quinta-feira, 30 de abril de 2009






Shalom!
Ele é brasileiro e ela israelense. A mistura deu em Amor Perfeito!
Vamos curtir música brasileira em hebraico?
No Papo de hoje, Gê Cardoso e Lilaz Davidoff!

PIT - Olá Lilaz e Gê bem vindos ao Papo Em Comunidade!
GC/LD
- Obrigado, nosso prazer... Muito legal seu site!

PIT - Lilaz é israelense e o Gê brasileiro. Como vocês se encontraram?
GC/LD -
Nos Conhecemos em um churrasco de amigos em comum, ela estava passeando no Brasil.

PIT - Qual a formação de vocês?
GC/LD -
A Lilaz e cheff de cozinha, formada no "Le cordon Blue" e estudou psicologia na universidade de Jerusalém. Eu decidi com 18 anos ir para o Canadá para me tornar Jogador de Ice Hockey, aí é uma longa história... heheh! Nossa, tantas coisas aconteceram... sou formado, na chamada faculdade da vida.

PIT - Quando vocês decidirem partir para a música?
GC/LD -
Na verdade no primeiro dia em que nos conhecemos, decidimos nos casar e fazer uma família. Hoje temos nossa filinha de 4 meses (Lis, queestá presente em todos os shows...) no dia seguinte, eu escutei aquela voz linda cantarolando no banho e como eu já tocava (violão) por aí, pedi que ela cantasse uma música para que eu pudesse acompanhá-la, foi assim que nasceu nossa banda, que demos o nome de "Less Stress" (Menos Stress), por que temos como principio e filosofia, o bem estar. Tentamos passar para as pessoas que a vida não precisa ser tão estressante e isso reflete em nossasvidas, nossa família e em nossa música.

PIT - Em que momento vocês resolverem juntar o hebraico com a musica brasileira?
GC/LD -
Logo em seguida, começamos a ensaiar e a nos conhecer musicalmente, acho que foi um processo natural, ela israelense e eu brasileiro, por que não experimentar os dois idiomas (Hebraico e Português) em formade canção, já que as duas línguas possuem uma sonoridade fantástica? Foi então, que compomos algumas músicas nesse estilo e também pegamos músicas muito conhecidas, como: “Amor Perfeito”, “Por Enquanto”,”Vamos Fugir”, etc... Fizemos essas adaptações e passamos a tocar na noite e as pessoas começaram a pedir: “Toca aquela musica estranha”... risos.

PIT - Falando nisto, a versão de “Amor Perfeito” em hebraico e português está na trilha da nova novela Caras e Bocas. Conte um pouquinho como surgiu esta ideia e por que escolheram esta musica?
GC/LD
- Pois é, que nem eu estava falando, foi um lance natural, simplesmente pensamos como ficaria se fizéssemos a mistura das línguas em músicas nossas e músicas que estão na veia do povo brasileiro, acabamos fazendo e deu certo, em nossos shows tocamos e as pessoas ficam olhando, do tipo: "conheço essa musica de algum lugar!"... risos

PIT - Como vocês se sentem com uma musica na novela? Como chegaram até vocês?
GC/LD
- Nossa... é uma honra inenarrável, estamos muito felizes, não vemos a hora de começarmos a fazer shows por conta da música na novela e levar ao povo brasileiro essa ideia de bem estar e felicidade por meio de nossas canções... Fizemos um CD independente e a música "Amor Perfeito" (Hebraico e Português), é a primeira do CD e usávamos para mostrar nos bares para conseguir trabalhos, e soubemos que haveria um núcleo judeu na novela Caras e Bocas, aí mandamos para o produtor musical Mariozinho Rocha, que nos ligou e disse que gostaria de usar nossa versão para a novela!... Imagina como ficamos
orgulhosos e surpresos com esse telefonema!!

