quinta-feira, 25 de setembro de 2008


Shalom!
A música faz parte da vida e está em todos os lugares, inclusive nas orações.
O Papo de hoje é com um chazan, o cantor litúrgico no judaísmo.
Soltando a voz: André Nudelman!


PIT - Olá André! Muito bom tê-lo aqui!
AN -
Obrigado pelo convite!

PIT – Como começou o seu interesse pela música e pelo canto?
AN -
Na verdade as coisas foram acontecendo, nada muito planejado. Eu diria que tudo começou quando eu ainda era pequeno, e comecei a estudar piano na casa da minha avó materna. Além disso, a minha mãe, que sempre gostou de música, me proporcionou desde cedo uma vivência bastante musical.
Mas só fui descobrir e me interessar pelo canto depois, lá pela época do meu Bar Mitzva, quando fui tomando gosto pela Chazanut e também pela música vocal como um todo.

PIT – Falando nisto, quando você decidiu ser chazan?
AN -
Após a cerimônia do Bar Mitzva, (na ARI- Associação Religiosa Israelita), fui convidado pelo meu professor, o Chazan David Alhadeff, para continuar com os estudos e começar a participar dos serviços religiosos, especialmente nos Iamim Noraim, em que passei a fazer as leituras da torá e também oficiar partes dos serviços religiosos. Assumi também parte dos Shabatot no Lar da União, o lar de idosos vinculado à ARI e pelo qual tenho imenso carinho. Após cinco anos de estudo com o David, que ainda continuariam por mais cinco anos, fui contratado como seu assistente. Foi também neste momento que comecei a estudar música mais a sério, já na faculdade. E, paralelamente à minha atividade na sinagoga, dediquei-me à minha carreira como cantor. Entrei para uma companhia de ópera, e desenvolvia as duas funções. Mas chegou um momento em cada uma das duas carreiras passou a demandar atenção e tempo totais, e acabei tendo que optar. E vocês já sabem qual foi a minha escolha!

PIT - Qual a importância e o papel do chazan no serviço religioso?
AN -
Penso que cabe ao chazan, assim como às demais lideranças religiosas, ajudar as pessoas a conhecerem melhor e se conectarem com a sua tradição, sempre da forma mais ampla, aberta e sincera. A figura do intermediário entre o homem e o divino, representada antigamente pelo sacerdote, foi banida do judaísmo; cada um tem o direito e a obrigação de interpretar os nossos textos, símbolos e ensinamentos para formar, a partir de sua própria experiência criativa, a sua maneira de se relacionar com a comunidade e com o transcendente. Assim, a função educativa do chazan é das mais importantes. Já durante os serviços religiosos somos responsáveis por dar vida aos nossos textos e fazer com que eles cheguem mais profunda e significativamente à congregação.

PIT - Qual a ligação das orações e a música? Por que algumas delas são cantadas?
AN -
É interessante que a música sempre esteve presente nas experiências religiosas, e isso pode ser notado em quase todas as culturas. No nosso caso, desde que existe o ritual existe a música. Por ser uma expressão muito livre e autêntica do ser humano, sempre foi um elemento central da vivência ritualística judaica, e houve momentos em que veio a ser tão ou mais importante que o texto, como no caso do chassidismo. Podemos encontrar indicações de melodias e modos musicais para toda - sem exceção - a nossa liturgia. Claro que cada comunidade, a cada tempo, foi criando a sua maneira de cantar e rezar, e, de fato, a variedade de estilos, formas, instrumentação e até idiomas que surgiram é de uma riqueza impressionante.

PIT - Por ser um cantor litúrgico, você lida com vários momentos de emoção: brit-milá, bar/bat mitzvá, casamentos, funerais. Existe alguma celebração que te emocione mais?
AN -
É difícil dizer, todos os momentos são partes do ciclo da vida, e procuro estar em cada um deles o mais inteiro possível. Claro que todos gostamos mais das ocasiões alegres, mas as outras não tão alegres também fazem parte. Algo que posso dizer é que gosto muito do processo do bar mitzvá, especialmente pelo tempo de contato e estudo com os jovens que eu preparo.

PIT - Falando ainda em emoção, qual a sua brachá (oração) preferida? Por quê?
AN -
Poxa, depende do momento... Às vezes acontece de um determinado trecho me saltar aos olhos de uma forma diferente, depende também de como eu estou, do contexto... Não sei se tenho alguma brachá assim, preferida.

