quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Shalom!!

Ter o primeiro filho não é fácil para as mamães. Ainda mais quando se fala em amamentação. E ir ao cinema com bebê pequeno? Nem pensar, né?
Bianca Balassiano Najm conta, no Papo de hoje, que existe solução para estas questões!


PIT - Olá Bianca, bem vinda ao Papo em Comunidade!
BBN - Olá Patricia!

PIT - Para começar conte um pouquinho sobre você, sua formação...
BBN - Estudei minha vida toda no Eliezer Steinbarg. Ao terminar o 1º grau, surgiu uma grande vontade de fazer um curso para formação de professores, pois o magistério e as crianças sempre me encantaram, e foi quando fiquei sabendo que o curso também era oferecido para a comunidade judaica e era ministrado no Colégio A. Liessin, então fiz o 2º grau e também o Curso de Formação de Professores lá (Infelizmente o curso está extinto!). Depois disso, cursei Psicologia na UFRJ, mas já no último ano de formação comecei a trabalhar com Festivais de cinema e distribuição cinematográfica, portanto não cheguei a exercer a Psicologia profissionalmente, apesar de ter me formado. E também não exerci o cargo de professora, pois o trabalho com cinema me tomava todo o tempo disponível.


PIT - Como surgiu a ideia da consultoria em amamentação?
BBN - A ideia da consultoria em amamentação surgiu da gratidão profunda que senti para com o Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira aqui no Rio. Quando estava grávida, achava que todo bebê nascia sabendo mamar, então não me preocupei muito em buscar informações sobre a amamentação. Logo de início, percebi uma certa dificuldade da minha filha em pegar o seio, apesar de ter nascido a termo. Bati o pé firme e me recusei a comprar leite em pó ou mamadeiras, portanto no 2º dia de vida dela fizemos um inesquecível passeio ao Banco de Leite, onde aprendi muitas informações sobre pega, posicionamento da boca do bebê, ordenha de leite e outros "segredos" para o sucesso da amamentação. Dois dias depois, minha filha já tinha virado uma "profissional" e mamou exclusivamente ao seio durante 6 meses, como recomendado pela Organização mundial de saúde. Com o sucesso obtido na minha amamentação, passei a me interessar muito pelo assunto, participando de listas de discussão sobre o assunto na internet, comprando e lendo extensa bibliografia e fazendo cursos com os melhores profissionais do país. Juntando minha paixão pelo assunto à vontade fazer um trabalho voluntário, nasceu o projeto da Consultoria de amamentação.


PIT - Você acha que falta um melhor preparo de médicos e enfermeiras no trato com as mamães de primeira viagem?
BBN - Tenho certeza. Muitos médicos não tem tempo durante a consulta para pedir à mãe que coloque o bebê para mamar e observar se a pega está correta ou mesmo para ouvir as queixas desta mãe. Muitas enfermeiras acabam tornando-se profissionais de puericultura na marra, pois são as que dispõem de um pouco mais de tempo para ajudar as mães nas maternidades mas, apesar de sua boa vontade, às vezes lhes falta a "arte do aconselhamento". A mãe que está com dificuldades de amamentação não precisa ouvir novamente o quanto o leite materno é importante para o bebê. Ela já sabe disso e se chamou um profissional é porque precisa de ajuda e quer ser ouvida em suas queixas. Portanto, acho que o trabalho do psicólogo na amamentação é muito benéfico, pois podemos aliar nossos "ouvidos treinados" à maneira correta de abordar uma mãe que está passando por um momento de dúvidas e dificuldades.


PIT - Quais são as maiores dúvidas sobre a amamentação?
BBN - Geralmente as maiores dúvidas são sobre horários e padrões de amamentação. Também há muitas dúvidas sobre a pega correta (posicionamento do bebê frente ao corpo da mãe) e ordenha de leite. Sobre isso, o que tenho a dizer é: Mamães esqueçam o relógio! Seu filho precisa do leite materno, em livre demanda. Bebê tem fome de leite e também tem fome de carinho e aconchego. E não sabe contar horas... O maior segredo para se ter muito leite é deixar o bebê sugar o quanto quiser, a hora que quiser, o máximo de tempo possível. Amamentar é estar disponível, às vezes é cansativo, mas muito recompensador. E tudo passa tão rápido...!!!


PIT - Você também está envolvida com o CineMaterna. Como funciona este projeto?
BBN - O CineMaterna é um projeto fantástico de resgate social da mãe no pós-parto. A idealizadora, Irene Nagashima, cinéfila assim como eu, começou a sentir muita falta de suas sessões semanais de cinema, depois que teve seu bebê. Corajosamente, juntou um pequeno grupo de mães com bebês em punho, e resolveram enfrentar a 1ª sessão de um cinema qualquer, aquela que geralmente é mais vazia, às 14h. Primeiro a equipe do cinema tentou impedir, depois viram ali um potencial. Nisso, nasceu a ONG CineMaterna, que hoje já está em 6 cidades do Brasil, e inaugurando uma nova cidade a cada mês. Sou a coordenadora do projeto aqui no Rio de Janeiro e acompanho todas as sessões. Faço também a programação das sessões em todo o país e toda a parte de contato com o público. Os filmes são para entretenimento dos adultos, ou seja, mães, pais, avós, babás, quem quer que esteja cuidando de um bebê e louco de vontade de ir ao cinema. As salas são equipadas especialmente para receber essas fofuras, com ar condicionado mais fraquinho, luz levemente acesa, trocadores com fraldas, pomadas, tapetes de EVA para os maiorzinhos brincarem. E uma equipe maravilhosa de meninas para ajudar as mamães com suas enormes sacolas...


