quinta-feira, 30 de outubro de 2008



Shalom!
O Papo de hoje é com Vice Presidente Executivo da Federação Israelita de São Paulo:
Ricardo Berkiensztat.

PIT - Olá Ricardo bem vindo ao Papo em Comunidade! Atualmente você é o vice-presidente executivo da Federação Israelita de São Paulo e participa também de outras instituições judaicas. Como começou seu trabalho comunitário?
RB
- Iniciei minhas atividades comunitárias no Movimento Juvenil Netzah Israel, onde fui madrich e participei da Diretoria. Fui um dos coordenadores do Conselho Juvenil Sionista e, através deste, fui convidado a participar da Diretoria da Fisesp na gestão do presidente Jayme Bobrow. É importante ressaltar que meu avô, Carol Goldenstein foi um grande ativista comunitário tendo participado de inúmeras entidades de nossa comunidade.

PIT - Dentre os projetos que você realizou na FISESP o que foi mais gratificante?
RB -
Sempre digo que o grande projeto que participei foi a Marcha da Vida. Tive a honra de ser o primeiro madrich da Marcha da Vida na Polônia e em Israel em 1992. Ajudei a criar a Marcha da Vida Regional em 1993 e hoje vemos este projeto massificado com a participação das escolas judaicas através do apoio do Fundo Comunitário e a certeza que o Holocausto jamais será esquecido pelas novas gerações impossibilitando revisionistas de atentarem contra a memória de nossos mártires.

PIT - Qual o maior desafio para a Federação?
RB -
Como sempre digo, ser judeu nunca é monótono. Cada dia temos um novo desafio. Vencer a batalha da informação em relação a Israel é um grande desafio, bem como termos uma representação correta de nossa comunidade perante as autoridades públicas. A Federação passa por um momento de transformação, com mudança estatutária e de gestão. Estamos incrementando ainda mais a profissionalização da entidade e esperamos que as demais, que ainda não iniciaram este processo, sigam o mesmo caminho. Outro grande e perene desafio é o de viabilizar financeiramente todos os projetos que julgamos fundamentais para a comunidade.

PIT - Qual a importância do relacionamento da Federação com os políticos brasileiros?
RB -
O principal papel da Federação é o de ser o interlocutor da comunidade judaica do Estado de São Paulo com os poderes constituídos. Temos excelente relações com o Governo do Estado, com as Prefeituras Municipais, poderes legislativos e Judiciário, além das ONGs que militam em nosso Estado. A comunidade judaica contribui e muito com a sociedade maior invocando um dos pilares de nosso povo que é a Tzedacá, Justiça Social.

PIT - É importante a comunidade ter um representante dentro da política nacional?
RB -
Ter pessoas identificadas com a sua causa é sempre muito importante. Nem sempre o melhor representante é aquele que veio do seio da comunidade. Temos grandes parceiros que atuam lado a lado conosco na busca de bens comuns. Na última eleição para a Câmara Municipal de São Paulo, tivemos o privilégio de termos entre os eleitos grandes amigos de nossa comunidade e membros efetivos como Floriano Pesaro e Gilberto Natalini. A vereadora de Santo André, Dina Zakcer foi eleita vice-prefeita da cidade e o nosso grande amigo Israel Zekcer será vereador em Santo André. Portanto, é fundamental termos este nível de representação.

PIT - Como você vê a comunidade judaica brasileira atualmente?
RB -
Existe um grande movimento de retorno dos judeus às suas origens. Os pequenos ishuvim sofrem mais com a assimilação e a falta de recursos financeiros e humanos para terem uma vida judaica plena e satisfatória. Creio que as comunidades maiores como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre podem, através da CONIB, colaborarem mais com seus irmãos menores. Quanto à participação política, a CONIB nos representa muito bem obtendo o respeito da sociedade civil e fazendo valer o seu papel de entidade teto da comunidade judaica brasileira.

PIT - Para você qual a importância da Hasbará no Brasil? Como é possível ver os resultados?
RB -
Vejo pessoas bem intencionadas fazendo Hasbará. Falta uma estrutura mais centralizada, canalizando o potencial de todas estas pessoas para obter um resultado melhor. A Hasbará é um instrumento importante na defesa do Estado de Israel. Cito alguns bons projetos nesta área como o site “De olho na Mídia”, criado sob o apoio da Federação Israelita e os portais de Internet “Pletz” e “Net Judaica”, que muito difundem notícias de Israel.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
RB -
Muita coisa. Creio que estamos apenas iniciando um trabalho. Gostaria de ver a comunidade mais organizada, como entidades estabilizadas financeiramente e vejo a necessidade de uma maior aproximação entre as entidades para evitar sobreposição de atividades. Outro foco permanente é aumentar nossa participação na vida de nosso Estado através de projetos conjuntos com a sociedade maior.

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
RB -
Peço para que cada vez mais pessoas se engajem neste trabalho e possam colaborar com a causa judaica e sionista.






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quinta-feira, 23 de outubro de 2008






Shalom,
O Papo de hoje é com uma judia de coração que se propôs a ensinar o que foi o Holocausto.
Peço a atenção de todos:
Com a palavra, Ana Parreira!

