quinta-feira, 27 de março de 2008


Shalom!
Professora de literatura, a entrevistada de hoje nasceu em uma família de músicos, sempre cantou e agora resolveu dividir com o público seu talento e sua voz!
Como vocês a cantora: Patty Ascher!


PIT - Olá Patty! Um prazer tê-la aqui no Papo Em Comunidade!

PA - Agradeço a força!


PIT - Conte um pouquinho da sua história...

PA - Bem, sou paulistana, sefaradi e estudei muito o tempo todo. Fiz mestrado na USP, especializações na Espanha e Nova York. Sempre cantei, mas somente agora estou levando a sério a carreira e devo isto ao meu querido Roberto Menescal - que apostou no meu potencial e me deu uma oportunidade de fazermos um CD juntos.


PIT - Falando em Roberto Menescal, ele idealizou Bacharach Bossa Club. Como surgiu a idéia de colocar as músicas de Burt Bacharach em ritmo de Bossa Nova e como se deu o encontro de vocês?

PA - Um dia, mandei um e-mail com meu material para o Menescal...totalmente sem esperanças de ter algum retorno. Aí, surpreendentemente, recebi uma resposta dele dizendo que gostaria de me conhecer. Desde então, não largo mais dele de jeito nenhum! Ele é muito experiente como produtor, músico sensacional e um ser humano incrível. Na ocasião, ele propôs 3 projetos para mim e eu escolhi fazermos o Bacharach, por dois motivos: primeiro porque adoro as canções e segundo porque o Burt está fazendo 80 anos em 2008...eu queria homenagear este grande mestre da canção moderna.

PIT - Este “casamento” pode render um segundo projeto?

PA - Se Deus quiser. Este ano, Menescal está atolado com compromissos no mundo todo em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova... mas já estamos pensando em um novo CD que sairá após o carnaval de 2009.

PIT - O CD Bacharach Bossa Club traz grandes sucessos como “I Say a little prayer”, “Raindrops Keep Falling on My Head”, “The Look of Love”... Qual a sua preferida?

PA - Minha preferida é “A House is not a Home”, pois ouvi muito esta música quando era pequena em uma versão da Ella Fitzgerald...então, para mim, é uma honra cantar esta canção.

PIT - Você ficou 6 semanas entre os 10 artistas mais vendidos no Portal Uol e está pré indicada ao Premio Tim. Como você vê este reconhecimento no primeiro trabalho?

PA - Uma alegria grande, pois sempre pensamos que o trabalho teria um percurso difícil no Brasil: as canções são todas em inglês e Bossa Nova é um ritmo elegante, sofisticado. Mas, felizmente, temos feito shows lotados e confirmamos que o público gosta de coisas bem feitas.

PIT - Você pretende levar Bacharach Bossa Club para o exterior?

PA - O CD está sendo lançado no mundo todo agora em março e já estamos com turnê marcada nos EUA, Europa e aguardando confirmação do Japão.

PIT - Você já tem algum novo projeto em mente?

PA - Tenho sim... mas não conto de jeito nenhum...vai ser uma surpresa...muito bacana!

PIT - Você tem alguma composição? Pensa em fazer um CD com temas autorais?

PA - Componho pouco, pois tenho um tempo muito curto para tudo. Compor exige dedicação como qualquer outro trabalho. Um CD autoral não está ainda nos planos..mas a hora que der vontade, vai sair com certeza.

PIT - Quando o público carioca poderá vê-la?

PA - Estou agora dias 28 e 29 fazendo shows no JCLub, que fica no Centro Cultural Julieta de Serpa. É um clube de jazz muito elegante, som bacana e estou muito feliz de fazer estes shows.

PIT - Patty muito obrigada por sua entrevista e deixe seu recado!

PA - O recado é: estou muito feliz de poder realizar shows no RJ com regularidade, todos os meses. Tenho uma mãe carioca e adoro o jeito feliz e positivo de viver que o carioca tem... Então, espero poder voltar sempre e continuar divulgando meu trabalho.