PIT - Você tem uma preparação vocal especial? Você já passou por alguma situação em que a voz falhou?
AN -
Tenho que manter minha voz em dia, então preciso estudar sempre. E sim, já aconteceu algumas vezes, ter que cantar e estar totalmente rouco... É terrível! Mas tenho que reconhecer que é um risco que faz parte, pois nós não somos máquinas... e o meu instrumento mora em mim, é vivo!

PIT - O que você diria para um jovem que quer ser chazan?
AN -
Eu diria: Me procure, vamos conversar pessoalmente!

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
AN -
Tantas coisas... Sou novo ainda, né? (risos)

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe seu recado!
AN -
Obrigado a você! Um grande abraço e um super shaná tová para todos!!











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quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Shalom!
As pessoas estão sempre em busca do parceiro ideal, da cara metade. Mas nem sempre se acerta. No desejo de entender e incrementar os relacionamentos, alguns casais buscam a terapia de casal.
No Papo de hoje a terapeuta Zeila Sliozbergas!


PIT - Olá Zeila! Bem vinda ao Papo em Comunidade!
ZS -
Olá Patricia!

PIT - Para começar nosso papo, conte sobre você, sua formação...
ZS -
Sou natural de São Paulo, vim para o Rio de Janeiro, após meu casamento com um carioca, em 1975. Me formei na PUC- Rio em Psicologia. Tenho dois filhos cariocas e um neto americano. Iniciei minha formação na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, onde estive por oito anos, lá trabalhei em enfermarias e ambulatórios no Serviço de Psicossomática chefiada pelo psicanalista Abram Eksterman e sua equipe. Recebi o título de Especialista em Psicologia Médica pela Faculdade de Medicina Sousa Marques. Em 1999 ingressei na Especialização em Geriatria e Gerontologia na Universidade Federal Fluminense e pude desenvolver um trabalho com os idosos e familiares. Trabalhei em um grupo de pessoas portadoras da Doença de Alzheimer e seus familiares, uma experiência preciosa. Terminado o curso, ainda permaneci por um ano neste grupo, me desligando em 2001.

PIT - Você se especializou em terapia de família e casal. O que te levou a este caminho?
ZS -
A partir de então, por coincidência ou não, recebia em consultório particular casais e famílias. Tentando entender como trabalhar como psicanalista nestes novos contextos de casais e famílias busquei na PUC-Rio, uma especialização em Terapia de Família e Casal, cuja proposta é um diálogo entre a teoria sistêmica e a psicanálise, trabalho desenvolvido pela Dra. Teresinha Fères Carneiro, uma experiência fascinante. O tema família para mim é muito precioso, refere à herança de meus antepassados e da transmissão entre gerações, conscientes e inconscientes. Todos os dois movimentos, para o passado e para o futuro são fundamentais para nossa constituição como seres sócio-emocionais, imersos numa cultura. Pensar nossa família imersa nesta nova sociedade e cultura é nosso grande desafio.

PIT - Como você vê os relacionamentos de hoje?
ZS -
Este é um tema muito complexo. Primeiro precisamos definir o que seja um relacionamento. Temos desde relações de namoros virtuais, casamentos formais, morar junto, ficar com o mesmo parceiro, etc. As propostas de relacionamento se ampliaram, relativas a década de 80 e de 90. Em nossa sociedade brasileira, estamos também experimentando outras possibilidades de relacionamentos chamados de "estáveis". Cada faixa etária vive um fenômeno de sua geração. Sem dúvida que todos desejam algo que lhes gratifiquem. A geração mais jovem até os 30 anos ou mais, deseja constituir família com alguém, em que possam confiar, dividir, crescer e realizar projetos. Os novos casamentos de pessoas acima dos 30 desejam encontrar parceiros mais adequados para continuar realizando seus desejos de ter filhos, estabilizar profissionalmente e economicamente. E os acima dos 50 anos desejam ter um companheiro para compartilhar suas vidas pessoais, não tanto sociais nem economicamente. O desejo de todas as gerações parece ser encontrar o companheiro afinado. O problema são os mal entendidos. A dificuldade de perceber que o sujeito, não é exatamente aquele, de que se espera algo. Conseguir identificar seus próprios desejos, perceber o outro como ele, pode ser uma tarefa árdua. As demandas de nossa sociedade nos impõem desejos que muitas vezes não nos pertence, resultados imediatos, projeções no outro de nossas expectativas, ignorando o que o outro quer e sente.