PIT - Olá Ana, bem vinda ao Papo em Comunidade!
AP -
Olá, Patrícia. Fico muito contente por este espaço.

PIT - Qual a sua formação? Conte um pouco sobre você ...
AP -
Fiz o curso de Letras incompleto em Jaú, perto da cidade de Bariri, estado de SP, onde eu nasci. Depois fui para Campinas, onde fiz Publicidade e Propaganda na Puccamp, curso este que terminei na Casper Líbero em SP. Trabalhei com Mauro Salles em sua agência, e na Norton Publicidade. Ao me casar e ter o primeiro filho, retornei com meu marido a Campinas onde fiz Psicologia. Nesse tempo, trabalhei como secretária executiva bilíngüe em multinacionais e depois, como psicóloga, na CPFL, na Delegacia da Mulher e em outras. Também fui (e ainda sou) tradutora e revisora, tendo traduzido cerca de 20 títulos estrangeiros. Hoje, trabalho como psicóloga exclusivamente com dois temas (ou melhor, fatos), o assédio moral no trabalho e o ensino do Holocausto. É uma missão, mais do que um trabalho.


PIT - Quando e como começou o seu interesse em trabalhar o Holocausto?
AP -
Foi meio sem querer, algo que surgiu de meus estudos sobre assédio moral, que é uma forma de perseguição intencional, cruel e sistemática, que adoece as pessoas e que primeiro as descaracteriza, depois exclui e mata indiretamente (demissão, doenças etc.) – tentando não deixar vestígios. Nos textos, falava-se em genocídio. Fui conferir e daí comecei a estudar o Holocausto. Nunca mais parei de trabalhar este assunto, todos os dias. Com poucos recursos que tinha, eu consegui livros usados nacionais e estrangeiros, bem como filmes. Há 3 anos eu assisto a um filme por dia, leio e pesquiso tudo que posso.

PIT - Falando em assédio moral, qual a relação deste com o Holocausto?
AP -
Entendo que as práticas perversas de perseguição no assédio moral podem ser muito melhor compreendidas vendo o Holocausto. Nesse estudo, já encontrei 73 semelhanças (ou coincidências) entre as práticas de perseguição da época do nazismo e de hoje, na sociedade moderna. Mas o estudo do Holocausto em si é o que me atrai diariamente. Por que tanta perseguição aos judeus? Como no assédio moral, por que eu sou perseguido? Esta é a primeira pergunta que uma vítima de assédio faz a si mesma. Quem responde é Tim Fields, engenheiro inglês que foi muito perseguido no trabalho e fundou o site Bully Online. Ali está a pergunta "Why me?" (por que eu?). E a resposta de Tim: "Short answer. Only the best are bullied." (curto e grosso: só os bons são perseguidos). Isso me chamou muito à atenção. Assim também os judeus são perseguidos por uma série de razões que apontam para o mesmo centro: são muito bons e muito esforçados no que fazem. Primam pela excelência, gostam de estudar, se refazem e se reconstroem do nada (veja o exemplo de muitos sobreviventes). Outra coisa. Uma vítima de assédio às vezes é perseguida porque simplesmente está bem consigo mesma. Isso causa insegurança, por exemplo, a um superior que não tem certeza sobre si mesmo. Causa inveja. Sabemos que a inveja é o ódio de si mesmo, projetado no Outro. Um alvo de assédio, tal como os judeus, é o Outro. Os judeus são felizes da forma como são, não precisam mudar nada em suas tradições, de maneira geral. Esse é o ponto. Veja o filme "A Guerra do Fogo". Um bom funcionário, qualificado e esforçado, faz o seu próprio fogo. Os judeus também fazem o seu próprio fogo. Mas há os que preferem roubar o fogo, a tentar esforçar-se por atritar as pedras e conseguir luz própria. Então, tentam ter luz – fogo – roubando-a dos outros e ainda destruindo-os, para não lhes fazer sombra. Acho que é isso que acontece aos judeus há milênios. A perseguição ao ATO DE PENSAR POR SI MESMOS.

PIT - Você é autora de "Assédio Moral - Um Manual de Sobrevivência". Conte-nos um pouco deste livro...
AP -
Ah... Espero que o livro fale por si. É como um pão. Você não fala sobre o pão, você experimenta. Então, você pode dizer se é bom ou não. Tenho tido um excelente retorno desse trabalho. O livro foi feito para tentar ajudar a vítimas de assédio e aos profissionais em torno dela, pois eu passei pela experiência e não desejo a ninguém. Pode ser encontrado nas livrarias, mas se não encontrarem, quem quiser pode entra em contato comigo. A venda do livro também ajuda a continuar esse trabalho e o ensino do Holocausto. É uma forma de resistência, a mesma que você vê no levante do Gueto de Varsóvia. Se eu tiver de ser eliminada do trabalho (como fui, por assédio), prefiro morrer em pé e deixar meu recado. Foi o que eu fiz...