Obrigada!


quinta-feira, 20 de março de 2008





O Papo em Comunidade de hoje traz um entrevistado diferente. No ano passado tive a honra de entrevistar, a convite do Fundo Comunitário, o jornalista do Jerusalém Post, o árabe israelense Khaled Abu Toameh. Ele é um dos maiores especialistas nos conflitos internos palestinos e um dos poucos no mundo com fontes e trânsito nos territórios ocupados de Israel. Filho de pai árabe-israelense e de mãe palestina, ele se considera um árabe –israelense – muçulmano. Nasceu na Cisjordânia quando o país ainda estava sob o domínio árabe, e quando foi ocupado por Israel ele se tornou também israelense. Iniciou seus estudos em uma escola cristã e depois cursou Relações Internacionais na Universidade Hebraica de Jerusalém, cidade onde reside atualmente.

Compartilho com vocês esta entrevista!

Shalom e Chag Purim Sameach!!


PIT - Como começou seu trabalho como jornalista?

KAT - Desde pequeno quis ser jornalista. Quando terminei o segundo grau consegui um trabalho como repórter. Qualquer um que tenha curiosidade o bastante pode se aventurar no jornalismo. E foi o que eu fiz. Comecei no jornal da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), mas como não podia escrever o que realmente acontecia, fui em busca de uma mídia onde eu pudesse ter liberdade de imprensa e exercer o verdadeiro jornalismo, assim cheguei no Jerusalém Post um veículo sério e de credibilidade.


PIT - Como é trabalhar no Jerusalém Post sendo um árabe israelense?

KAT - Normal. Tenho liberdade para escrever. Eles não me censuram. Às vezes fico bravo com meus editores quando pego o jornal pela manhã e eles não mudaram nem uma vírgula! Até os erros gramaticais estão lá. Falo com eles e eles dizem que meu inglês é melhor do que muitos americanos. Quer mais liberdade do que isto?

PIT - Você se diz “um verdadeiro jornalista” o que isto significa?

KAT - Um verdadeiro jornalista é aquele que é imparcial. Que não defende nenhum lado, nenhum ideal. Um verdadeiro repórter é aquele que conta os fatos do jeito que eles são sem ser tendencioso.

PIT - Então você acha que os outros não são verdadeiros jornalistas?

KAT - Não, lógico que não. Porque no mundo em que vivemos, especialmente no mundo árabe, você tem que ser membro do Hamas, da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) ou alguma outra organização para ser um jornalista. O conceito é diferente. No mundo árabe o jornalista é uma espécie de advogado que defende seu governo, seu presidente, seu povo, não escreve sobre a corrupção que acontece por lá, não há imparcialidade. É um jeito diferente de fazer jornalismo.

PIT - Você acredita na paz?

KAT - Sim, todos nós queremos a paz. Mas eu não acredito que vá acontecer, não é fácil. Eu não acredito que a verdadeira paz, no sentido de amor, harmonia, aconteça. A única coisa que podemos fazer agora é gerenciar o conflito, assim a gente tenta diminuir a violência, o que é bom. Temos que manter judeus e palestinos separados, eles não querem viver juntos, especialmente depois do que aconteceu há sete anos, isso é bom, não há problema, mantê-los separados gera calma, tranqüilidade e todos precisam disto.

PIT - O que você acha de um Estado palestino?

KAT - Eu acho que é uma boa solução. Mas não acho que seja prático e nem viável, porque os palestinos têm que agir junto, eles não são unidos. Eles não têm uma boa liderança, brigam entre eles e sob estas circunstâncias um estado não pode ser estabelecido. É uma tragédia o que eles fizeram com eles mesmos. O Estado palestino não é um presente de Israel, é algo que se tem que trabalhar duro para alcançar, eles não podem esperar que Israel ou Condoleezza Rice lhes dêem um Estado, eles têm que provar para o mundo que merecem ter um estado, fazer por onde e eles não fazem, eles estão perdendo tempo.

PIT - Os palestinos pensam assim, que merecem um estado? Que tem que lutar para ter um?

KAT - Claro, a história é esta. O problema não é o povo. O povo quer viver em paz, quer uma boa vida, quer um Estado. O problema é a liderança que é corrupta que não se importa. Já era para ter este Estado há muito tempo, mas a OLP pegou o dinheiro da comunidade internacional e perdeu, jogou fora, não deu para as instituições, não fez nada de bom.

PIT - Qual o seu sonho como jornalista?