PIT - Vocês têm outras versões?
GC/LD
- Sim, sim, temos algumas, já estão preparadas para apresentar, temos alem de “Amor Perfeito”, “Por Enquanto” (Renato Russo), “Vamos fugir” (Gilberto Gil), nossa, tem algumas..., temos musicas próprias também nessa mesma onda...

PIT - Quais os próximos planos?
GC/LD
- Próximo passo achamos que é torcer para que o personagem da novela seja forte e que a música toque bastante. Achamos que com isso virão os shows e muito trabalho, estamos prontos e queremos trabalhar muito. Gostaríamos de poder passar para o publico brasileiro nossa alegria deestar realizando nossos sonhos!
PIT – Gê e Lilaz obrigada pela entrevista e deixem aqui o seu recado!
GC/LD
- Que as pessoas vivam em harmonia e que sonhar sempre seja a fórmula certa. Patricia, muito obrigado pela oportunidade de contarmos um pouco de nossas vidas. Para quem quiser entrar em contato conosco: ge9cardoso@gmail.com e tels: (21) 9681-2634 / 2492-2377
Beijos e Abraços Gê,Lilaz e Lis...


Ouça aqui a versão de Amor Perfeito em hebraico e português!





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quinta-feira, 23 de abril de 2009




Shalom!
Alguém precisa organizar o estoque?
Você sabia que tem gente especializada para isto?
Françoise Sztajn, por favor, nos ajude!!

PIT - Olá Françoise! Bem vinda ao Papo em Comunidade!
FS -
Oi Patricia, obrigada pelo convite.

PIT - Pra começar conte um pouquinho sobre você...
FS -
Nasci na Argélia e minha família se mudou para Paris quando eu era pequena. Em 1985, fui passear em Israel e conheci meu marido. Após duas viagens ao Brasil e mesmo depois de ter ficado com dengue na primeira viagem, larguei tudo para vir para cá. Nem pensei duas vezes. Achava o máximo começar algo novo, algo diferente. Meus pais se assustaram com a idéia e acharam que não demoraria a voltar para o ninho. Estou aqui ainda, depois de 20 anos, no meio de uma família maravilhosa que me adotou desde o primeiro instante e que me deu sempre muito carinho. Não há dúvida: meu lugar é aqui, no Rio de Janeiro. Paris... Só para tirar férias! Temos dois filhos, Edouard e Julia, respectivamente com 17 e 14 anos, que sempre estudaram no Eliezer Max. Tenho o maior orgulho de vê-los crescerem nesta mistura de cultura franco-brasileira-sefaradi-askenazi. É uma bagagem extraordinária!

PIT – Como você se “virou” no Brasil?
FS -
Desde que cheguei ao Brasil, sempre trabalhei... Dei aulas de francês, fui assistente de um correspondente de TV francesa, trabalhei para “Familles du Monde”, uma ONG francesa que intermediava adoção no Brasil, tive uma empresa de vending machine e depois o “Filé Miau”, um quiosque de espetinhos no parque Terra Encantada. Na verdade, me formei na França como Secretária Executiva trilingue e só cheguei a exercer essa função recentemente, quando trabalhei como Assistente do Presidente da Nestlé Waters no Brasil durante oito anos até a empresa se mudar para São Paulo no início do ano passado. Foi então que surgiu a oportunidade de montar a minha empresa, a Xtoq.

PIT – Falando da Xtoq, em que consiste o seu trabalho?
FS -
Nosso trabalho consiste em contar todo o estoque físico de uma empresa com equipamento moderno e equipe de inventariantes. Em praticamente todas as empresas que visitei, percebi que a palavra “estoque” representa o pior pesadelo para os empresários, varejistas ou atacadistas. Até agora, não encontrei nenhuma empresa que tenha o controle absoluto do seu estoque. Quem nunca ouviu falar deste serviço que oferecemos sempre me recebe com o maior entusiasmo. Todo mundo alega que contar estoque é muito chato. Respondo: “Ainda bem e estou aqui para fazer isso no seu lugar!”. Também damos assistências às empresas para reorganizar o cadastro de produtos que geralmente está defasado. Fico cada vez mais impressionada com os erros grosseiros que encontramos. Essa atualização torna-se imprescindível para realizar um bom inventário. A minha empresa, a XTOQ, nasceu no ano passado de uma parceria com a INVENTORY, proprietária do software. Nós somos agentes operacionais aqui no Rio.

