismo a uma carga tóxica que precisa ter nutrientes suficientes para que haja eliminação adequada dessas sustâncias através do sistema de destoxificação.

PIT - Existem dietas para diversos tipos de situações? Há possibilidade de evitarmos alguma doença tomando por base alguma dieta especifica?
FG - Podemos montar planos alimentares que podem ajudar a melhorar vários desequilíbrios orgânicos que muitas vezes se apresentam através de doenças. Osteoporose, diabetes, hipertensão, obesidade, prisão de ventre, insônia, dores de cabeça etc. são exemplos de condições que podemos reverter controlar ou evitar através da Nutrição Funcional, sempre lembrando a individualidade, pois cada organismo é único.Tomando por base uma alimentação rica em vegetais que são fonte de fitoquímicos (substâncias presentes nas plantas que conferem proteção contra doenças) e pobres em gorduras animais, frituras, açúcar e farinha refinada, junto a um estilo de vida saudável, com exercícios, sem fumo, álcool, com toda certeza, poderemos evitar várias doenças.

PIT - Que dica você daria para termos uma alimentação melhor e uma vida mais saudável?
FG - Para nos alimentarmos melhor precisamos comer com a maior freqüência possível, alimentos que trazem benefícios para a saúde e não pensar somente em calorias, pois aquele que é zero em calorias pode ser zero em nutriente e rico em produtos químicos, não sendo, portanto, a melhor opção. O ideal é caprichar nas frutas, legumes, verduras frescas, cereais integrais, gorduras de boa qualidade presente em alimentos como azeite, castanhas, nozes, que tem papel fundamental no funcionamento do nosso corpo.

PIT - Flavia, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
FG - Não pense no alimento como sendo simplesmente aquilo que engorda ou emagrece, se é vilão ou mocinho. O alimento é muito mais do que isso. É o que vai nos trazer a matéria prima que precisamos para o nosso corpo funcionar, por isso, na hora de escolher o que vai colocar dentro do seu corpo, escolha aquele que traz realmente algo de bom.



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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Shalom!
Ele cuidou da segurança do Rio de Janeiro, foi eleito deputado federal, participa de programa de TV, tem um blog...
No Papo de hoje, o sempre atuante, Deputado Marcelo Zaturansky Itagiba!


PIT - Olá Deputado Itagiba, bem vindo ao Papo em Comunidade!
MI – Olá Patricia!

PIT - Formado em Direito e delegado da Policia Federal, quando você decidiu pela carreira política?
MI - Na verdade, a ideia de ingressar na política foi tomando corpo aos poucos na minha vida. Aliás, a política sempre esteve presente na minha casa, por conta de meu pai Ivair Nogueira Itagiba, que foi prefeito de Macaé, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do antigo Estado do Rio de Janeiro. Me formei em Direito, advoguei por alguns anos, mas não resisti aos apelos da minha vocação e ingressei na polícia, há 25 anos, no cargo de delegado do Departamento de Polícia Federal. Ao longo da minha carreira, participei diretamente de investigações e operações de combate às organizações criminosas, principalmente contra o tráfico de drogas. Isso me deu a experiência de saber quais são os percalços legais que impedem ou dificultam o trabalho da polícia. Com isso, em relação especificamente à área de segurança pública, tenho apresentado propostas legislativas destinadas a modificar o Código Penal e o Código de Processo Penal, para que as nossas leis sejam mais duras.