PIT - Para você qual a importância de se ensinar o Holocausto?
AP -
Bem, isso daria um livro. Mas por enquanto, vou citar apenas quatro motivos por que o Holocausto é importante ser conhecido.
Primeiro, o Holocausto é, para mim, o código genético do comportamento humano, da raça humana. Como diz Zygmunt Bauman (que felizmente veio pôr em palavras algo que eu não conseguia expressar), o homem contém em si as duas possibilidades, do bem e do mal. São as duas faces de uma mesma moeda. E sem revisitar o Holocausto, somos sujeitos a cometer os mesmos erros. Certamente, o Holocausto pode acontecer de novo, sim, ainda mais depois que o nazismo abriu um perigoso precedente, o maior genocídio da história da humanidade. Mas só podemos tentar evitar conhecendo os erros do passado. Não é à toa que os sobreviventes sempre estão a dizer "Para que nunca mais se repita".
Segundo, o Holocausto interessa a toda e qualquer profissão. O Holocausto é uma lição, dividida em milhares de mini-lições, para qualquer ser vivo. Amplia a visão de mundo de uma forma assustadora. Revela a força e as fragilidades do homem. Um dia, quero dar um curso sobre o Holocausto para PAIS e MÃES. Muitas mães, na época, deslumbradas com o nazismo, ou simplesmente por sobrevivência, estimularam os filhos – que seriam pessoas normais, em outras circunstâncias – e entrarem para o partido nazista e foi aí que eles se transformaram em cruéis torturadores e assassinos. Uma lástima. Eles poderiam ter sido mais felizes e também ter feito muito menos pessoas em sua volta infelizes.
Terceiro (e há muito mais motivos), o Holocausto é o único período que, de uma maneira trágica, é verdade, foi registrado passo-a-passo, inclusive pelos próprios perpetradores. Nenhum outro genocídio foi contado antes, nem pelos sobreviventes ou famílias das vítimas, nem pelos seus algozes, de maneira tão detalhada e farta em documentos como o Holocausto. Nenhuma experiência humana antes foi tão minuciosamente escrita e revelada. Se não aproveitarmos para aprender agora, significa que o homem ainda terá muito a sofrer no futuro, por ter memória curta em relação ao passado. (e olhe que o Holocausto ainda nem é passado – muitos que o experimentaram, de ambos os lados, ainda estão vivos).
E, quarto, o Holocausto ensina a destruir. Fazendo o caminho inverso, a partir desse conhecimento, podemos talvez aprender a construir, o que é muito mais difícil – porém é o melhor caminho a ser trilhado.

PIT - Você tem algum método próprio?
AP -
Eu me guio sempre pelas melhores fontes que posso encontrar, como os manuais do Teacher´s Guide, as diretrizes do Yad Vashem, do Museu do Holocausto, Simon Wiesenthal Center e outros. Dessa forma, ensinava o Holocausto sempre desde o início, começando pela ascensão do nazismo e chegando até o dia da libertação pelos Aliados. Mas, com o tempo, pensei em começar a mostrar o Holocausto (e a II Guerra Mundial) de trás para diante. Mostrar primeiro as cidades destruídas, a Europa inteira destruída, o resultado do genocídio alastrado como uma epidemia, as infinitas práticas sutis e perversas antes da "solução final", as mortes com que foram "premiados" tantos oficiais alemães que foram eliminados por capricho, ao menor sinal de insatisfação do "Führer", como era difícil a vida durante a guerra e durante o Holocausto, dentro ou fora dos campos de concentração. O medo constante, a fome, os bombardeios, as doenças, as deportações. Depois, sim, ir voltando no tempo. Não para justificar, mas para simplesmente ver como aconteceu. Além disso, eu faço uma pesquisa de rua para ver o que as pessoas sabem e/ou pensam sobre o Holocausto. É a partir das respostas eu vou reformulando a forma como introduzir essas questões em um curso. Eu não sou historiadora e o meu não é um curso de História, e sim, uma forma de pessoas comuns reavaliarem sua própria responsabilidade em cada mínimo ato do cotidiano. Muitas execuções de pessoas inocentes começaram, por exemplo, com uma simples fofoca ou denúncia de um vizinho.

PIT - Você teve ou tem resistência por parte de pessoas/instituições em tratar deste assunto?
AP -
Tive várias, inesperadas e as mais diversas. Mas tudo tem sido um aprendizado. Algumas são bem sutis, mas visíveis para quem estuda o Holocausto. Elas vão desde portas fechadas de algumas escolas até a falta de resposta para meus pedidos de apoio. Eu não posso continuar esse trabalho sozinha, pelo menos não como ele deveria ser feito. Elas também vão desde manifestações explícitas de irritação até polidas respostas de que "vão estudar o assunto" e tudo cai num vazio. Eu hoje faço parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Campinas, mesmo não sendo advogada, e ali fui para introduzir as causas do assédio moral e do Holocausto. Tive uma boa acolhida e pude fazer amigos na comissão, alguns já até fizeram um curso de Holocausto comigo. Outros já foram comigo a celebrações sobre o Holocausto, pela primeira vez, e isso os tornou mais sensíveis ao assunto. Eu não tenho vínculo acadêmico e, para alguns, isso é um impedimento. Eu tenho um bom conhecimento do Holocausto (jamais o suficiente), bem como vontade de implantar um curso com um pouco mais de energia. Mas falta-me, às vezes, um simples folder. Ou meios de divulgar. Ou um computador mais atualizado. Sou como aquele homem da periferia que resolveu montar um cinema na garagem de sua casa, com material feito de sucata, e conseguiu. Penso que também vou conseguir e por isso continuo. Enquanto isso, os neo-nazistas são patrocinados, apoiados e incentivados. Então, o tempo perdido de um lado, e o tempo cada vez mais bem aproveitado pelos neo-nazistas, isso já é capaz mostrar a situação qual é, ou seja: a intolerância ainda tem mais espaço do que a boa vontade de alguns para combatê-la. Mas isso faz parte.