PIT - Que tipo de empresa ou ramo pode se utilizar deste serviço?
FS -
Qualquer empresa do varejo e do atacado desde que tenha algum produto para contar. Nossa clientela é muito diversificada atendemos do Pet Shop da Zona Sul ao Distribuidor do Ceasa.

PIT - Quais as vantagens de se fazer um inventário de estoque?
FS -
Primeiro para evitar o envolvimento do pessoal interno na contagem. Por que se arriscar em colocar o lobo para contar os ovos dentro do galinheiro? Quando a nossa empresa é contratada para assumir o controle de estoque, essa situação tende a melhorar e o percentual de perda cai consideravelmente. Uma das vantagens é que podemos realizar o nosso serviço a qualquer dia e qualquer horário, à conveniência do cliente. O cliente assim fica isento de pagamento de horas extras ou de aguentar a má vontade de seus funcionários. Você conhece algum funcionário que se anime em ficar depois da hora para contar estoque? No custo x benefício, fica bem interessante para o cliente. Oferecemos um serviço muito profissional com metodologia própria e com equipes super treinadas.

PIT - Como é feito este serviço, são pessoas especializadas, existe algum tipo de contador eletrônico?
FS -
Usamos coletores de dados de ultima geração onde são armazenados todos os produtos (códigos de barra e/ou códigos internos, descrição). Mapeamos o lugar e fazemos uma varredura completa do local para não deixar passar nada. Nada mesmo! Depois do inventário, os dados dos coletores são enviados para o nosso sistema que disponibiliza em poucas horas um resultado on-line. Tenho dado uma atenção especial no recrutamento dos inventariantes, pois é o ponto crucial da nossa empresa. Os inventariantes são universitários, a maioria estudante de Administração e Logística. Esse trabalho requer muita concentração e não temos o direito de errar. Por isso, estou sempre auditando o trabalho dos inventariantes. Hoje conto com 15 inventariantes escolhidos a dedo. O tamanho da equipe varia em função do tamanho do local e da quantidade de produtos que vamos inventariar. O mínimo é de três pessoas, sempre com um supervisor. Confesso que o pessoal é “guerreiro” mesmo. As vezes trabalhamos em condições bem difíceis, com muito calor, em lugares apertados, com muita poeira. Uma observação interessante: já aconteceu em diversas ocasiões ser procurada por funcionários de estabelecimentos onde trabalhamos para se juntar a nossa equipe. Isto me deixa sempre super satisfeita, pois demonstra que o nosso trabalho é gratificante.

PIT - Existe uma periodicidade para a contagem ser feita?
FS -
O ideal é uma contagem mensal para manter o estoque em ordem, já que se trata de um ativo importante.

PIT - Françoise, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
FS -
Mais uma vez, obrigada a você pela oportunidade de falar sobre a minha atividade ainda pouco divulgada. Quem quiser entrar em contato comigo, meus telefones de contato são 9963-6393 e 2509-2550 e meu e-mail fran@xtoq.com.br. E para conhecer melhor o nosso trabalho, acessem o site da INVENTORY http://www.inventory.com.br/.










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quinta-feira, 16 de abril de 2009



Shalom!
Você conhece o grupo Zemer?
Vamos curtir juntos este som?
Mauro Perelmann é com você!

PIT - Olá Mauro, bem vindo ao Papo Em Comunidade!
MP -
Oi Patricia é um prazer estar aqui.