PIT - Como foi estar à frente da segurança pública do Rio de Janeiro? Qual o maior desafio de um secretário de segurança em uma cidade como o Rio?
MI - Cumpri mais uma vez com o meu dever, quando estive à frente da Secretaria de Segurança Pública. Muito mais poderia ter sido feito se tivesse havido, o que, aliás, nunca houve e continua sem haver, que é a integração de todas as instituições que têm co-responsabilidade para a segurança pública nacional. Mas, a despeito das condições ideais, combatemos de frente os criminosos e quebramos todos os recordes de prisões e apreensões de armas. Foram 64 mil prisões e 45 mil apreensões de armas nos três anos que estive na Secretaria de Segurança, antes de me afastar do cargo para concorrer ao mandato de deputado federal. Além disso, retiramos de circulação todos os 80 chefões do tráfico de drogas que havia no estado. E fizemos também os maiores investimentos já realizados em termos de modernização das estruturas policiais, como, por exemplo, as 100 delegacias legais implantadas. Contudo, segurança pública não se faz somente com polícia. Mas também com crescimento econômico, geração de empregos, políticas dignas de habitação e saúde e, sobretudo, educação de alta qualidade, que deve incluir as escolas em tempo integral, nos moldes definidos pelo professor Darcy Ribeiro.


PIT - Atualmente você está participando do programa de Olho no Rio na CNT. Como surgiu esta ideia?
MI - A ideia surgiu da necessidade de discutir os problemas do Rio de Janeiro e ajudá-lo a retomar o caminho da auto-estima e do desenvolvimento econômico. De Olho no Rio é um programa que incentiva e dá divulgação às ações voltadas para a promoção da cidade e do estado. Mas o programa também mantém o olhar vigilante nas contas do nosso estado, para que o erário público, que é um patrimônio da população do Rio, não seja exposto a qualquer tipo de risco.


PIT - Como está o andamento do projeto de lei sobre a negação do holocausto?
MI - O meu projeto de lei nº 987 prevê enquadrar no crime de racismo a negação do Holocausto e de outros crimes contra a Humanidade, com a finalidade de incentivar práticas discriminatórias e atos de segregação. Isto porque as atrocidades na história da Humanidade não se restringiram aos judeus. Elas atingiram ciganos, homossexuais, negros, índios, armênios e pessoas de outras religiões e etnias. O projeto está pronto para ser posto em votação no plenário. Apresentei, inclusive, recentemente, ao presidente da Câmara Federal, Michel Temer, um requerimento assinado pelos líderes de todos os partidos, pedindo que ele seja votado em regime de urgência.


PIT - Você acabou de receber o Troféu Theodor Herzl – Homens de Ação- Homens de Valor. Como se sente sendo homenageado pela comunidade judaica?
MI - Me senti muitíssimo honrado por ter sido agraciado e reconhecido entre as dez personalidades da comunidade judaica no país que se destacaram por suas ações no exercício das suas profissões, funções e missões no Brasil. Foi uma festa muito bonita, na qual estavam presentes muitos amigos e que teve um caráter ainda mais especial, para mim, pela presença da minha mulher e companheira Gabriela e por ter recebido o prêmio pelas mãos de minha mãe Dora.


PIT - Como parlamentar, qual sua visão a respeito da descrença da população em relação aos políticos?
MI - A descrença popular nos políticos é justificada. A enxurrada de denúncias, devidamente tornadas públicas pela imprensa nos últimos meses, sobretudo em relação ao Senado, reforça esse sentimento de descrença. Contudo, discordo das recentes manifestações em defesa da extinção do Senado. A democracia, a liberdade e o estado de direito devem a sua existência ao livre funcionamento das instituições democráticas. Agora, claro que é preciso tornar mais transparentes os atos do Senado. Como também é preciso acabar com a ilegitimidade da suplência sem votos que hoje corresponde a mais de 20% dos mandatos. Defendo também que se deve limitar a prerrogativa legislativa do Senado às questões pertinentes à Federação e estabelecer a regra da renúncia para os parlamentares que optarem por assumir cargos no Poder Executivo, pois, afinal, foram eleitos para representar o povo no Congresso. São medidas necessárias e inadiáveis. A transparência dos atos e a efetiva punição dos que descumprirem as leis formam o caminho que pode resgatar a credibilidade da classe política brasileira.


PIT - Deputado, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MI - Deixo aqui a minha convicção: acredito que cada um pode e deve fazer a sua parte. Quando os bons se omitem, eles abrem espaço para que os maus avancem. Vamos participar do processo político e modificar aquilo com que não concordamos, para tornarmos o Brasil um país melhor para todos. Shalom para todos!



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