quinta-feira, 5 de março de 2009



Shalom!
O Papo de hoje é com um radialista.
No ar: Victor Grinbaum!

PIT - Olá Victor, bem vindo ao Papo em comunidade!
VG -
Obrigado! Fico muito feliz em receber este convite...

PIT - Você é jornalista, mas se enveredou pelas ondas do rádio. Conte para nós um pouco desta história....
VG -
Foi quase um “acidente” na minha vida. Eu estava desempregado, havia acabado de sair de um trabalho, um projeto jornalístico, com uma pessoa que procedeu de forma desonesta comigo e bastante desgostoso com a vidinha jornalística... aquelas crises que sempre vêm depois de uma grande decepção, sabe? Estava na reta final do curso de comunicação e todas as minhas experiências anteriores foram em veículos pequenos ou trabalhos muito distantes do jornalismo verdadeiro. Foi quando um grande amigo meu, Michel Menaei, que era estagiário numa emissora de rádio, conversando comigo, me contou que um produtor do principal programa da casa ia entrar de férias e ele necessitava de um auxílio naquele período. Me ofereci para cobrir esse tempo sem nenhuma experiência com radialismo. Em um mês aprendi muito e me viciei no que chamam de “cachaça do rádio”. E acabei ficando lá por bem mais tempo.

PIT - O que mais te fascina no rádio?
VG -
Naquele primeiro momento, foi ter caído no meio da produção do programa mais tradicional do rádio brasileiro e de ter começado a trabalhar ao lado não apenas de um monte de “feras” do veículo, com 40, 50 anos de experiência no ramo, mas também do homem que inventou a forma contemporânea de se fazer rádio AM e que era um ser humano maravilhoso. Depois, veio a tal cachaça, que é a dependência de se trabalhar num ambiente dinâmico e numa mídia onde a resposta de seu público é imediata. Senti que estava ali não apenas informando, mas até mesmo educando milhares de pessoas das camadas mais básicas da população. E que nos era muito grata por esse esforço. Rádio AM é povão mesmo, mas se engana quem pensa que por ser um veículo dirigido às massas, o rádio pode ser feito “nas coxas” ou ser parcial nas suas abordagens. Ao contrário, trazer o mundo em informações pra essa gente é muito mais desafiador do que seria para um público mais instruído e elitizado.

PIT - Como foi trabalhar com Haroldo de Andrade?
VG -
Num primeiro momento foi absolutamente intimidador. Pergunte a qualquer comunicólogo e ele colocará o nome de Haroldo ao lado do de César Ladeira, Chacrinha ou Sílvio Santos como um dos maiores e mais revolucionários comunicadores da história do Brasil. Sendo que há um ano atrás, apenas um desses ainda era vivo. Pra quem havia acabado de levar uma pernada e estava descrente do jornalismo, foi como entrar no Olimpo e se sentar ao lado de Júpiter. Só que o Haroldo era tudo, menos mercurial ou inacessível. A grandeza dele estava justamente na sua humildade como pessoa e profissional. Ele sabia que era uma instituição viva, mas nunca se deixou deslumbrar pela fama ou se ultrapassar pela soberba. Fiquei ao lado dele na sua própria emissora até a sua morte e acho que essa vivência será um capital do qual eu nunca mais poderei viver profissionalmente sem depender dele.

PIT - Esta semana estreou o seu programa “Manhã Total com Victor Grinbaum”. Como é o programa e onde podemos ouví-lo?
VG -
São duas horas de informação debatida, em linguagem simples, mas nada superficial. Minha idéia é poder tirar o ouvinte da cama e em duas horas deixá-lo absolutamente ciente de em que mundo ele estará nas próximas horas. O programa vai das seis às oito da manhã pela Rádio Livre (1440AM) do Rio de Janeiro.


PIT - Que notícia você gostaria de dar?
VG -
Sem dúvida nenhuma, a notícia de que a paz no Oriente Médio chegou para valer. Mas me contentaria com a notícia de uma cura universal para o câncer...

PIT - Qual o seu maior sonho?
VG -
Poder continuar crescendo profissionalmente e intelectualmente para ser um bom profissional de minha área. É um sonho que eu realizo todos os dias.

PIT - Além de jornalista e radialista você é diretor da Articulação Sionista. Conte para nós, do que se trata?
VG -
Trata-se de um projeto que este ano completará cinco anos de existência e que reúne pessoas de dentro e de fora da comunidade judaica brasileira que desejam trabalhar pela defesa do sionismo nesses tempos bicudos de antissemitismo redivivo e de conflitos aparentemente indissolúveis

PIT - O que você acha deste momento de antissemitismo mundial que estamos vivendo no momento?
VG -
Muita gente vai me chamar de alarmista, mas eu só encontro paralelo para esse momento nos anos que precederam a ascensão do Nacional-Socialismo na Alemanha. Há forças muito poderosas trabalhando para colocar o mundo de pernas pro ar, e nos últimos dois mil anos, todo mundo que pretendeu isso avançou por cima dos judeus antes de qualquer outro movimento. Não creio no ressurgimento do nazismo tal como ele já foi, mas já se pode ver em várias partes do mundo os elementos que formavam a base dos nazistas sendo reciclados por regimes e ideologias espúrias. E sem uma articulação efetiva e bem feita, nós vamos mais uma vez perder irmãos sem podermos reagir.

PIT - Victor, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
VG -
Eu é que agradeço pelo espaço. Meu recado é para a comunidade que nos lê nesse momento e vai a reboque do que estávamos falando: esse momento em que estamos é complicado e tende a piorar. Mas nós temos dois caminhos abertos à nossa frente. Um é o do comodismo, que começa confortável, mas que nos leva sempre ao desastre. E outro é o da reação, que começa pedregoso, mas nos conduz à dignidade. O lado bom disso tudo é que nunca antes contamos com tantos elementos que podem nos ajudar a trilhar o caminho da reação com segurança como temos hoje. O que não podemos é optar pelos caminhos errados. E manter-se bem informado é o que nos dará mais elementos para o sucesso. Sem isso, só nos restará a humilhação.




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