PIT - Como começou sua vida musical?
MP -
Eu comecei aos 13 anos, quando ganhei um violão de presente. Na época, anos 70, eu frequentava o Hashomer Hatzair e era a época dos festivais de música israeli, na Hebraica. Nós formamos um grupo no movimento e aos poucos fui me envolvendo com a música. Mais tarde, estudei harmonia, improvisação, arranjo e resolvi que esta seria a minha profissão. E hoje já se vão quase 30 anos de estrada.

PIT - Você faz parte do grupo Zemer. Como surgiu? Conte para nós um pouco dessa história...
MP -
Em 1997, me convidaram para fazer a música de um CD-ROM com temática judaica. O CD-ROM acabou não saindo, mas em função desse trabalho, comecei a fazer uma pesquisa sobre música judaica e aí descobri o Klezmer Revival, que era um movimento de músicos judeus americanos de revitalização da música klezmer. Fiquei completamente apaixonado e resolvi montar um grupo. Convidei alguns amigos músicos que teriam o perfil para este tipo de música e daí surgiu o Zemer. Nesses 12 anos o Zemer tem tocado dentro e fora da comunidade, em lugares como CCBB, ASA, Festival do Cinema Judaico, Modern Sound, etc, além de ter gravado um CD em 2006.

PIT - Você também é maestro. O que te levou a este lado?
MP -
Na verdade, eu não tenho formação de maestro. Eu acabei virando um maestro prático, talvez pelo fato de ser arranjador, diretor musical de teatro e produtor musical. Eu comecei fazendo direção musical em teatro, nos anos 80 e sempre fui fascinado pelo trabalho de escolher os sons, os instrumentos, dar uma cara para as composições. A partir do meu trabalho de direção musical em teatro, senti necessidade de me aprofundar mais e aí fui estudar arranjo com duas pessoas que foram fundamentais no meu aprendizado, a Celinha Vaz e o Ian Gest. Estudei três anos e meio com eles. Este aprendizado me abriu um leque de opções na música, que vão desde a composição, arranjo, regência de corais, até a produção de trilhas para vinhetas e vídeos.

PIT - Falando em teatro, você está na direção musical da peça Anne Frank. Como foi montar a parte musical deste espetáculo?
MP -
Para mim foi uma grande responsabilidade, como judeu e como músico. A peça, assim como aconteceu com o livro, extrapola as fronteiras da comunidade judaica. Ela traz uma mensagem de tolerância, de que as pessoas não podem ser discriminadas, excluídas, assassinadas porque são de outra etnia, outra religião, ou outra cor. E tolerância é algo que aprendi no judaísmo, que diz: "respeita o estrangeiro, pois estrangeiro foste no Egito". Como músico foi um desafio. Primeiro a música já veio pronta dos EUA, tivemos que fazer um trabalho de formiguinha, que foi traduzir a letra e adaptá-la na melodia. Segundo, as músicas não são simples e eu fiquei receoso se o elenco, na sua maioria de amadores, iria conseguir vencer este desafio. Na minha opinião e para minha surpresa, eles se superaram com mérito. Foi uma grande honra ter participado desta montagem. E aproveitando, para quem não viu ou para quem quer rever, a peça participa do Festival de Teatro da Cidade do Rio de Janeiro se apresentando no dia 13 de maio, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana.

PIT - O que você prefere: tocar, compor ou reger?
MP -
Esta é uma pergunta difícil. Eu gosto muito de trabalhar com música. Geralmente, eu fico apaixonado pelo trabalho do momento. Mas digamos que eu gosto mesmo é de fazer arranjos e aplicá-los, na prática, como produtor ou diretor musical. Por outro lado, tocar no palco ou em gravação, não tem preço.

PIT - Na sua opinião, qual a relação da música com o judaísmo?
MP -
Acredito que a música e particularmente, a música klezmer entre os judeus ashkenazim, é a forma mais direta da expressão emocional da alma judaica. Ela consegue ter uma alegria contagiante e ao mesmo tempo pode ter uma dor impossível de suportar. Não é a toa que os chassidim diziam que só através da música (o nigun) é possível chegar a alguns espaços espirituais.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
MP -
Muita música. Muitos shows com o Zemer, projetos ligados à música judaica e israeli. Gostaria muito de fazer trilha para cinema. Enfim, sendo musica e de qualidade, pode me chamar que eu fico interessado.