PIT - O que você acha daqueles que negam a existência do Holocausto?
AP -
Acho uma perda de tempo – deles e de nós que sabemos ser isso verdade. Mas como, felizmente, tem muita gente boa perdendo seu precioso tempo, obrigatoriamente, para refutar os "negacionistas" ou "revisionistas", concentro-me no ensino do Holocausto em si. Em todo caso, tenho certa pena dos que preferem fazer o papel de tolos e sair por aí fazendo discursos sobre a não existência do Holocausto, pois imagino que estes, no período nazista, também não seriam poupados. A qualquer escorregadela que dessem, também seriam executados por "traição". Enfim, ser tolo também é uma escolha do ser humano e alguns querem ir por esse caminho.

PIT - Qual a sua relação com o judaísmo?
AP -
Minha relação com o judaísmo, hoje, é de encantamento, de tímida e prazerosa aproximação. Lá no fundo, eu sinto que é um encantamento definitivo, para o resto da vida. Fui criada na religião católica, quando era menina. Fui procurar outras religiões e fiquei muito tempo no budismo, que respeito bastante, inclusive conheci de perto o Dalai Lama, um homem santo. Mas também ali não era exatamente o meu lugar. Eu tenho uma imagem, como se fosse um sobrevivente de um campo, e conseguisse retornar à sua aldeia depois de muitos anos, e saísse a caminhar pelas ruas tentando reconhecer o lugar em que viveu no passado. Então via uma casa, e outra, e pensava: Será que esta é a minha casa? Mas uma atrás da outra, cada religião que eu procurava não era o meu lar, "my home". Nesse sentido, eu já estava me habituando a ser uma "homeless" - e isso me inquietava um pouco. Até que penso ter encontrado a casa verdadeira (o judaísmo), porém ela está ocupada e seus habitantes não me reconhecem o que, dadas as circunstâncias, acho natural. Mas só de localizar a casa já fico muito feliz. Se eu tivesse conhecido o judaísmo quando pequena teria sido muito bom. Mas fui conhecer só agora, então estou aprendendo. Faço um curso sobre o Shabbat, e guardo – como posso – o Shabbat e outros feriados judaicos. Mas ainda não tenho acesso a nenhuma sinagoga. Muitos amigos judeus de São Paulo, Rio e até João Pessoa me dão dicas. Eles me mandam textos, ensinam sobre os costumes, práticas e expressões. Assisto muitos filmes. Leio muito. Sei recitar o Kaddish e cantar Hatikvah. O primeiro dia em que eu ouvi o hino de Israel foi uma celebração. E um dia muito feliz foi o dia em que consegui adquirir uma mezuzah e a coloquei em minha porta. Um amigo me deu a Siddur, e um dia eu ainda quero ter uma Torah para ler em casa, mesmo se não puder freqüentar uma sinagoga por enquanto (estou em Campinas). Mas isso tudo é muito recente. Eu ainda tenho muito que aprender.

PIT - Você chegou a pesquisar sobre o seu sobrenome?
AP -
Bom, meu tio avô, Alceu Martins Parreira, que era presidente do extinto IBC em Santos, costumava viajar e pesquisar sobre nossa família Parreira. Ele me enviou várias cartas, antes de falecer, contando que minha família materna "começou" em 1540, em Angra do Heroísmo, nos Açores, com um sujeito chamado Antão Martins Parreira. Na época, eu não liguei esse fato com nada. Mas hoje, sabendo que os judeus em Portugal foram forçados a se converterem, eu fico imaginando que esta seja uma pista do que pode nos ter acontecido. Pois nenhuma família "começa" do nada. Há outras pistas também sobre meus antepassados, de sobrenome europeu, que teriam vindo para o Brasil entrando por Minas ou Goiás, e lá tiveram ou trabalharam em uma fazenda. Ainda estou pesquisando, embora sejam pistas muito vagas. Mas no fundo, eu fico feliz por imaginar que sou judia – e me sinto judia desde essas descobertas.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
AP -
Tudo gira em torno do estudo e da transmissão do Holocausto hoje. Eu gostaria de poder montar um curso de um ano e outros cursos menores, sem tanta dificuldade. Gostaria de poder visitar, sem pressa, alguns locais como Auschwitz, Lods, os museus, o Yad Vashem, o Simon Wiesenthal Center em Viena, ou na Argentina. Tenho já uma pequena rede de pessoas que, com o meu trabalho, acabaram por se interessar pelo Holocausto e algumas, possivelmente, até iriam comigo e eu gostaria de guiá-las numa viagem depois. Desde adultos até jovens. Uma de minhas primeiras alunas de um curso de Holocausto que eu dei tem 17 anos e quer ser historiadora. Ela me acompanha em tudo, até hoje. Eu lhe dou livros para ler e ela gosta muito. Ela trouxe uma colega, também com 17 anos, que trouxe o pai, um professor de matemática. Eu os levei na Jornada do Holocausto, que foi feita pelo LEER-USP em São Paulo. Acho que este é um dever e um prazer. Também gostaria de traduzir livros e textos sobre Holocausto para o português. De ter uma coluna em um site sobre Holocausto e de fazer, quem sabe, meu próprio site. Mas, principalmente, eu sonho em montar um curso sobre o Holocausto, como falei, para pais, mães e professores – bem como cursos dentro de algumas empresas. Acontecerá, quando eu tiver o devido apoio para isso. Por enquanto, dou alguns cursos pequenos (dois dias) em um conjunto no meu prédio, para poucas pessoas.

