quinta-feira, 19 de março de 2009





Shalom!
Transmitir conhecimento não é uma tarefa simples, ainda mais, temas judaicos.
Mas quando se tem amor pelo que faz e, sobretudo, bom humor, tudo funciona melhor!
Vamos aprender um pouquinho?
Morá Tania Holperin.... É com você!


PIT - Olá Tania bem vinda ao Papo em Comunidade!
TH -
Olá! É um prazer estar aqui com você para esse bate papo informal.

PIT - Quando você decidiu ser professora?
TH -
Na verdade, quando terminei o ginásio (atual Fundamental II) e resolvi estudar na Escola Normal Brasil Israel, eu acho que já estava fazendo essa escolha.

PIT - Por que a sua opção em ensinar matérias judaicas?
TH -
Então, quando terminei a Escola Normal eu viajei para Israel, para estudar em Jerusalém no Machon Grimberg – curso de especialização, de morót (professoras). Um ano depois, quando voltei do Machon estava tão animada, que quando dei por mim, já estava trabalhando em educação judaica, quer dizer, já era mora (professora)!

PIT - Há mais de 30 anos lecionando no Eliezer o que mais te marcou durante este tempo?
TH -
Tudo! Porque 34 anos é muito tempo. E em escola, não há dois dias iguais, quer dizer, cada dia é diferente do outro. No Eliezer Max, eu trabalhei com alfabetização (em hebraico é claro), dei aulas para alunos do Fundamental I e II de todas as matérias judaicas que se estudam nas nossas escolas – enfim, como se diz, fiz de tudo um pouco. E o trabalho em cada setor marca. De maneira diferente, mas marca.


PIT - Como motivar a nova geração a estudar as matérias relacionadas ao judaísmo?
TH -
Por princípio, da mesma maneira que ele é motivado para estudar qualquer coisa. As morót têm que fazer tudo parecer interessante, instigante, positivo, misterioso, enfim, tem que fazer parecer que tudo que nós ensinamos é espetacular! Porque o aluno se interessa por aquilo que lhe diz alguma coisa, pelo que lhe intriga, pelo que lhe desafia. Se a casa valoriza o ensino judaico e se a morá souber “envolver”, o aluno vai estudar, gostar e se lembrar com carinho dos estudos judaicos.

PIT - Em sua opinião, qual a importância da educação judaica na vida dos jovens?
TH -
Fundamental, porque é a base da formação judaica para a sua vida futura. Os alunos que tem uma boa experiência e que vivenciam bons momentos no ambiente escolar, vão se tornar, além de adultos conscientes de seus direitos e deveres, judeus também conscientes das tradições, cultura e valores de seu povo. Este é o “plus” o “a mais” que a escola judaica proporciona.


PIT - Você sempre foi considerada por várias gerações de alunos como uma professora “moderna”, aliando informação e humor como um diferencial. Qual o segredo para manter o pique sem perder a autoridade na sala de aula?
TH -
Pode falar “moderna” sem as aspas, porque eu sou assim mesmo! Eu gosto muito do que faço, e eu acho que os alunos percebem. Eles sentem que eu fico empolgada, que eu falo com a maior convicção, que o que eu estou ensinando, é super importante, e que, ao mesmo tempo, sou uma mulher antenada com o mundo atual da modernidade e da tecnologia. É claro que esse IBOPE não é total, mas tem dado certo por esse tempo todo; e os alunos sabem direitinho quando é sério e quando é brincadeira, porque não dá para enganar tanta gente por tanto tempo.

PIT - Recentemente você foi homenageada pela Wizo como uma mulher que faz a diferença. Qual seu sentimento, diante de tal reconhecimento?
TH -
Adorei. No início achei que era um pouco demais, mas depois, eu pensei: por que não? Aí eu curti de montão! Quando os “parabéns”, “você merece” começaram a serem ouvidos, eu senti que eram sinceros e realmente acreditei. Fiquei muito orgulhosa e agradecida pela bonita homenagem da Wizo, pelo apoio das minhas colegas de escola, das minhas amigas e de muitas mães de alunos. Na verdade, eu acho que junto comigo, a educação judaica foi reconhecida e homenageada.

PIT - Qual o seu maior orgulho?
TH -
São muitos. Como mulher, esposa, mãe, morá, amiga, colega e companheira. Em cada papel desses que nós desempenhamos ao longo da nossa vida, temos muitos acertos, mas também muitos erros. Dos erros, podemos aprender e não repeti-los. Dos acertos temos que continuar a buscá-los mais e mais. Mas falando como morá ... Meu orgulho é encontrar ex alunos, já crescidos, até com filhos, e ouvi-los dizer que foi “um barato” ter sido meu aluno, que lembra do que eu falei, toda vez que tem que tomar uma decisão, que quando ouve alguma história chassídica, pensa: essa a morá Tania contou quando eu era da escola... Aí eu sei que valeu a pena!

PIT - Tania, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado.
TH -
Gente! Foi um prazer falar/ escrever pra vocês. É muito bom olhar pra trás e ver que tudo deu certo. Como disse Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Como está escrito no Talmud: “Quem é a pessoa feliz? Aquela que aprende com todas as outras!”








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