PIT - Algum novo projeto que possa nos adiantar?
MP -
Na verdade, o Zemer foi convidado para participar do Nova Scotia Multicultural Festival, em Halifax, no Canadá, em junho, que está na sua 25ª edição e reúne cerca de 20000 pessoas. É a primeira vez que um grupo brasileiro é convidado para mostrar a música judaica. Esse está sendo o nosso grande projeto de 2009, pois temos que arcar com as passagens (o Festival só paga a estadia). Em função disso, estamos organizando um show para arrecadar fundos, que será realizado em maio, no Teatro Villa Lobos. A data já está quase fechada e assim que tivermos a confirmação do dia, avisaremos a todos.

PIT - Mauro, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MP -
Eu agradeço a oportunidade e convido a todos para que venham nos prestigiar em maio no Teatro Villa Lobos. Quem quiser nos conhecer um pouco mais, pode ir no link www.myspace.com/zemerbrazil. Shalom!


Assista aqui o som do grupo Zemer






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quinta-feira, 9 de abril de 2009








Shalom!
Ouvir uma boa história é muito gostoso.
Você conhece alguém que conte histórias?
Era uma vez, no Papo em Comunidade... Ilana Pogrebinschi!

PIT - Olá Ilana bem vinda ao Papo em Comunidade!
IP -
Olá Patricia!

PIT - Como começou o seu interesse pela contação de historias?
IP -
Comecei fazendo teatro na Casa de Cultura Laura Alvim, em 1992 formamos a Cia de Teatro Atores de Laura, dirigida por Daniel Herz e Susanna Kruger e durante sete anos trabalhei como atriz profissional. Em junho de 1997, com “Romeu & Isolda” representamos o Brasil na Biennale Theatre Jeunes Publics - Lyon/França. Participei da apresentação e criação do Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem no Rio de Janeiro no Canecão e em São Paulo na casa de espetáculos Tom-Brasil 1996/1997. Com “A Casa Bem Assombrada” fui indicada, na categoria especial de atriz no prêmio Coca-Cola. Estudei três anos na Escola de Música Villa Lobos sendo a flauta transversa meu instrumento. Em 2001 o grupo de Contadores de Histórias Girassol convidou meu marido, Ricardo Szpilman que é músico, para tocar e cantar nas sessões. Ele me indicou para o trabalho e comecei a me apresentar com o grupo. Fiquei encantada e com muita vontade de contar histórias também. Comecei a pesquisar alguns contos que gostava e quando o grupo terminou, eu comecei a me apresentar sozinha. Ainda sem bonecos nem tapetes.

PIT - Como surgiu o grupo “Os tapetes contadores de histórias”?
IP -
No interior da França, há mais de 15 anos, a educadora Clotilde Hammam e seu filho, o contador de histórias e artesão Tarak Hammam, tiveram a idéia de criar tapetes para contar histórias a fim de estimular à leitura, originando o projeto 'Raconte-Tapis' que vem sendo desenvolvido até os dias de hoje por lá. Em 1998, na cidade do Rio de Janeiro, depois de participar e produzir uma série de atividades e oficinas com Tarak Hammam – e sob sua orientação até 2001 – um grupo de atores resolveu fundar “Raconte-Tapis - Os Tapetes Contadores de Histórias”, projeto e grupo que passaram a realizar suas próprias atividades em diversos espaços do Brasil e exterior.