PIT - Você acredita que morar junto antes do casamento ajuda no relacionamento?
ZS -
Esta experiência é muito singular, cada casal irá encontrar uma maneira de encontrar o seu ponto ótimo para decidir a hora de definir uma relação estável. Sem dúvida, que, quanto maior o conhecimento de como cada parceiro é, pensa, se comporta, maior é a intimidade do casal, o que promove maior segurança para prosseguir no crescimento da relação. Intimidade é uma conquista, seria a possibilidade de mostrar para o outro suas qualidade e defeitos, fundados nos sentimentos amorosos.

PIT - Falando ainda sobre isto, mesmo morando junto as pessoas ainda pensam em oficializar a relação?
ZS -
Tenho observado na clínica, que o morar junto, traz o desejo de casamento (relação estável), podendo ser oficializado através de rituais sociais, religiosos, ou através do nascimento de um filho, que caracteriza a formação de uma família.

PIT - Você atende jovens casais. O que os leva a fazer uma terapia de casal? Qual a maior queixa nos atuais relacionamentos?
ZS -
Jovens casais desejam realizar seus sonhos, querem que tudo dê certo, não querem repetir os erros vistos em suas famílias e amigos. Me encanto com o empenho destes jovens esclarecidos, bombardeados por informações, mudanças, buscando encontrar equilíbrio em suas vidas, lutando juntos para fundar o casal e futura família. Basicamente o que os leva a terapia, é o temor de não terem sido capazes de escolher um parceiro, que componha com eles, e serem rejeitados ao se mostrarem como são. Toda relação é construída pela confirmação de que somos aceitos e amados como somos. Estes casais estão aprendendo a se conhecerem como pessoas, através do outro, ao se conhecerem podem se articular dentro da relação. Pela ansiedade, se atropelam não se percebendo e atribuindo suas dificuldades a incompreensão do companheiro. A maior queixa que percebo na clínica, é a incapacidade de ver o companheiro como uma pessoa diferenciada, que traz costumes, princípios, histórias de vida próprias o que exige um esforço na compreensão desta diferença, não como um impasse, mas como uma composição. Ao compor com as diferenças, abre-se um novo caminho a futura geração, promovemos uma nova síntese de toda esta experiência.

PIT - Você deve ter historias curiosas... Pode nos contar alguma?
ZS -
Um casal me procurou alguns meses antes do casamento, percebendo que tinham diferenças relativas a maneira como cada um desejava realizar este casamento. No entender da noiva deveria ocorrer com todos os rituais, religiosos e festivos, no entender do noivo, o casamento civil bastava. A festa de casamento era naquele momento um tema de impasse, havia também a questão religiosa das diferentes crenças das famílias. O que me fez pensar sobre a preocupação deste jovem casal de como lidar com estes primeiros impasses da relação a dois. Foram encaminhados por um parente, que também procurara ajuda antes de oficializar o casamento. Comentei que inaugurava em minha clínica uma nova proposta: uma terapia que visava a "preparação para o casamento". Algo com um sentido profilático, tipo, “precisamos nos preparar” para "sabermos se daremos certo". Situação que me fez refletir sobre o receio de errar, o medo do sofrer. Não entendendo uma experiência de vida como uma construção, mas com algo mais imediato onde se tem que acertar ou errar.

PIT - Qual a sua sugestão para os pais que tem filhos que estão namorando ou que querem se juntar?
ZS -
Este é outro tema complexo. Pais com filhos jovens devem estar atentos, na medida do possível. Devem acompanhar os movimentos de seus filhos, atenção é sinônimo de cuidado e amor. Ao receberem os parceiros de seus filhos, tornam-se mais próximos destes novos elementos da família, o que permite diálogo. O que se tem observado em nome da privacidade dos filhos, é uma certa "compreensão" e distanciamento. Nem todos os pais acham natural, que seus filhos exerçam sua vida sexual dentro de casa. Poder se posicionar quanto aos seus conceitos morais, éticos, religiosos permite uma relação franca e adulta de ambas as partes. Sobre o morar junto, aponta para o desejo de mudança de status, de filho dependente, para aquele que deseja criar sua própria casa, sua própria família. Para isto, será preciso estar preparado emocionalmente, financeiramente. Estando o jovem casal pronto para bancar este novo empreendimento, os pais devem dar seu voto de confiança. Dizem que se criam os filhos para o mundo, um dia eles crescem e irão formar novas famílias, é o destino da humanidade.

PIT - Zeila, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
ZS -
Nós como pais ou como avós, ficamos perplexos diante das mudanças de costumes deste mundo contemporâneo. Sabemos que dentro da família sempre ocorreram conflitos, divergência de opiniões, ressentimentos. Em cada família existe um sistema de crenças e um elo poderoso, que a une, sentimentos amorosos, de respeito, de consideração.
Os novos entendimentos serão construídos, na medida em que se resgatem estes valores entre pais e filhos.