PIT - Ana, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado.
AP - Eu é que agradeço pela oportunidade de mostrar o meu trabalho à comunidade judaica e a outros. O recado que eu deixo se resume em uma frase já conhecida, "Tikum Olam": torne o mundo melhor do que estava quando você o encontrou.
Quem quiser ser um apoiador deste trabalho pode entrar em contato: anaparreira@uol.com.br – telefones: 19 – 3235.1815 ou 9185.0015
Shalom!



Ana Parreira e o artista plástico alemão Horst Hoheisel, que faz monumentos sobre o Holocausto





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quinta-feira, 16 de outubro de 2008




Shalom!
Em época de primavera, que tal um Papo com uma fotógrafa de flores?
1, 2, 3 e Click!
Nadine Joory!

PIT - Olá Nadine! Bem vinda ao Papo em Comunidade!
NJ -
Obrigada Patricia.

PIT - Como começou o seu interesse pela fotografia?
NJ -
Meu interesse começou na adolescência, quando fazia balé... Na época fotografei o Baryshnikov fazendo um ensaio aberto e ia para o Municipal fotografar. Também tirava fotos no Jardim Botânico e das pessoas ao meu redor.

PIT - Você direcionou as suas fotos para as flores. Como se deu esta escolha?
NJ -
Essa escolha se deu quando eu fui morar em Montréal (Canadá) e trabalhei numa floricultura. Daí para fotografá-las foi um pulo!

PIT - Você já registrou mais de três mil imagens de flores. Qual a flor mais te impressionou?
NJ -
Adoro fotografar as Peônias (que não tem no Brasil infelizmente) e as Dahlias. Flores com muitas pétalas são um colírio para a lente e os olhos.

PIT - As suas fotos são de flores de vários lugares do mundo. Algum momento te marcou mais? Você tem alguma história curiosa para contar?
NJ -
Quando fui ao parque de Keukenhoff na Holanda para fotografar as tulipas. É algo absolutamente deslumbrante!
E quando uma menina de 5 anos achou estranho eu fotografar flores, ela me olhou curiosa e me perguntou o que aconteceria se a flor não dissesse "smile!"
(para aparecer sorrindo na foto ). Eu caí na gargalhada.

PIT - Você está em busca da imagem ou da flor perfeita?
NJ -
Na verdade, todas as flores são perfeitas. Fazer dela uma imagem perfeita, é que é bem mais difícil.

PIT - Você já publicou algum catálogo com as flores?
NJ -
Publiquei calendários durantes alguns anos, mas nenhum catálogo.

PIT - Além das fotos você produz objetos com as imagens. Que tipos de objetos são?
NJ -
São porta copos, caixas, imãs, cadernos, marcadores de livros, latas de CD...

PIT - Você acredita que o seu trabalho é uma forma de imortalizar as flores?
NJ -
Eu acho que a imagem traz uma alegria, uma harmonia... Então de certa forma ela transmite o mesmo sentimento que a flor em si (tirando somente o prazer do olfato).

PIT - Qual a sua flor preferida?
NJ -
Adoro as tulipas! Lá fora a variedade é muito grande.

PIT - É verdade que cada flor tem um significado?
NJ -
Dizem que as cores das flores tem um significado, mas eu não presto muita atenção a isso. A intenção é que dá o significado...

PIT - Atualmente onde podemos ver suas fotos?
NJ -
Tenho o meu site http://www.nadinejoory.com.br/ e até o dia 25 de Outubro na exposição “A procura de flora” na Galeria Ateliê FMourão. Fica na Rua Saturnino de Brito 67, no Jardim Botânico. De segunda a sexta das 10hs as 19hs e sábado das 10hs as 17hs.

PIT - Nadine, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
NJ -
Obrigada a você Patricia! Espero que vocês gostem do trabalho e da exposição. Aproveitem e acessem o site http://www.nadinejoory.com.br/ e mandem um cartão de flor virtual a uma pessoa especial!