PIT - Quando as histórias brasileiras ganharam tapetes?
IP -
De início, o acervo do grupo era composto por tapetes criados por Hammam, que representam cenários de contos da África, Ásia e Europa. Em 2001, Carlos Eduardo Cinelli e Warley Goulart, integrantes do grupo, confeccionaram tapetes baseados em contos de Carlos Drummond de Andrade, especialmente para a sessão “Retalhos de Drummond”, inaugurando o projeto de criação de tapetes a partir de histórias brasileiras. Neste movimento de criar suportes baseados na literatura oral e escrita nacional, e após intenso contato com a realidade educacional e cultural brasileira, o grupo mudou seu nome para “Os Tapetes Contadores de Histórias”.

PIT - Uma curiosidade: é um tapete para cada história?
IP -
Sim. É um tapete para cada história. Primeiro fazemos um estudo em cima do conto para sabermos quais são os personagens e onde se passa cada parte da história. Depois desenhamos o projeto, escolhemos com muito cuidado os tecidos que vamos utilizar e depois partimos para costura!

PIT - Existem pesquisas desenvolvidas pelo grupo? Algum tipo de intercâmbio com outros países?
IP -
Em 2004, avançando na pesquisa de confecção de suportes plásticos para narrativa, os artistas brasileiros criaram malas, tapetes, aventais, caixas de pano e madeira para dar vida a histórias de Ana Maria Machado e Jutta Bauer. Paralelamente, a integrante do grupo, Rosana Reátegui mudou-se para o Peru a fim de estudar as possibilidades criativas da arpillería (técnica artesanal andina de costura à mão de painéis de tecido). As pesquisas desenvolvidas pelo grupo no Brasil e Peru alcançaram em 2005 novos resultados: No Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Cinelli e Warley Goulart criaram um tapete gigante de 12 metros para o mais novo espetáculo do grupo “O rei que ficou cego”; e em Lima, Rosana Reátegui inaugurou o projeto “Manos que cuentan”, onde coordena artesãs da Associación de Arpilleras Taller Santa Julia na pesquisa e criação de livros de pano a partir da literatura oral peruana, recebendo no mesmo ano o Prêmio de Melhor Livro-Objeto pela Câmara Peruana do Livro.

PIT - Como são escolhidas as histórias existe um critério?
IP -
As histórias são escolhidas pelo gosto de cada um e do grupo. Este é o critério, o que temos vontade de contar. Independente se é um projeto encomendado ou não, vamos buscar dentro dos livros propostos os que mais nos agradam.

PIT - Na sua opinião qual a importância das histórias para as crianças?
IP -
As histórias são portas para um mundo interno. Rimos, choramos nos identificamos... Todos nós queremos vencer nossos próprios medos, trazendo para o mundo o que temos de melhor, de modo criativo. Existem histórias para todos os gostos, mas as melhores, para mim, são as que trazem a semente potencial da transformação.

PIT - Você também tem um trabalho solo com fantoches, bonecos... Conte um pouco desta história!
IP -
Em 2004 confeccionei os primeiros fantoches de papel machê inspirados na história da tradição judaica “De Pouco se Faz Muito” reescrito pela escritora Phoebe Gilman. A reação das crianças foi incrível! Ficaram calmas, atentas e encantadas. Isso me impulsionou a confeccionar outros bonecos para outras histórias. Além de fantoches, fiz bonecos de vários tamanhos, máscaras, costurei adereços... Hoje o repertório tem 20 contos, alguns judaicos e outros de vários lugares do mundo. Me apresento em centros culturais, livrarias, bibliotecas, escolas e festas. Ano passado contei histórias duas vezes no Centro da Cultura Judaica, em São Paulo, é um lugar muito bacana! Nas sessões, normalmente eu conto três histórias e entre uma e outra eu toco violão e flauta transversa.


PIT - Qual a história que você mais gosta de contar?
IP -
Todas as histórias que eu escolho são porque me tocaram profundamente na primeira vez que eu li. Então, todas têm um gostinho especial quando estão sendo contadas.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
IP -
Me apresentar com sessões de histórias para adultos e ministrar oficinas.