KAT - Meu sonho é continuar trabalhando como jornalista e ver meus filhos crescerem e viver feliz para sempre. Adoraria ver a paz de verdade, não um acordo aqui outro ali, a situação era melhor antes de começar o processo de paz. Eu quero que meus filhos tenham um futuro tranqüilo, isto para mim é muito importante.

PIT - Você tem medo de algo?

KAT - Sim. Tenho medo da “Jihad” Global, do crescimento do fundamentalismo islâmico. Eu sou um muçulmano moderado, me preocupa o que estas pessoas estão fazendo, eles distorceram a imagem do Islã.

quinta-feira, 13 de março de 2008


Shalom!!

Você já pensou em fazer uma plástica?

O Papo em Comunidade de hoje traz um especialista em Cirurgia Plástica e Medicina Estética.

Dr. Eduardo Sitnoveter!

Aproveitem!


PIT - Olá Dr Eduardo bem-vindo ao Papo Em Comunidade! Para começar, por que você decidiu fazer medicina? Por que a opção pela cirurgia plástica?

ES -Acho que temos que decidir nossas carreiras muito cedo. Temos que contar com o fator sorte, ou seja, acertar o que se gosta de fazer sem saber muito sobre o assunto. Decidi seguir a carreira de médico, por incrível que pareça, porque gostava muito de atividades manuais tipo montar Ravel e outros brinquedos, e não queria usar terno e gravata todos os dias. Pensei então: vou fazer cirurgia aí passo o dia montando coisas (operando) e posso usar tênis todos os dias.

PIT -Você foi aluno do Dr. Ivo Pitanguy. Como foi estar ao lado de uma sumidade da cirurgia plástica internacional e o que você traz de experiência?

ES -Foi a realização de um sonho. No meio da minha residência em cirurgia geral, decidi que iria realizar cirurgia plástica. Gostava de operar, mas estava cansado de ficar retirando órgãos – quando o paciente tinha um câncer, retirávamos parte do órgão, quando tinha calculo na vesícula, retirávamos a vesícula – queria criar algo. Foi aí que optei pela cirurgia plástica. Logo então veio o nome do professor Pitanguy. Considerada talvez a melhor escola mundial de cirurgia plástica, conviver com o Professor seria o máximo. Fiquei recluso durante 2 meses numa casa de campo em Teresópolis me preparando para a prova. E depois de ser aceito pelo Professor, pude conviver acompanhando-o em cirurgias, consultas, apresentações além das conversas que eventualmente tínhamos. Muitos dos ensinamentos que tive com o Prof. Pitanguy, só consegui assimilar anos depois da residência que tive com ele. Aí, no dia a dia atendendo meus pacientes, lembrava das observações e conselhos que ele me dava, mas que não conseguia assimilar na época. Realmente foi uma grande experiência ficar ao lado do Mestre da Cirurgia Plástica e até hoje aprendo e procuro seguir os ensinamentos de sua escola.


PIT - Como você vê a medicina estética no Brasil?

ES - Durante muitos anos pratiquei (e ainda pratico) a medicina estética sem ela ainda existir com o nome que tem hoje. Realizava procedimentos mínimos invasivos que não se enquadrariam em cirurgias, mas que buscava a melhora estética do paciente. Infelizmente ocorreu uma invasão de especialidades e alguns colegas fundaram sociedades de medicina estética e começaram a promover cursos. Não há problema algum em difundir ensinamentos, mas sim quando são voltados a realmente ensinar e qualificar médicos que buscam, almejam e gostam da estética. No entanto, o que observo, é que algumas sociedades de medicina estética procuram angariar alunos (médicos) enviando correspondências tipo: se você não esta satisfeito com seu salário ou com planos de saúde, inscreva-se vire um “Esteta” e ganhe dinheiro.

Bom não há problema algum em ganhar dinheiro, só penso que o “ganhar dinheiro” é uma conseqüência do trabalho bem feito com amor. Observo que com o movimento da medicina estética atual é o oposto, ou seja, profissionais buscam em primeiro lugar o lucro. Com isso temos vários casos de complicações por uso de produtos não aprovados utilizados para baratear custos, cirurgias realizadas por profissionais não qualificados perante o Conselho de Medicina (CFM) e inclusive lipoaspirações realizadas em consultórios sem a presença de um anestesista e sem equipamentos de monitorização necessários. Com isso, aumentam-se as complicações ligadas à Cirurgia Plástica assustando pacientes que na verdade tiveram seus procedimentos realizados por médicos não qualificados pelo CFM e em locais inadequados.