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quinta-feira, 9 de outubro de 2008





Shalom!
Você já ouviu falar em Trochembrod?
Na próxima semana chega ao Brasil Avrom Bendavid-Val, que pesquisa sobre esta cidade judaica que foi exterminada pelos nazistas.
O Papo em Comunidade teve a honra de entrevistá-lo, em primeira mão!
Aproveitem!

PIT - Avrom um prazer entrevistá-lo no Papo em Comunidade!
ABV -
Querida Patricia, o prazer é meu.

PIT - Para começar, conte um pouco sobre você...
ABV -
Meu avô, o rebe Moshe David Beider, era o rabino chefe e uma espécie de prefeito de Trochenbrod durante a Segunda Grande Guerra. Meu pai nasceu lá e emigrou para a Palestina (Israel), como um halutz , um pioneiro, em 1932 . Lá, ele mudou o sobrenome para Bendavid (filho de David) para homenagear seu pai, conheceu minha mãe e os dois se mudaram para os Estados Unidos em 1939. Eu nasci em Washington, DC. Trabalhei com o desenvolvimento econômico e como especialista em administração ambiental nos países em desenvolvimento. Aposentei-me ano passado e passei a dedicar tempo integral para escrever um livro sobre Trochenbrod, mas, enquanto fazia a pesquisa para o livro, fui me envolvendo com a procura dos nomes das pessoas de Trochenbrod e seus descendentes (a quem chamo de Trochenbroders) nas Américas do Norte e do Sul. Foi crescendo a idéia de fazer um grande encontro mundial dos Trochenbroders da diáspora, previsto para o ano que vem, em agosto, no local onde existiu a cidade. Estou trabalhando também no projeto de um documentário e depois o livro.

PIT – Falando em Trochenbrod conte-nos um pouco desta cidade e por que você decidiu pesquisá-la?
ABV -
Trochenbrod era uma pequena cidade estabelecida numa área inóspita que se tornou um centro comercial com cerca de 5000 almas. O nome Trochenbrod foi dado pelos judeus, porém, o nome que constava nos mapas Ucranianos e Poloneses era Sofiyuvka. Localizada na província de Volyn, a 40 km de Lutsk. Em agosto e setembro de 1942 TODOS os moradores de Trochenbrod foram assassinados pelos nazistas, mas, antes, tiveram de cavar suas próprias covas. Nada da cidade sobrou. Após a guerra, os soviéticos fizeram fazendas coletivas de trabalho forçado (kolhoz) naquela área. Nunca falei muito com meu pai sobre a cidade dele. Após sua morte, comecei a pensar em Trochenbrod: Será que realmente existiu uma cidade com esse nome tão gozado? Onde ficava? Sabia que não sobrara nada da cidade... seria verdade? Mas onde ficava? Que tamanho tinha? Como funcionava comercialmente? E socialmente? Enfim, muitas questões vinham à minha mente. Como sempre viajei muito profissionalmente. Estive no leste Europeu (meados de 1990) e arrisquei tentar achar o lugar. Comecei a pesquisar e foi num centro de pesquisas Mórmon , em 1997, que obtive meios para poder viajar para lá. Muitas coisas mudaram desde então, mas encontrei história viva. A segunda grande guerra foi um marco divisor profundo e muitas pessoas idosas ainda se lembravam de Trochenbrod. Eu mesmo vi muitos sinais da vida judaica que um dia existiu por lá e, pela primeira vez na minha vida pude entender totalmente e pude também sentir a enormidade do fato de ter existido uma sociedade judia, vibrante, cheia de vida naquela área e que foi totalmente erradicada do mundo. Quando comecei a entender e saber mais sobre o que foi Trochenbrod, sabendo mais detalhes sobre sua história, vendo coisas, falando com pessoas, fui ficando fascinado pelo tema, o que me obriga até hoje a querer saber mais e mais.

PIT - Você esteve em Trochenbrod algumas vezes. O que você sentiu? Como está o lugar hoje em dia?
ABV -
Já estive lá por 8 vezes. Até já fiz amigos por lá: alguns são filhos ou netos de pessoas dos vilarejos vizinhos que ajudaram os nazistas a assassinar os Trochenbroders. Mas nosso encontro foi cordial e tenho tido um acolhimento muito caloroso sempre que vou. Eles também querem saber mais sobre a história da cidade que existiu ali. Eu procuro pensar no presente e no futuro, pois acho mais importante reconciliar e honrar a memória do passado junto com o povo do local, ao invés de cultivar motivos para o ódio. Procuro focar na vida, na comunidade, na energia, no serviço da região, na bondade do povo, na vitalidade que havia em Trochenbrod, mais do que na sua destruição. Ouvi muitas histórias sobre a vida em Trochenbrod. Hoje, como se pode ver nas fotos, você identifica Trochenbrod pela alameda de árvores e arbustos que marcam onde existiu a Grande rua da cidade. Há um monumento em homenagem às vítimas que foi erguido pelos israelenses em 1992.