PIT - Ilana, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
IP -
Quem quiser receber minha agenda virtual de apresentações é só mandar um e-mail para ilanap@oi.com.br. Para saber mais detalhes sobre o grupo dos Tapetes Contadores de Histórias é só entrar no site http://www.tapetescontadores.com.br/. Vocês podem conhecer um pouquinho do meu trabalho solo no blog http://www.ilanacontadoradehistorias.blogspot.com/.
Super beijo, Obrigada!









Assistam aqui o mini documentário da Unimed dirigido por Eduardo Vaisman!









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quinta-feira, 2 de abril de 2009





Shalom!
O Papo de hoje é contra o preconceito e a favor da igualdade e do respeito.
Viva as diferenças!!
Com a palavra Claudia Grabois!

PIT - Olá Claudia, bem vinda ao Papo em Comunidade.
CG -
Olá Patricia! Obrigada pelo convite.

PIT - Para começar conte um pouquinho sobre você...
CG –
Sou presidente da Federação Brasileira das Associações de síndrome de down, da comissão de políticas públicas do CONADE-SEDH, Diretora de Inclusão Social da FIERJ e Coordenadora da Rede Inclusiva. Tenho 4 filhos: Jaime, Raquel,Gabriel e Tali , a Raquel tem síndrome de down. Sou formada em direito, atuo na área da educação e orientação de escolas para a educação inclusiva e em direitos humanos. Faço consultoria jurídica nessa área. E sou conselheira do CONADE pela FBASD.

PIT – Como você falou, entre as suas ocupações está a de presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Em que consiste a FBASD e qual objetivo?
CG -
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down tem como missão liderar o processo de transformação da sociedade, para que a pessoa com síndrome de down seja reconhecida como cidadão pleno e incluído. Isso acontece através da mobilização da sociedade, da classe política, do judiciário e do cumprimento da legislação. Defendemos a inclusão ampla geral e irrestrita, e acreditamos que o direito a educação em classe comum é inalienável, assim como o direito de pertencer e não ser discriminado. Vivemos em uma sociedade de diferenças e as pessoas com síndrome de down fazem parte dela.


PIT - Recentemente comemorou-se o dia internacional da síndrome de down. Qual o maior desafio frente aos portadores e suas famílias?
CG - Temos muitos desafios, entre eles a mudança de paradigmas e acabar com estigmas impostos às pessoas com síndrome de down. A promoção da acessibilidade é uma de nossas prioridades assim com o rompimento de barreiras que ainda hoje colaboram para que pessoas com síndrome de down sejam vítimas de preconceito e discriminação. Esclarecer à sociedade que pessoas com síndrome de down são diferentes uma das outras, assim como todos somos, que podem e são capazes de aprender qualquer coisa e devem conviver com a sua própria geração - pessoas com e sem síndrome de down, e que devem ser incluídas plenamente em todos os espaços e setores da sociedade.


PIT - O que é Inclusão para Autonomia?
CG -
Inclusão para a autonomia foi escolhido como tema para o Dia Internacional da Síndrome de Down 2009, por que resume exatamente para o que trabalhamos. Queremos que nossos filhos e filhas com síndrome de down sejam incluídos a partir do nascimento ou mesmo antes dele e estude em uma escola regular e na classe comum com todos os alunos, com ou sem síndrome de down, em concordância com a CF e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Acredito que a autonomia passa necessariamente pela educação inclusiva, pois na convivência com seus pares e crescendo naturalmente em sociedade, sem segregação, a inclusão no mercado de trabalho e o direito de pertencer, vivenciado na prática durante toda a vida da pessoa com síndrome de down, fará com que essa autonomia possa ser vivenciada, seja ela com ou sem apoio, de acordo com a necessidade de cada um.O que deve ser totalmente respeitado e legitimado. Os autodefensores, jovens e adultos com síndrome de down têm defendido a "Inclusão para a Autonomia" com muito sucesso.

