quinta-feira, 9 de julho de 2009


Shalom!
A vida dá voltas: Do Brasil aos Estados Unidos, de assistente social a designer de joias, sempre com coragem para alcançar seus objetivos.
Miriam Chor Freitas, conte-nos a sua história!

PIT - Olá Miriam, bem vinda ao Papo em Comunidade!
MCF -
Muito obrigada pelo convite. Aprecio o trabalho que você está fazendo e me sinto honrada por fazer parte dele.

PIT - Você vive há muitos anos nos Estados Unidos. Como foi a decisão de viver em outro país?
MCF -
Tinha um irmão morando há muito tempo nos EUA, mas eu nunca pensei em sair do Brasil até o primeiro ano da faculdade. Havia várias razões: eu queria sair de casa, mas levando em conta a economia e a cultura no Brasil na época eu não pensei que seria possível alugar um apartamento. Eu estava numa batalha contra uma compulsão por comida, eu estava ganhando peso e ficava envergonhada de estar com meus amigos. Nesta época crescia uma tensão familiar e foi então que eu quis partir. Eu queria ir para Israel fazer aliá ou para os Estados Unidos onde estava meu irmão. Então aos 19 anos decidi vir para San Diego. Eu pensei: “Na pior das hipóteses vou aprender inglês e guardar algum dinheiro. E se as coisas derem certo construo uma nova vida por lá”. Aqui estou eu 18 anos depois.

PIT - Antes de se lançar como designer de joias você trabalhou como assistente social. Conte um pouco desta experiência.
MCF -
No Brasil eu comecei a fazer Direito e nos Estados Unidos optei por uma carreira diferente, a psicologia. Eu queria ser terapeuta, mas aqui é preciso mestrado para clinicar. Então depois de terminar o curso decidi obter o mestrado em trabalho social porque era mais acessível e me permitiria ter a licença para praticar. Eu consegui uma bolsa integral e em troca trabalhei no serviço de proteção à criança por dois anos. Assim começou minha carreira na assistência social, trabalhei nove anos para a agencia que é administrada pelo governo. Vi todos os tipos de abusos e vi boas famílias que foram ajudadas. Eu aprendi muito e me tornei uma pessoa com mais compaixão. Foi uma grande experiência, mas o stress me derrubou e eu tinha que achar uma válvula de escape.


PIT - Em que momento a assistente social virou designer de jóias?
MCF -
Eu sempre amei design e joalheria, apesar da minha inclinação artística, eu nunca me dediquei a isto. Então, seis anos atrás comecei a trabalhar meio expediente como assistente social e importava joias para complementar meus rendimentos. Meu sogro é atacadista de joias e me ajudou a iniciar. Depois disto comecei a desenhar as joias por conta própria e descobri o trabalho com crochet em fio metálico, daí a criatividade aflorou e não parei mais até hoje. Tenho elaborado joias em crochet de aramado há três anos e meio e estou no processo de deixar o trabalho social definitivamente e focar neste trabalho. Ser artista é uma paixão que, uma vez que te pega, não tem volta.

PIT - De onde vem sua inspiração para criar as joias?
MCF -
É difícil dizer, pode ser uma cor, uma pedra, outra joia que eu tenha visto ou somente a necessidade de fazer novas peças. Quando eu começo a abrir as caixas de pedras, as idéias surgem na minha cabeça. Definitivamente minhas cores, realces, estilo eclético incorpora vários aspectos de minha herança. A vivacidade brasileira e o estilo descontraído da Califórnia, a influência de culturas artesãs e o estilo clássico de joalheria são os diversos aspectos que unidos formam “Miriam Jewels”.

PIT - Qual o diferencial das suas coleções?
MCF -
Para ser honesta esta é uma ideia que ainda estou amadurecendo. Normalmente tem a ver com um determinado estilo (boêmio, clássico, hippie, etc ) e o tipo de crochê que uso para criar as peças.

PIT - Como as pessoas interessadas podem ver e adquirir suas joias?
MCF -
Eu tenho uma loja virtual http://www.miriamjewels.com/ onde exponho as joias e distribuo para todo o mundo e tem 4 lojas em San Diego que vendem também. As informações podem ser encontradas no site.

PIT - Você contribui para uma organização americana chamada Children In Need. Qual o trabalho realizado por esta instituição?
MCF -
Eu costumava contribuir financeiramente para o Children In Need, uma organização sem fins lucrativos que proporciona atividades enriquecedoras para estimular as crianças de San Diego. A contribuição era para fazer um baile, comprar uniformes para futebol, patrocinar uma viagem ao campo, etc. Agora eu contribuo com “Promises 2 Kids” uma organização também sem fins lucrativos que arrecada dinheiro para realizar vários programas para crianças carentes. Um dos objetivos da Miriam Jewels é continuar protegendo as crianças através da filantropia.

PIT - Miriam muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MCF -
Lembre-se que o prazer está na viagem e não no destino. A vida me levou muitas vezes a direções totalmente inesperadas, então eu tento viver um dia de cada vez e aproveitar e apreciar o que tenho hoje.
Obrigada pela oportunidade de dividir minhas experiências com você e seus leitores e espero que todos confiram Miriam Jewels e curtam as joias!

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