Para se ter uma idéia, este fenômeno não ocorre apenas no Brasil, na França, visando evitar as complicações que estão surgindo, foi baixada uma lei que, se um médico não especialista em Cirurgia Plástica fizer uma intervenção cirúrgica daquela especialidade, será punido com prisão.


PIT - Você é uma pessoa que viaja muito em busca de novidades nesta área. Primeiro foi o fio búlgaro/russo e agora a lipoescultura de Beverly Hills. Alguma novidade que possa adiantar aqui?

ES - Já tive a oportunidade de visitar diversos serviços pelo mundo, mas até agora a técnica que mais me impressionou foi a Lipoescultura de Beverly Hills. Ela é a transformação de algo difícil e arriscado num procedimento simples e seguro.


PIT - Falando em Lipoescultura de Beverly Hills, este procedimento é uma revolução em se tratando de lipoaspiração. Sem cortes, cicatriz.. Conte um pouco como é e como tem sido a recepção entre os brasileiros?

ES - A Lipoescultura de Beverly Hills na verdade é uma variante da lipoaspiração. O nome lipoaspiração refere-se a um termo técnico para se retirar gordura através da aspiração por uma cânula. A partir daí tem-se a técnica dita tradicional com anestesia geral ou peridural e sem infiltração de soluções na gordura, até lipo a laser, ultra som, etc. Estas duas últimas tem a nosso ver o problema da queimadura da pele no local da introdução do laser ou ultra som e após esta etapa tem-se que realizar a aspiração tradicional com cânulas.

Há aproximadamente uma década, preocupado com os casos de óbitos e complicações sérias que ocorriam com a lipoaspiração tradicional, o farmacêutico e dermatologista Jeff Klein inventou a anestesia tumescente onde se inunda as células de gordura com soluções anestésicas, realizando o procedimento sob anestesia local (o que diminui a quase zero as chances de perfuração de órgão) de forma que num trabalho com 15000 pacientes submetidos a lipoaspiração com este tipo de anestesia, não houve nenhum caso de complicação séria.

Na Lipoescultura de Beverly Hills, combinamos vários aspectos e técnicas positivas com esta e outras (tipo de aspirador, aparelho vibratório americano, técnicas de “pega “da gordura, etc), tornando o procedimento mais seguro, rápido e com melhores resultados (quando comparados com os resultados que eu tinha anteriormente com a técnica tradicional).

Com relação à recuperação, podemos dizer que é surpreendente. Aspirações de grandes volumes onde o paciente praticamente não conseguia se mexer devido às dores e inchaços passaram a ser substituídos por uma leve dor muscular como se tivesse realizado muito exercício físico no dia anterior. É surpreendente!


PIT - A lipoaspiração tem muita historia: anestesia, resultados ruins... O que é mito e o que é verdade neste tipo de cirurgia?

ES - Precisamos analisar com muita cautela as complicações com a lipoaspiração. Estatisticamente hoje há muito mais complicações do que no passado, mas por outro lado, há muitos médicos não qualificados que realizam lipoaspiração e outros procedimentos estéticos. Na busca de “dinheiro fácil”, há uma invasão das especialidades de Cirurgia Plástica e Dermatologia por médicos que vêem focando os procedimentos como fonte de lucro. Realizam geralmente um curso “Medicina Estética” que não é aceito como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina, e passam a realizar procedimentos que os dermatologistas e Cirurgiões Plásticos levaram anos para se qualificar. Para se ter uma idéia, antes de realizar qualquer residência em Cirurgia Plástica, temos que realizar especialização em Cirurgia Geral. Esta, como o nome diz – Cirurgia Geral - é a base de todas as cirurgias e aí aprendemos os cuidados antes, durante e após o procedimento cirúrgico.

Para diminuir drasticamente as chances de complicações em lipoaspiração, sugerimos que antes de realizar um procedimento, cheque no site do Conselho Federal de Medicina (CFM) a especialidade do profissional.


