quinta-feira, 9 de abril de 2009








Shalom!
Ouvir uma boa história é muito gostoso.
Você conhece alguém que conte histórias?
Era uma vez, no Papo em Comunidade... Ilana Pogrebinschi!

PIT - Olá Ilana bem vinda ao Papo em Comunidade!
IP -
Olá Patricia!

PIT - Como começou o seu interesse pela contação de historias?
IP -
Comecei fazendo teatro na Casa de Cultura Laura Alvim, em 1992 formamos a Cia de Teatro Atores de Laura, dirigida por Daniel Herz e Susanna Kruger e durante sete anos trabalhei como atriz profissional. Em junho de 1997, com “Romeu & Isolda” representamos o Brasil na Biennale Theatre Jeunes Publics - Lyon/França. Participei da apresentação e criação do Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem no Rio de Janeiro no Canecão e em São Paulo na casa de espetáculos Tom-Brasil 1996/1997. Com “A Casa Bem Assombrada” fui indicada, na categoria especial de atriz no prêmio Coca-Cola. Estudei três anos na Escola de Música Villa Lobos sendo a flauta transversa meu instrumento. Em 2001 o grupo de Contadores de Histórias Girassol convidou meu marido, Ricardo Szpilman que é músico, para tocar e cantar nas sessões. Ele me indicou para o trabalho e comecei a me apresentar com o grupo. Fiquei encantada e com muita vontade de contar histórias também. Comecei a pesquisar alguns contos que gostava e quando o grupo terminou, eu comecei a me apresentar sozinha. Ainda sem bonecos nem tapetes.

PIT - Como surgiu o grupo “Os tapetes contadores de histórias”?
IP -
No interior da França, há mais de 15 anos, a educadora Clotilde Hammam e seu filho, o contador de histórias e artesão Tarak Hammam, tiveram a idéia de criar tapetes para contar histórias a fim de estimular à leitura, originando o projeto 'Raconte-Tapis' que vem sendo desenvolvido até os dias de hoje por lá. Em 1998, na cidade do Rio de Janeiro, depois de participar e produzir uma série de atividades e oficinas com Tarak Hammam – e sob sua orientação até 2001 – um grupo de atores resolveu fundar “Raconte-Tapis - Os Tapetes Contadores de Histórias”, projeto e grupo que passaram a realizar suas próprias atividades em diversos espaços do Brasil e exterior.

PIT - Quando as histórias brasileiras ganharam tapetes?
IP -
De início, o acervo do grupo era composto por tapetes criados por Hammam, que representam cenários de contos da África, Ásia e Europa. Em 2001, Carlos Eduardo Cinelli e Warley Goulart, integrantes do grupo, confeccionaram tapetes baseados em contos de Carlos Drummond de Andrade, especialmente para a sessão “Retalhos de Drummond”, inaugurando o projeto de criação de tapetes a partir de histórias brasileiras. Neste movimento de criar suportes baseados na literatura oral e escrita nacional, e após intenso contato com a realidade educacional e cultural brasileira, o grupo mudou seu nome para “Os Tapetes Contadores de Histórias”.

PIT - Uma curiosidade: é um tapete para cada história?
IP -
Sim. É um tapete para cada história. Primeiro fazemos um estudo em cima do conto para sabermos quais são os personagens e onde se passa cada parte da história. Depois desenhamos o projeto, escolhemos com muito cuidado os tecidos que vamos utilizar e depois partimos para costura!

PIT - Existem pesquisas desenvolvidas pelo grupo? Algum tipo de intercâmbio com outros países?
IP -
Em 2004, avançando na pesquisa de confecção de suportes plásticos para narrativa, os artistas brasileiros criaram malas, tapetes, aventais, caixas de pano e madeira para dar vida a histórias de Ana Maria Machado e Jutta Bauer. Paralelamente, a integrante do grupo, Rosana Reátegui mudou-se para o Peru a fim de estudar as possibilidades criativas da arpillería (técnica artesanal andina de costura à mão de painéis de tecido). As pesquisas desenvolvidas pelo grupo no Brasil e Peru alcançaram em 2005 novos resultados: No Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Cinelli e Warley Goulart criaram um tapete gigante de 12 metros para o mais novo espetáculo do grupo “O rei que ficou cego”; e em Lima, Rosana Reátegui inaugurou o projeto “Manos que cuentan”, onde coordena artesãs da Associación de Arpilleras Taller Santa Julia na pesquisa e criação de livros de pano a partir da literatura oral peruana, recebendo no mesmo ano o Prêmio de Melhor Livro-Objeto pela Câmara Peruana do Livro.

PIT - Como são escolhidas as histórias existe um critério?
IP -
As histórias são escolhidas pelo gosto de cada um e do grupo. Este é o critério, o que temos vontade de contar. Independente se é um projeto encomendado ou não, vamos buscar dentro dos livros propostos os que mais nos agradam.

PIT - Na sua opinião qual a importância das histórias para as crianças?
IP -
As histórias são portas para um mundo interno. Rimos, choramos nos identificamos... Todos nós queremos vencer nossos próprios medos, trazendo para o mundo o que temos de melhor, de modo criativo. Existem histórias para todos os gostos, mas as melhores, para mim, são as que trazem a semente potencial da transformação.

PIT - Você também tem um trabalho solo com fantoches, bonecos... Conte um pouco desta história!
IP -
Em 2004 confeccionei os primeiros fantoches de papel machê inspirados na história da tradição judaica “De Pouco se Faz Muito” reescrito pela escritora Phoebe Gilman. A reação das crianças foi incrível! Ficaram calmas, atentas e encantadas. Isso me impulsionou a confeccionar outros bonecos para outras histórias. Além de fantoches, fiz bonecos de vários tamanhos, máscaras, costurei adereços... Hoje o repertório tem 20 contos, alguns judaicos e outros de vários lugares do mundo. Me apresento em centros culturais, livrarias, bibliotecas, escolas e festas. Ano passado contei histórias duas vezes no Centro da Cultura Judaica, em São Paulo, é um lugar muito bacana! Nas sessões, normalmente eu conto três histórias e entre uma e outra eu toco violão e flauta transversa.


PIT - Qual a história que você mais gosta de contar?
IP -
Todas as histórias que eu escolho são porque me tocaram profundamente na primeira vez que eu li. Então, todas têm um gostinho especial quando estão sendo contadas.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
IP -
Me apresentar com sessões de histórias para adultos e ministrar oficinas.

PIT - Ilana, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
IP -
Quem quiser receber minha agenda virtual de apresentações é só mandar um e-mail para ilanap@oi.com.br. Para saber mais detalhes sobre o grupo dos Tapetes Contadores de Histórias é só entrar no site http://www.tapetescontadores.com.br/. Vocês podem conhecer um pouquinho do meu trabalho solo no blog http://www.ilanacontadoradehistorias.blogspot.com/.
Super beijo, Obrigada!









Assistam aqui o mini documentário da Unimed dirigido por Eduardo Vaisman!









ANUNCIE AQUI NO COMUNIPAPO

Nenhum comentário: