quinta-feira, 16 de julho de 2009






Shalom!
O Papo de hoje é literalmente um batuque na cozinha!
Com vocês o sabor e o som de Michele Rumchinsky!


PIT - Olá Michele bem vinda ao Papo em Comunidade!
MR -
Olá Paty!

PIT - Antes de começarmos conte um pouquinho sobre você...
MR -
Eu tenho 41 anos, sou formada em jornalismo, mas atualmente tenho um bufê. Também faço tradução de releases e de vez em quando trabalho como intérprete de artistas internacionais que vêm ao Brasil para shows.

PIT - Você trabalhou muitos anos no mercado fonográfico. O que mais te marcou durante este tempo?
MR -
Eu sempre fui muito ligada em música e quando consegui um estágio no departamento de imprensa da CBS (atual Sony Music) foi como um grande sonho se realizando. Ao longo de 10 anos atuei nos departamentos de divulgação de imprensa e rádio, com artistas internacionais e por último com divulgação dos artistas brasileiros no exterior. Trabalhei no mercado fonográfico, na época áurea das gravadoras quando o mercado brasileiro era forte e havia vontade e dinheiro dos executivos para investir não só nos medalhões, mas em muita coisa nova e criativa que surgiu a partir dos anos 90. Acho difícil dizer o que foi mais marcante, pois 10 anos é muito tempo e você acaba vivendo muitas histórias e conhecendo muitas pessoas. O que sei é que música mexe demais com a emoção das pessoas e quando você trabalha com isso e de alguma forma faz com que ela chegue até às pessoas é extremamente gratificante. Não conheço uma pessoa no mundo que não goste de música. É a manifestação artística mais abrangente. Alguns podem não gostar de ler, ou de ir ao teatro ou não entendem de artes plásticas. Mas música, não importa qual ritmo, todo mundo gosta. Acho que o mais importante foi eu adquirir uma visão menos pessoal da música. É que nem aquela história de dizer que não se discute futebol e política. Música também. Cada um tem seu gosto e o fato de eu não gostar de um determinado artista não significa que ele não faça um trabalho de qualidade que afeta outras pessoas da mesma forma que aqueles que eu gosto
me emocionam.

PIT - Alguma história engraçada que possa nos contar?
MR -
Ih... tantas. Mas tem uma que me lembrei agora que foi tragicômica. O Tony Bennett veio fazer uns shows no Brasil. O baterista dele - que na época era considerado o melhor do mundo no estilo escovinha (é aquela escova que substitui a baqueta, muito usada no jazz) - era bem mais jovem que o resto da banda e queria sair com o pessoal da gravadora. Eu, o coordenador do internacional e o gerente de jazz o levamos para jogar boliche na Barra. A noite foi ótima, mas ao sairmos do shopping, caía um temporal daqueles no Rio de Janeiro e a rua estava totalmente alagada. Estávamos num "chevelho" que não fechava as janelas e a chuva entrava pela janela, pela porta, o nível de água subia cada vez mais e a gente não sabia se ria ou se chorava. A gente só imaginava a situação: vamos morrer afogados e levar junto o maior baterista do mundo. Mas felizmente tudo deu certo e os shows do Tony Bennett foram o maior sucesso. Ah, teve uma vez também o Shabba Ranks, um cantor de reggae jamaicano, que estava no Brasil com sua trupe. O gerente da gravadora teve que levar seu empresário para uma casa de câmbio e me deixou sozinha com ele e mais uns 10 caras no restaurante. Sinceramente eu não entendia uma palavra do que eles falavam, apesar de ter um ótimo inglês. Eu tentava explicar o cardápio pra eles, mas nossa comunicação estava meio truncada, sabe? Eles claramente estavam falando, rindo e zombando de mim e eu fazendo cara de paisagem, desesperada para meu chefe chegar logo e me salvar daquela situação constrangedora. Acho que foi mais engraçado pra eles do que pra mim...

PIT - Você participa do grupo mulheres de Chico, o que te levou ao grupo?
MR -
Bom, sempre quis aprender a tocar um instrumento, especialmente contrabaixo que é o meu predileto. Em 2000 entrei para a oficina de percussão do Monobloco e depois de rodar por alguns instrumentos descobri o surdo, que apesar de ser um instrumento pesado e com pouquíssimas mulheres tocando é paralelo em uma bateria de escola de samba ao baixo numa banda de rock, pois ele é que faz a marcação. Então foi uma escolha natural e eu quis me aperfeiçoar. Depois de muitos anos acho que posso dizer modestamente que não deixo nada a dever a nenhum homem. As meninas que criaram o bloco Mulheres de Chico já eram minhas amigas de batucadas e me convidaram para participar do grupo para tocarmos no Carnaval. Daí o grupo começou a ser chamado para fazer alguns shows e usamos o dinheiro para pagar nosso desfile. Mas o Carnaval passou e a gente continuou a ser convidada para fazer shows, então resolvemos nos organizar e "profissionalizar" o negócio, apesar da grande maioria das integrantes não viver de música. Estamos fazendo um trabalho muito legal. É uma bateria totalmente feminina que toca as músicas de Chico Buarque, com arranjos e ritmos variados como samba, funk, coco, afoxé, ijexá, ciranda e maracatu. Estou adorando essa experiência. Virei artista depois de velha (risos).


PIT - Atualmente você trabalha com buffet. Quando você decidiu partir para a gastronomia?
MR -
Assim que saí da gravadora em 1999 comecei a fazer vários trabalhos de produção, tradução e assessoria de imprensa como autônoma. Mas o trabalho de free lancer é muito incerto e eu queria uma coisa que me desse mais segurança profissional e financeira. Trabalhei por um ano na produção de um grande evento e como fazíamos muitos coffee breaks chamei uma amiga que trabalhava com isso para organizá-los. Quando o trabalho terminou eu fui conversar com ela e decidimos unir nossas experiências para incrementar o negócio dela que era ainda bem pequeno. Ficamos juntas por seis anos, mas agora estou há um ano sozinha.


PIT - Que tipo de quitutes são servidos? Qual o seu preferido?
MR -
Eu faço vários tipos de eventos. Cafés da manhã, almoços e jantares, coquetéis, festas em geral, coffee breaks, já fiz até casamento gay. Quantos aos quitutes eu gosto muito de um patê de cream cheese com alcaparras e ervas e a batata rochele, que é aquela batata bolinha recheada com um creme de provolone levada ao forno e servida com sal grosso. Ambos fazem o maior sucesso nos eventos.


PIT - Você mesmo prepara as comidinhas? Você gosta de cozinhar?
MR -
Muitas coisas sou eu quem preparo. Adoro cozinhar, mas odeio lavar louça. Quando tenho uma festa grande prefiro contratar cozinheiros de minha confiança porque a comida é apenas uma parte do evento. Há muita coisa além para ser feita antes e durante e depois do evento. Você tem que planejar o pessoal, a louça, toalhas, copos, bebidas, gelo e milhões de detalhes desde guardanapos até fósforo para acender o fogão. Além disso, minha presença no salão é fundamental para ver o andamento da festa. Então como não dá para eu comandar tudo ao mesmo tempo é preciso delegar funções para que tudo corra bem e o cliente fique satisfeito.


PIT - Michele, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
MR -
Eu é que agradeço e deixo aqui meu convite para você e todos a irem assistir ao show das Mulheres de Chico. Para quem gosta de Chico Buarque e boa música é um ótimo programa!! Acessem http://www.mulheresdechico.com.br/ e quem quiser ver as delicias do bufê www.flickr.com/photos/culinariaartesanal ou me mandar mail pelo culinariaartesanal@ig.com.br .











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