PIT - O que você conseguiu com as pesquisas até agora?
ABV -
Aprendi muito, nem dá para falar aqui. Mas, vou resumir, contando um dos achados mais fascinantes sobre Trochenbrod, e eu só fiquei sabendo mais há um ano ou dois. Tenho muitas histórias fascinantes que guardarei para contar no nosso encontro na ARI dia 16 de outubro.

PIT - Durante este tempo pesquisando algum fato te surpreendeu mais? Alguma curiosidade que você possa revelar?
ABV -
Trochenbrod foi "unique" em toda história judaica, pois foi a única cidade (sem contar com Israel) repito, a única cidade totalmente judia. Foi criada por judeus em meados de 1800 e viveu sob os governos tanto da Polônia quanto da Rússia. Falavam Iddish e Hebraico moderno. Começou como uma cidade agrícola, mas cresceu e diversificou suas atividades. Produzia bens de consumo para as cidades vizinhas (Kolki, Lutsk, Rovno). Era diferente da maioria das outras comunidades judias da Europa. Era como se fosse uma cidade de Israel, mas no Leste europeu. Por ser totalmente judia, depois de seus habitantes terem sido mortos, nada sobrou da cidade, ninguém se interessou por reconstruí-la, não havia motivo, e todos os traços foram eliminados.

PIT - O filme “Everything is Iluminated” tem Trochenbrod como pano de fundo. O que você achou do filme? Você teve contato com o autor?
ABV -
A mãe do autor do filme e eu trabalhamos juntos nesse projeto Trochenbrod. Estou ajudando na pesquisa que ela faz para descobrir como o pai dela sobreviveu ao Holocausto. O autor, Jonathan Safran Foer participou do encontro de Trochenbroders em Washington, em abril desse ano. O livro usa uma variação do nome Trochenbrod e foi filmado em Volyn. Mas Jonathan é o primeiro a dizer que o filme é totalmente ficção, que nem o livro nem o filme contêm material verdadeiro sobre Trochenbrod e nunca pretenderam isso. Um efeito surpreendente é que o livro e o filme fizeram com que muita gente passasse a se interessar e a querer saber mais sobre Trochenbrod e suas famílias. Ficamos felizes com esse resultado.

PIT - Você vem ao Brasil. Quais as sua expectativas?
ABV -
Chego dia 14 de outubro no Rio de Janeiro para me encontrar com Trochenbroders e familiares. Um dos objetivos é o de promover o encontro de Trochenbroders, onde vou poder apresentar alguns slides sobre a História de Trochenbrod ; as pessoas poderão trazer e mostrar documentos, objetos , fotos e trocar histórias sobre a cidade; vamos também discutir o encontro lá em Trochenbrod , em agosto de 2009. Pretendemos fazer uma grande conexão entre Trochenbroders do mundo todo (Américas, Israel, Europa). Pretendo fazer entrevistas com os que vieram para o Brasil. Estou à disposição para outras apresentações, visitas, para entrevistas ou simplesmente para trocar informações entre descendentes e emigrantes de lá. Minha mais recente amiga e parente distante, Eliana Zuckermann, está me ajudando nessa tarefa e agendando tudo para mim.

PIT - Qual o seu maior sonho?
ABV
- Sonho número 1: Ter um maravilhoso encontro de Trochenbroders na ARI, dia 16 de outubro.
Sonho 2:.Ter um encontro maravilhoso entre Trochenbroders do Brasil, Israel e Estados Unidos em 2009.
Sonho 3: produzir o filme, um tocante e agradável tributo a Trochenbrod e seu povo, que o filme ajude a colocar Trochenbrod no lugar que merece na História Judaica.
Sonho 4: Lançar um livro que, complementado pelo filme, seja mais profundo no sentido de ampliar os conhecimentos sobre a vida e as pessoas daquela cidade. Que sirva de referência para as próximas gerações. Isso deve me manter ocupado por muitos anos e anseio pela realização desses sonhos. Tem sido extremamente gratificante ouvir o que as pessoas têm para contar: o entusiasmo e a vibração confirmam apenas o quanto Trochenbrod deve ter sido pulsante enquanto cidade. Era como se fosse uma grande família, uma vez que todos eram judeus.

PIT - Avrom, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
AVB -
Obrigado por seu interesse. Como você pode ver, para mim, a história de Trochenbrod é muito forte, e eu agradeço a oportunidade de poder compartilhar. Se seus leitores tiverem quaisquer dúvidas sobre o evento, ou quiserem fazer perguntas, peço que entrem em contato com Eliana Zuckermann no Rio (21) 8111-7787 ou no email: winkyz@terra.com.br. Mais uma vez, Patricia, obrigado por seu interesse e por essa oportunidade de compartilhar com seus leitores a história de Trochenbrod. Espero todos no dia 16 de outubro, quinta-feira, na ARI, às 20 horas.



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quinta-feira, 2 de outubro de 2008




Shalom!
Todo mundo gosta de ler as colunas sociais, ficar por dentro do que acontece.
Que tal um Papo com uma colunista da comunidade?
Com vocês: Glorinha Cohen!


