quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



Shalom!


Acabamos de viver um período conturbado em Israel. E mexendo nos arquivos encontrei uma entrevista que fiz ano passado e quero compartilhar com vocês:



O general aposentado Danny Rothschild, foi um dos principais comandantes do Exército de Israel. Em 1991, ele trocou a chefia do serviço secreto por um alto cargo nas negociações com os palestinos. Nesse ano, participou da Conferência de Madri que foi o marco inicial das conversações entre Israel e os países Árabes, onde estavam presentes delegações de Israel, Síria, Líbano, Egito e uma comissão conjunta jordano-palestina, assim como, observadores de outras nações e organizações, o que resultou no tratado de paz com a Jordânia. Em 1993 o general também participou da Conferência de Oslo onde foi feito um acordo entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat de reconhecimento do Estado de Israel e autonomia da Cisjordânia e Gaza. O currículo e os contatos mantidos nas agências de inteligência de vários países fazem de Danny Rothschild, hoje, empresário no ramo de segurança.


PIT - Como começou o seu trabalho com as Forças de defesa de Israel?
DR - Servi o exército como todo jovem israelense. Participei de varias guerras, como as do Iom Kipur em 1973 e Líbano. Fui assistente do chefe de estado, comandei a força israelense no Líbano, entre outras coisas.

PIT - O senhor foi coordenador das atividades do governo nos territórios. Como foi este trabalho?
DR - Tudo começou em 1991 quando participei da conferencia de Madri, onde estavam reunidos palestinos, jordanianos e sírios, foi a primeira vez que começou a se conversar sobre paz e chegou-se ao acordo de paz com a Jordânia. A reunião foi estranha, mas muito excitante. Foi aí que os vizinhos reconheceram Israel como Estado. Depois foi a vez da conferencia de Oslo em 1993 onde Rabin e Arafat conversaram sobre o acordo de paz.

PIT - Qual a diferença entra as negociações atuais e as estas a que o senhor se referiu?
DR - As lideranças nos dois lados ficaram muito enfraquecidas. Certa vez, eu estava no Cairo negociando com os palestinos. O então chanceler Nabil Shaat me mostrou um documento sobre um projeto de estrutura para um futuro governo palestino. Ele pediu que eu desse uma lida. O texto falava da repartição de Poderes, do equilíbrio das forças etc, com exceção do último parágrafo, que garantia a Yasser Arafat o direito de veto sobre qualquer decisão. Falei do texto com Yitzhak Rabin e ele me disse: "estão certos os palestinos, a paz só se negocia com líderes fortes". Apesar de eleito, Mahmoud Abbas é um ditador. Mas ele não tem poder para tomar grandes decisões. Arafat era um líder forte que não quis a paz. Abbas é um líder fraco que quer a paz. Em Israel também é muito difícil tomar decisões sem uma ampla maioria no governo. Junta-se a isto o fator Hamas, e temos a situação atual.


PIT - Qual o momento mais difícil de sua vida?
DR - Para mim o pior momento da minha vida foi o final da Guerra do Yom Kipur em 1973, no Egito, quando fui ferido.


PIT - Qual o grande problema no Oriente Médio?
DR - O problema está nos radicais islâmicos, nos extremistas e fundamentalistas, que não aceitam o Estado de Israel. Eles fazem terror através de sabotagem.


PIT - O senhor acredita na paz no oriente médio?
DR - Sim eu acredito na paz! Esta é a maior segurança para o Estado de Israel. Israel passa por momentos difíceis, mas não devemos ser pessimistas já passamos por coisas piores no passado e agora tenho certeza que vamos superar os problemas. “Só aqueles que sofreram com a guerra sonham com a paz”!

PIT - O senhor tem um sonho?
DR - Sim, tenho! Sonho todas as noites! (risos) Meu sonho é pegar meu carro e ir tranquilamente para Damasco (Síria) e comer humus! Antigamente o meu sonho era comer húmus no Cairo (Egito) e eu realizei! Por que não sonhar em comer húmus em Damasco?





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