quinta-feira, 16 de abril de 2009



Shalom!
Você conhece o grupo Zemer?
Vamos curtir juntos este som?
Mauro Perelmann é com você!

PIT - Olá Mauro, bem vindo ao Papo Em Comunidade!
MP -
Oi Patricia é um prazer estar aqui.

PIT - Como começou sua vida musical?
MP -
Eu comecei aos 13 anos, quando ganhei um violão de presente. Na época, anos 70, eu frequentava o Hashomer Hatzair e era a época dos festivais de música israeli, na Hebraica. Nós formamos um grupo no movimento e aos poucos fui me envolvendo com a música. Mais tarde, estudei harmonia, improvisação, arranjo e resolvi que esta seria a minha profissão. E hoje já se vão quase 30 anos de estrada.

PIT - Você faz parte do grupo Zemer. Como surgiu? Conte para nós um pouco dessa história...
MP -
Em 1997, me convidaram para fazer a música de um CD-ROM com temática judaica. O CD-ROM acabou não saindo, mas em função desse trabalho, comecei a fazer uma pesquisa sobre música judaica e aí descobri o Klezmer Revival, que era um movimento de músicos judeus americanos de revitalização da música klezmer. Fiquei completamente apaixonado e resolvi montar um grupo. Convidei alguns amigos músicos que teriam o perfil para este tipo de música e daí surgiu o Zemer. Nesses 12 anos o Zemer tem tocado dentro e fora da comunidade, em lugares como CCBB, ASA, Festival do Cinema Judaico, Modern Sound, etc, além de ter gravado um CD em 2006.

PIT - Você também é maestro. O que te levou a este lado?
MP -
Na verdade, eu não tenho formação de maestro. Eu acabei virando um maestro prático, talvez pelo fato de ser arranjador, diretor musical de teatro e produtor musical. Eu comecei fazendo direção musical em teatro, nos anos 80 e sempre fui fascinado pelo trabalho de escolher os sons, os instrumentos, dar uma cara para as composições. A partir do meu trabalho de direção musical em teatro, senti necessidade de me aprofundar mais e aí fui estudar arranjo com duas pessoas que foram fundamentais no meu aprendizado, a Celinha Vaz e o Ian Gest. Estudei três anos e meio com eles. Este aprendizado me abriu um leque de opções na música, que vão desde a composição, arranjo, regência de corais, até a produção de trilhas para vinhetas e vídeos.

PIT - Falando em teatro, você está na direção musical da peça Anne Frank. Como foi montar a parte musical deste espetáculo?
MP -
Para mim foi uma grande responsabilidade, como judeu e como músico. A peça, assim como aconteceu com o livro, extrapola as fronteiras da comunidade judaica. Ela traz uma mensagem de tolerância, de que as pessoas não podem ser discriminadas, excluídas, assassinadas porque são de outra etnia, outra religião, ou outra cor. E tolerância é algo que aprendi no judaísmo, que diz: "respeita o estrangeiro, pois estrangeiro foste no Egito". Como músico foi um desafio. Primeiro a música já veio pronta dos EUA, tivemos que fazer um trabalho de formiguinha, que foi traduzir a letra e adaptá-la na melodia. Segundo, as músicas não são simples e eu fiquei receoso se o elenco, na sua maioria de amadores, iria conseguir vencer este desafio. Na minha opinião e para minha surpresa, eles se superaram com mérito. Foi uma grande honra ter participado desta montagem. E aproveitando, para quem não viu ou para quem quer rever, a peça participa do Festival de Teatro da Cidade do Rio de Janeiro se apresentando no dia 13 de maio, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana.

PIT - O que você prefere: tocar, compor ou reger?
MP -
Esta é uma pergunta difícil. Eu gosto muito de trabalhar com música. Geralmente, eu fico apaixonado pelo trabalho do momento. Mas digamos que eu gosto mesmo é de fazer arranjos e aplicá-los, na prática, como produtor ou diretor musical. Por outro lado, tocar no palco ou em gravação, não tem preço.

PIT - Na sua opinião, qual a relação da música com o judaísmo?
MP -
Acredito que a música e particularmente, a música klezmer entre os judeus ashkenazim, é a forma mais direta da expressão emocional da alma judaica. Ela consegue ter uma alegria contagiante e ao mesmo tempo pode ter uma dor impossível de suportar. Não é a toa que os chassidim diziam que só através da música (o nigun) é possível chegar a alguns espaços espirituais.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
MP -
Muita música. Muitos shows com o Zemer, projetos ligados à música judaica e israeli. Gostaria muito de fazer trilha para cinema. Enfim, sendo musica e de qualidade, pode me chamar que eu fico interessado.

PIT - Algum novo projeto que possa nos adiantar?
MP -
Na verdade, o Zemer foi convidado para participar do Nova Scotia Multicultural Festival, em Halifax, no Canadá, em junho, que está na sua 25ª edição e reúne cerca de 20000 pessoas. É a primeira vez que um grupo brasileiro é convidado para mostrar a música judaica. Esse está sendo o nosso grande projeto de 2009, pois temos que arcar com as passagens (o Festival só paga a estadia). Em função disso, estamos organizando um show para arrecadar fundos, que será realizado em maio, no Teatro Villa Lobos. A data já está quase fechada e assim que tivermos a confirmação do dia, avisaremos a todos.

PIT - Mauro, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MP -
Eu agradeço a oportunidade e convido a todos para que venham nos prestigiar em maio no Teatro Villa Lobos. Quem quiser nos conhecer um pouco mais, pode ir no link www.myspace.com/zemerbrazil. Shalom!


Assista aqui o som do grupo Zemer






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