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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Shalom!
O Papo de hoje é com um jovem ator que está fazendo o maior sucesso no papel de Renato Russo.
Com vocês.... Bruce Gomlevsky !


PIT - Olá Bruce! Um prazer tê-lo aqui no Papo em Comunidade!
BG -
Olá Patricia!

PIT - Para começar, conte um pouco da sua trajetória...
BG -
Me formei em teatro pela CAL (Centro das Artes de Laranjeiras). Mas tudo começou na escola. Estudei minha vida toda no Colégio Andrews e lá é uma escola com tradição em teatro. Vários nomes famosos estudaram lá, como Miguel Falabella e Marisa Monte, por exemplo.

PIT - Como você se interessou pelas artes cênicas?
BG -
Bom, sempre gostei de artes em geral. Aos nove anos tocava bateria, na verdade meu lado artístico começou com a música. Mas como falei, foi na escola que descobri o teatro, tive aulas com Gustavo Gasparini e aos 15 anos tudo começou efetivamente.

PIT - Você já fez TV , teatro e cinema. O que te dá mais prazer?
BG -
Gosto de tudo! Adoro TV, cinema e teatro. Como espectador, adoro cinema, as maiores interpretações estão no cinema, nos clássicos. O teatro é um lugar onde eu posso criar, produzir. O teatro é a raiz, a base onde se pode exercitar, experimentar. Não entendo um ator que não faz teatro. Vivenciar o “ao vivo” é importante. Mas adoro fazer os três!

PIT - “Renato Russo” é um sucesso de público e crítica. A que você atribui este sucesso: a história, o personagem, sua performance ou tudo junto?
BG -
É uma confluência de fatores. É um tema que gera curiosidade. Todos querem saber sobre Renato Russo. E, modéstia à parte, acertamos na mão: a banda, luz, direção, cenografia, tudo muito afinado. Foram dois anos de pesquisa e imersão que resultaram num trabalho muito sincero, honesto.

PIT - A produção também é sua. O que te levou a montar esta peça e qual o maior desafio em produzir teatro no Brasil?
BG -
É a minha quinta produção, todos acham que comecei agora mas estou na luta há sete anos, nas primeiras produções tive que vender carro, pegar empréstimo... Mas desta vez foi diferente, de cara consegui patrocínio. A idéia surgiu quando minha esposa Julia Carrara me deu o livro “O Trovador Solitário” do Artur Dapieve, sobre a história do Renato Russo e ali me veio a idéia de montar um espetáculo sobre ele. É difícil produzir teatro no Brasil, mas eu gosto, é uma forma de se realizar o próprio trabalho. Eu faço tudo! Teve um projeto que fui a 300 empresas!! Com o “Renato Russo” foi mais fácil, tive sorte!

PIT - Como foi o laboratório da peça? Alguma curiosidade que você possa contar?
BG -
Assisti tudo do Renato: entrevistas, shows, depoimentos, falei com amigos, família, integrantes da banda estive no apartamento dele em Ipanema, que está praticamente como ele deixou, como fã fiquei muito emocionado ver os livros, instrumentos e objetos dele. Fiz aula de canto e fono, foram dois anos de pesquisa. Durante este processo, sonhei muito com o Renato. Um contra-regra disse que viu uma vez, no teatro, um vulto que parecia ser ele. A Carmem Teresa, irmã do Renato, diz que ele tá vendo tudo. Eu costumo pedir “permissão” ao Renato antes das peças, é uma energia muito forte que estamos trabalhando. A gente tenta mostrá-lo com um ser humano multifacetado e não caricaturado.


PIT - Falando na irmã, como foi a reação da família do Renato Russo quando viu o espetáculo?
BG -
Foi ótima!! Fiquei próximo deles, tive uma relação muito boa com o Giuliano, (filho do Renato) ficamos amigos. Ele me disse uma vez, algo que me marcou muito: “Bruce, você não é o meu pai, mas você disse tudo que eu precisava ouvir”. A irmã, Carmem Teresa, assistiu a peça 11 vezes e quando fui a Curitiba, reduto da família Manfredini, todos foram me assistir.

PIT - Você também vai participar de uma montagem do TIC (Teatro Israelita de Comédia). O que você pode nos adiantar?
BG -
É um texto israelense super bonito “Ele caminhava pelos campos”, a história se passa nos anos 40, primórdios dos Kibutzim, quando se tinha uma ideologia bacana, diferente dos dias de hoje. Vai ser apresentado em breve, aguardem!