PIT - No que difere das sessões comuns de cinema, e em que cinemas acontece o CineMaterna?
BBN - As sessões CineMaterna tem uma sala especialmente preparada: o ar condicionado é mais fraco, a luz fica levemente acesa, trocadores são colocados estrategicamente à frente da tela, para que os bebês fiquem bem à vontade e as mamães não percam nenhum pedacinho do filme. Além disso, temos uma equipe preparada especialmente para receber estas mães e ajudá-las no que for preciso. No Rio de Janeiro as sessões CineMaterna acontecem semanalmente, às 5as feiras às 14h no Unibanco Arteplex Botafogo. Mensalmente, temos uma sessão aos sábados às 11h, para as mamães que já voltaram ao trabalho e para os papais que estejam também a fim de prestigiar. Em breve teremos sessões também no Cinemark Downtown.

PIT - Existe uma idade mínima e/ou máxima para os bebes irem ao cinema?
BBN - Não existe idade mínima... brincamos que depende da mãe, pois algumas conseguem passar calmamente pela fase angustiante do pós-parto onde nossa rotina resume-se a dar de mamar, botar pra arrotar, trocar fralda e botar pra dormir, já outras querem logo sair de casa e bater perna. Acredito que o bebê mais novo que já recebemos tinha 1 semana de vida e estes geralmente são os melhores, pois dormem e mamam a sessão toda, deixando a mamãe curtir o filme inteirinho. A idade máxima, geralmente dizemos que é 1 ano e meio, pois a partir desta idade os bebês já começam a entender o que aparece na telinha, além de fazer tanta bagunça que não permite às mães assistirem o filme com a calma necessária. Mas é claro que essa orientação varia de criança para criança, existem crianças de 1 ano que já não param quietas e outras de 2 anos que são mais calminhas.


PIT - Na sua opinião que benefícios este tipo de projeto traz?
BBN - O maior benefício de todos é mostrar às mães que existe vida além da extasiante rotina de mamar-trocar fralda-dormir!!! Só quem já foi mãe sabe como é angustiante ficar presa dentro de casa com um bebê. Sentimos saudades de ver a rua, encontrar outras pessoas, bater papo, tomar um café, e... ver um filme! Além de proporcionar um resgate dessa mãe recém-parida, que aos poucos está se acostumando à sua nova condição de responsável por um outro ser e, certamente, sente muita falta de seus momentos de lazer. Após a sessão, sempre nos reunimos no café, para bater papo, trocar idéias e corujar os bebês!


PIT - Você presenciou alguma historia interessante no Cinematerna que possa nos contar?
BBN - Várias! Primeiro porque acompanho o desenvolvimento de vários bebês, pois algumas mães são frequentadoras assíduas desde o início do projeto (abril/2009), então já vi crianças começando a andar, começando a comer, começando a falar... E isso é extremamente gratificante. Outras situações engraçadas são as mães chegando ao cinema, sempre tentando se equilibrar com bebê, sacolas, carrinhos... uma mãe de gêmeos lutando para conseguir comprar uma pipoca, crianças que esperam a gente abrir a porta da sala para sair correndo e fugir, enfim, são situações cômicas e únicas! Além disso, já tivemos comemoração de aniversário de mães e de bebês também na sessão CineMaterna. No blog CineMaterna http://cinematerna.blogspot.com/ temos várias situações inusitadas que já ocorreram aqui no RJ e também em outras sessões pelo país.


PIT - Bianca, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
BBN - Gostaria de convidar a todos para conhecer o site do CineMaterna - http://www.cinematerna.org.br/ , onde podem encontrar maiores informações sobre nossas sessões, e as mães podem se cadastrar para votar nos filmes que querem ver e receber emails com a nossa programação. Também estamos no orkut, facebook e no twitter (@cinematerna), onde frequentemente atualizamos as informações da nossa programação, além de promoções.
Aproveito para encaminhar o folder com a divulgação dos meus contatos para o trabalho de consultoria em amamentação, lembrando que o serviço é gratuito e peço a todos que encaminhem para seus contatos, especialmente gestantes e mamães, para que eu possa atingir o maior número possível de pessoas beneficiadas. As consultas geralmente são domiciliares, mas também atendo chamados na própria maternidade. Também estou disponível para consultas com gestantes que eventualmente queiram tirar dúvidas ou saber algumas dicas de amamentação para prepararem-se melhor antes mesmo da chegada do bebê.
Meus contatos: bianca@balassiano.com.br (email e msn) / 8877 9834 (celular) / @biancabala (twitter).






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