PIT - O que tem mudado durante estes anos?
CG -
O movimento em defesa dos direitos da pessoa com deficiência avançou muito. Temos hoje uma mobilização muito maior, a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, promulgada no ano passado foi uma grande conquista e garante cidadania plena às pessoas com deficiência, entre elas pessoas com síndrome de down. A Inclusão deve acontecer em todos os campos e aspectos. A segregação é causada por barreiras que vem diminuindo graças a luta de muitas pessoas. Temos a CORDE-SEDH atuante e o Ministro Paulo Vanucchi que apóia e incentiva com muito empenho o movimento e todas as nossas demandas, se contrapondo a qualquer forma de violação, além do CONADE-SEDH, que reúne lideranças de todos Brasil, empenhados na garantia do direito e na construção de uma sociedade inclusiva , conselheiros totalmente mobilizados para isso.

PIT - Como você vê a questão do preconceito hoje em dia?
CG -
O preconceito ainda é grande. É preciso que as pessoas com deficiência, entre elas as pessoas com síndrome de down, façam parte do imaginário coletivo e estejam presentes em todos os lugares. Para isso precisamos que inclusão e acessibilidade sejam uma realidade, e de acordo com a legislação vigente. Falta vontade política e uma mobilização maior. Mas é preciso entender que o preconceito deve ser combatido. As escolas precisam educar em e para os direitos humanos, incluindo todas as diferenças e as tratando com naturalidade. Pessoas com deficiência pertencem a todas as camadas sociais, a todas as populações, etnias e culturas. É preciso que as agendas dos movimentos sociais contenham a inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência, seja ela física, sensorial, intelectual, múltiplas. É preciso usar as terminologias corretas para que sejam incorporadas nas falas diárias e ajudem na formação de uma nova consciência. Uma pessoa com síndrome de down não porta nada, ela tem síndrome de down e só. Por isso se diz pessoa com síndrome de down. Também não é "especial”. É sim um ser humano único como todos somos e com as suas especificidades e diferenças que devem ser legitimadas. Usamos apenas pessoas com síndrome de down. Pessoa com deficiência intelectual e pessoa com deficiência. Pessoa vem sempre antes, o que deixa claro o fundamento.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
CG -
Gostaria que em todas as escolas se trabalhasse direitos humanos desde a educação infantil e que essa formação acompanhasse o aluno até o final dos seus estudos. O plano, mesmo que pessoal, é que todas as escolas venham a ter uma sala de recursos multifuncionais com atendimento necessariamente no contraturno. Apenas com a garantia da educação de qualidade para todos (as) pessoas com e sem deficiência deixarão de ser excluídas. Gostaria de trabalhar com mais afinco nesse projeto. Também gostaria que a educação inclusiva fosse de fato ampla geral e irrestrita, para isso precisamos mobilizar para o cumprimento das leis e preparar autodefensores em todo Brasil. A Inclusão não é sonho. Pessoas com deficiência precisam assumir esse protagonismo para garantir que as leis saiam do papel. Trabalhar pela mobilização e levantar a sociedade para exigir o cumprimento das leis é um projeto ambicioso, mas totalmente viável.

PIT – Claudia, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
CG -
Vivemos em uma sociedade de diferenças. Somos todos diferentes e todo ser humano é único. Com tantas denúncias diárias de violações de direitos devemos nos unir para a construção de uma sociedade melhor para todos. No Brasil existem aproximadamente 24.500.000 pessoas com deficiência e 70% delas são pobres. Diariamente recebemos denúncias de violações de direitos humanos e fundamentais de pessoas com e sem deficiência. Devemos nos unir nesse combate e apoiar e propor ações afirmativas nesse sentido. É preciso de vontade política e contamos com o apoio da SEDH para essas mudanças. Mas as mudanças sociais são sempre frutos de mobilização e pressão da sociedade. E nesse sentido devemos agir.
Deixo meu e-mail para quem quiser entrar em contato presidentefbasd@gmail.com claudiagrabois@yahoo.com.br. Obrigada pelo convite do Papo em Comunidade e foi um grande prazer conversar com vocês.







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