PIT - Olá Glorinha! Como começou seu trabalho como jornalista?
GC -
Comecei minha carreira jornalística em Jundiaí, no interior de São Paulo, quando tinha apenas 16 anos e para enfrentar um desafio. É que, sendo eu uma adolescente tímida e de família humilde, quando fui preencher a ficha para o cargo de colunista social do mais importante jornal da cidade, a secretária do diretor me olhou de cima a baixo, como se dissesse: você? Colunista Social? Mas, a atitude era justificada. Afinal, quem era eu para pretender substituir um dos colunistas mais influentes da época, e ainda por cima, filho de família ilustre da cidade? Hoje agradeço àquela secretária, pois foi exatamente aquele seu olhar incrédulo e sarcástico que me fez insistir no desafio e acabei conseguindo o cargo. Desde então, quanto maior o obstáculo, mais insisto em transpô-lo, seja ele qual for. Quatro anos depois vim morar em São Paulo para fazer faculdade de jornalismo e também acabei me formando em Direito. Trabalhei como Diretora no Fórum Central de São Paulo e lá me aposentei neste cargo, tendo também exercido a advocacia por uns tempos. Mas, minha paixão mesmo sempre foi o jornalismo e, paralelamente ao Fórum, nunca deixei de escrever, pois adoro gente. Consequentemente, adoro escrever sobre as pessoas, de espalhar alegria. Afinal, o melhor da vida é mesmo alegrar as pessoas, de ajudá-las com palavras ou com frases filosóficas e espiritualistas, se não puder ajudá-las de outra forma. Esta é uma das finalidades do meu trabalho e pode ter certeza que muitas vezes consigo isto.

PIT – E como iniciou a sua história como colunista social da comunidade judaica?
GC -
Comecei em 1981 incentivada pelo saudoso amigo Jacob Timerman Z’L, e ao mesmo tempo em que fora convidada para ser diretora da Hebraica de São Paulo, cargo que tive o prazer de exercer por mais de 25 anos. Quem me deu a primeira chance como colunista foi meu querido amigo Oscar Nimitz, na extinta Resenha Judaica. Hoje ele é diretor do jornal A Tribuna Judaica, no qual, aliás, eu cheguei a editar um suplemento especial muito interessante. Atualmente assino uma página na Revista Shalom e apresento dois blocos no Programa Le Haim, que vai ao ar semanalmente pela TV Aberta de São Paulo. Além do meu site, é claro.

PIT - Falando em site, em que momento você decidiu fazer uma revista eletrônica? Você acha que a internet alcança mais as pessoas?
GC -
Decidi há apenas três anos. A verdade é que eu sempre quis abordar, além da parte social que é o meu forte, temas como medicina, psicologia, saúde e outros, através dos quais as pessoas pudessem encarar de forma mais otimista e objetiva seus problemas diários. E isto, pelos e-mails que tenho recebido, está dando certo graças aos meus colaboradores, que são de altíssimo nível e acreditam no meu trabalho. Ademais, através do http://www.glorinhacohen.com.br/ estes mesmos profissionais têm a oportunidade de mostrar seu trabalho e divulgá-lo, além do bem que estão propagando, o que é mais importante que qualquer outra coisa. Afinal, temos tantos valores dentro e fora de nossa comunidade e, infelizmente, nem sempre eles têm oportunidade de mostrar seu talento na grande mídia. Evidente que, nos jornais para os quais escrevia, seria impossível publicar tantas matérias assim. Por outro lado, como a internet não tem fronteiras, ela também é uma forma de manter nossa coletividade bem informada sobre quase tudo que de mais importante acontece no país inteiro, e uni-la como um todo.

PIT - Você já passou por alguma situação embaraçosa ou engraçada nestes tempos de colunista?
GC -
Não deixa de ser engraçada a abordagem que os sefaradis, às vezes, ainda fazem para reclamar que eu só escrevo sobre os askenazis, e estes também reclamam a mesma coisa. Aí é que a gente nota que há certa discriminação dentro da nossa própria coletividade, o que não é legal. No mais, sabendo compreender a sutileza da vaidade humana, a profissão só me traz alegrias.

PIT - Você escreveu dois livros de poesia "Tempos de Amor e... Solidão" e "Universo Vazio". Pretende escrever mais?
GC -
São poemas do tempo de colégio e faculdade, quando as paixões começam a florescer e a gente tem mais inspiração para extravasá-las. Aliás, a renda com o lançamento do livro “Universo Vazio” foi totalmente revertida para a Wizo-SP e teve o apoio da Fundação Safra, à qual até hoje sou grata.

PIT - Você pretende escrever mais livros?
GC -
Estou pensando em escrever um livro de memórias focado nas personalidades mais interessantes que conheci – e ainda estou conhecendo. Mas, isto ainda levará tempo.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
GC -
Viajar mais, conhecer melhor o mundo.

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!!
GC -
Patricia, eu é que lhe agradeço pela oportunidade. E para não perder o hábito, deixo como recado esta frase que é atribuída a Albert Einstein e uma das minhas preferidas: “Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas, se escolher o amor, com ele conquistará o mundo”. Shaná Tová!



















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