PIT - Saber que o resultado de uma cirurgia plástica faz o seu paciente ter uma vida melhor deve ser gratificante. Como você se sente?

ES - Tenho a sorte e felicidade de adorar o que faço. Muitas vezes, durante os procedimentos, quando podemos ver como o paciente vai ficar depois do tempo de recuperação (edema-inchaço), sinto uma felicidade e alegria em poder ajudar o próximo. É muito gratificante este lado sutil e místico.

PIT - Em que momento antes de uma cirurgia plástica o médico se faz importante para que o paciente sinta-se seguro do que está fazendo?

ES - Acho que muitas vezes transmitimos uma segurança e confiança ao paciente que transcende os nossos 5 sentidos. É uma energia de confiança que se passa seja através de uma palavra, gesto, como segurar a mão ou apenas um olhar. O professor Pitanguy dizia que tínhamos que “sentir o paciente” – muitos anos se passaram até que pude compreender o que o mestre estava se referindo.


PIT - Com anos de profissão e experiência, o que mais você espera da medicina?

ES - Digo aos meus pacientes que a verdade de hoje será a mentira de amanhã. Ao longo dos anos, décadas e séculos, podemos ver como a medicina evoluiu e continua evoluindo. Acho que no futuro as células tronco dominarão a medicina com curas, rejuvenescimento e outras coisas que não podemos nem imaginar.


PIT - Que conselho você pode dar para o aluno de medicina que deseja se especializar em medicina estética?

ES - Primeiro aprenda bem a medicina geral que é a base. Se desejar e tiver vocação para a área cirúrgica, faça uma boa residência em Cirurgia Geral e depois faça especialização em Cirurgia Plástica. Se a vocação for Clínica, faça residência em Dermatologia e só depois vá para a área de estética. Desta forma terá a base para construir uma boa e sólida carreira.

PIT - Obrigada por sua participação e deixe aqui o seu recado!

ES - Gostaria de agradecer a oportunidade de participar do seu Blog e dar duas sugestões àqueles que pensam em realizar uma Cirurgia Plástica:

1- Não deixem de visitar pelo menos dois profissionais antes de fazer sua plástica.

2- Sempre cheque a especialidade do profissional no site do CFM (http://www.portalmedico.org.br/novoportal/index5.asp)

quinta-feira, 6 de março de 2008


Shalom!!!

As vésperas do Dia Internacional da Mulher, nada melhor que um bate papo com uma representante do sexo feminino e ainda por cima ligada à musica!

Com vocês... DANIELA SPIELMANN!!!!


PIT - Olá Dani! É um prazer conversar contigo!!

DS -O prazer é meu!


PIT - Quando você começou efetivamente a tocar um instrumento? Que motivo a levou a tocar sax?

DS - Com 16 anos em 1986, no colégio, eu adorava musica, já tocava guitarra e piano de brincadeira e o sax pintou porque eu adorava o som!!!


PIT - Profissionalmente, quando foi a sua estréia?

DS -Eu comecei em saraus de bandas de colégio, já eram shows e depois em outras bandas como, Filhos da Pátria, Banda Urbe e Banda Eclipse.


PIT -Você tem vários projetos musicais: Rabo de Lagartixa, Mulheres em Pixinguinha, grupo Zemer... Conte um pouco deles..

DS - O grupo Rabo de Lagartixa começou em 1993, reunindo os músicos, a maioria estudantes da UNI-Rio (Universidade do Rio de Janeiro) com vontade de pesquisar e tocar música Brasileira. Em função do projeto “Mini concertos didáticos” do Museu Villa-Lobos, o grupo começou a se especializar também na prática de concertos para crianças com brincadeiras e referência aos diversos ritmos e estilos brasileiros. O nome do grupo refere-se à vontade de criar uma música que não se submeta à padronização da cultura de massa - podem cortar o rabo da lagartixa, mas ele cresce de novo, e ao ritmo pulsante do grupo - o rabo da lagartixa mesmo quando cortado, continua se mexendo rapidamente. O grupo já se apresentou em vários países e atualmente se prepara para a gravação do segundo CD.