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
BG -
Ah! Muita coisa! Sou um iniciante, um aprendiz, quero fazer tudo, chegar aos 70 anos de carreira. Tenho vontade de representar vários personagens de Shakespeare, por exemplo. O que me move são os desafios e a paixão em representar. Sou apaixonado por boa dramaturgia independente do gênero.

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
BG -
Obrigado a você Patricia e gostaria de convidar quem ainda não assistiu Renato Russo e para quem já assistiu, ver de novo, no Teatro João Caetano, de sexta a domingo, sexta e sábado as 19:30 e domingo 18:30 com preços populares, até o dia 19 de outubro. Espero vocês lá!




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quinta-feira, 4 de setembro de 2008



Shalom!
Uma grande idéia merece atenção. E poder torná-la realidade é muito gratificante.
Aline Cohen conta sobre a realização da sua grande idéia!
Aproveitem!


PIT - Olá Aline, bem vinda ao Papo em Comunidade!
AC -
Olá Patricia!

PIT - Para começar conte um pouco sobre você, sua formação...
AC -
Sou formada em desenho industrial pela Puc - Rio, e trabalhei durante muitos anos para uma agência de design de produtos e merchandising, a Tátil Design. Hoje, após ter feito alguns cursos relacionados a design de brinquedos, passei a me dedicar exclusivamente à criação e desenvolvimento de brinquedos para crianças com necessidades especiais. A Bandeja Brincante, foi o primeiro brinquedo industrializado e patrocinado por doadores para hospitais públicos, como INCA, Hemorio, Hospital dos Servidores e IPPMG - UFRJ.

PIT – Falando em bandeja brincante, explique para nós, do que se trata?
AC -
A "Bandeja Brincante" é um brinquedo que foi desenvolvido para crianças hospitalizadas, em qualquer situação de espera ou impossibilidade de locomoção. Esta, por se comportar como uma bandeja pode ser usada em cadeiras, leitos e até como suporte para refeições e leitura. Em sua parte superior possui um Kit Lúdico, com uma lousa para desenho livre e um kit de peças imantadas, onde a criança exerce sua criatividade a cada vez que brinca.

PIT - Como surgiu esta idéia?
AC -
A idéia surgiu após uma visita ao projeto social Brincante, cujo sou colaboradora desde 2007. Este acredita que o brincar pode não só atenuar o sofrimento físico e psíquico de crianças hospitalizadas, mas como também pode ajudar na cura das mesmas. Em muito pouco tempo de visita, observei que as crianças que faziam quimioterapia, precisavam ficar de 4 a 6 horas sem poderem se locomover; assim pensei, se elas não podem ir até a brinquedoteca, que a brinquedoteca venha até elas. O objetivo inicial não era criar um novo brinquedo era criar uma nova oportunidade de brincar.

PIT - Qual a sensação de ver um projeto seu “ganhar vida”?
AC -
Não tenho palavras. Realmente esse projeto não é um simples produto que estou produzindo e vendendo, é a realização de um sonho. Durante um ano, desenvolvi o brinquedo conciliando com o meu outro trabalho, na agencia Tátil Design. Quando percebi o quanto este tipo de projeto me sensibilizava comecei a me dedicar exclusivamente para o desenvolvimento de projetos para crianças especiais.

PIT - Você tem outros projetos?
AC -
Tenho, mas ainda estão no papel. Acredito que meu próximo produto será uma adaptação da Bandeja Brincante para adolescentes. Este público, infelizmente, não tem muita atenção dos que buscam fazer algum trabalho social em ambiente hospitalar.


PIT - Qual o seu sonho?
AC -
Ter força e apoio para continuar me dedicando a criar estes brinquedos.

PIT - O que você diria para as pessoas que tem alguma idéia e não tocam para frente?
AC -
Diria que para realizar um sonho precisamos passar por lutas diárias. Quando se tem uma meta, às vezes, aparecem obstáculos que nos fazem pensar em desistir. Confesso que em alguns momentos isso aconteceu comigo. Mas quando somos motivados pelo desejo, essas dificuldades nos ajudam a ter certeza aonde queremos chegar.
Sem dúvida, incentivo qualquer tipo de iniciativa de trabalho onde a maior motivação é o desejo.

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui a sua mensagem!
AC -
Gostaria de agradecer imensamente o grupo Simchá da Wizo pela força e incentivo!!! São atitudes como esta que me dão energia para continuar.
Um forte abraço!



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