Em Mulheres em Pixinguinha me acompanham Neti Szpilman e Sheila Zagury. Pixinguinha, um grande flautista, também se dedicava a tocar o saxofone, trabalhando em conjuntos e também com o seu grupo “Oito Batutas”. Ao retomar sua música através do sax e do piano, instrumentos pouco usados pelos chorões da época, o trio traz uma visão feminina e sonoridade pouco usual e delicada, com arranjos detalhados e inovadores.

O grupo Zemer foi fundado no final de 1997, a partir de uma pesquisa enfocando varias vertentes da musica judaica, feita por seu diretor musical, arranjador e violonista Mauro Perelmann, em sintonia com o movimento de renascimento da música judaica que acontecia nos EUA, o klezmer revival. Zemer, em hebraico, quer dizer canção, melodia. Uma palavra simples que para nós, sintetiza o vasto repertório musical dos judeus espalhados pelo mundo. A música sempre esteve presente nas comunidades judaicas, tanto nos momentos de oração, introspecção e dor quanto nos momentos de alegria e comemoração. Espalhados pelo mundo, os judeus absorveram influências culturais de várias regiões, desde a Península Ibérica medieval, a Europa Oriental, países árabes como Iêmen e Marrocos até chegar à América e finalmente na nova velha pátria Israel. Nosso repertório tem como eixo principal a música tocada pelos judeus da Europa Oriental em suas festas e comemorações, a música klezmer. Klezmer é a contração das palavras hebraicas kli zemer, (instrumentos de melodia) e designava o músico judeu da Europa Oriental. Hoje em dia, é o termo usado para designar a música oriunda dos judeus ashkenazim, que engloba também as canções ídishes do teatro judaico. Além de klezmer, apresentamos canções do repertório dos judeus sefaradim (que habitaram a Península Ibérica, até o século XV) cantadas em ladino. E por fim, músicas em hebraico, influenciadas pela sonoridade oriental criada em Israel, pelos imigrantes orientais (marroquinos e iemenitas). Eu integro o grupo desde sua formação original.


PIT - Ah, tem também o Altas Horas, da TV Globo. Como você foi parar lá?

DS - Através de um teste e de uma indicação da banda Fincabaute com quem eu gravei um CD.


PIT -A música instrumental vem crescendo cada vez mais. A que se deve isso?

DS - Você acha? Sei lá! As vezes eu acho que o mundo comercial pertence apenas aos cantores...mas talvez outras oportunidades estejam aparecendo.. se a gente pensar por este prisma, talvez as pequenas produções apareçam com esta crise das gravadoras e com crescimento da divulgação pela internet.


PIT - Como você vê o futuro da música e do músico no Brasil?

DS - Aqui é muito difícil... A gente tem que fazer de tudo para sobreviver, tocar em vários projetos e tentar se aprimorar sempre. Eu acho que como tudo no Brasil é ruim, mas é bom!!! Palavras do Tom Jobim!!!


PIT -No seu mais recente trabalho, o CD Brasileirinhas, você faz dupla com a pianista Sheila Zagury. Como surgiu esta idéia?

DS - Bom eu já tocava com a Sheila há dez anos então foi um processo natural a gente queria muito, pintou um convite a gente já sabia o que fazer!!!

PIT -O que você costuma ouvir?

DS - De tudo , de tudo mesmo, clássico, rock, choro, samba , klezmer, musica infantil, pop, soul, mpb tenho que ouvir brega para trabalhos na Globo...


PIT - Já tem projeto de um novo CD ou Show? O que você pode adiantar?

DS - Em maio, nos dia 23 e 24 estarei fazendo uma turnê com o meu grupo Rabo de Lagartixa em Israel, no museu de Tel Aviv e outros shows em Hertzlia e Haifa, fora os de sempre por aqui no Rio todos os domingos no quiosque ARAB da Lagoa.


PIT - Muitos músicos afirmam que o melhor CD é aquele que está por vir. Você também pensa assim?

DS - É, sempre empolga muito um novo projeto.. Eu agora estou terminando meu mestrado e em breve temos surpresas por aí!!!


PIT -Dani, super obrigada por este papo! Deixe aqui o seu recado e até a próxima!

DS - Queria dizer que tenho o maior carinho por você Patrícia e quero estar sempre por perto!!

E que a arte, o bom senso, o bem-estar e a alegria possam nos contaminar sempre para que sigamos felizes!!!

Beijos e obrigada!