Shalom!
Ela é Mestre em educação e autora de best-selllers sobre o assunto. E agora vai lançar livros infantis voltados para a ecologia.
No Papo de hoje Tania Zagury!
PIT - Olá Tania! Bem vinda ao Papo em Comunidade.
TZ - Olá Patricia!
PIT - Filósofa, professora, escritora e pesquisadora. Como podemos definir Tania Zagury?
TZ - Uma educadora que nunca desiste de suas lutas.
PIT - Você já escreveu vários livros destinados à educação. Quando você decidiu começar a escrever?
TZ - Foi meio por acaso. Eu já trabalhava em Educação na Universidade Federal do Rio de Janeiro quando meu marido, que é médico especialista em Diabetes, me convidou para trabalhar num projeto conjunto: escrever um livro para diabéticos e seus familiares. Difícil dizer "não" tendo um maridinho como o meu... Resolvi aceitar o desafio... Daí que, juntos, publicamos o primeiro livro brasileiro que uniu profissionais das áreas de Educação e Medicina. Ele ficou responsável pelo projeto científico e eu pelo texto e a parte didática. A primeira edição saiu em 1986 pela Editora Rocco. Hoje estamos na 16ª. Foi tão bem aceito, que comecei a acreditar que podia escrever mesmo... E não parei mais.
PIT - O livro “Limite sem traumas” foi um sucesso de vendas sendo traduzido para o italiano, espanhol e francês. A que você atribui este sucesso?
TZ – Realmente, foi e continua sendo um grande sucesso. Na França foi recentemente reeditado sob a forma de livro de bolso, com tiragem de 6000 exemplares. Também está na Espanha, Itália, México, Cuba, Estados Unidos e Portugal, entre outros. No Brasil já foram vendidos mais de 245.000 exemplares. Estamos na 84ª edição. Acredito que se deve ao fato de ser um trabalho que atende a uma necessidade imediata de pais e professores, detectada através de uma pesquisa de campo que realizei à época. A primeira edição saiu em 2000. Quase todos os meus livros têm essa característica, aliás; procuro observar o que a realidade nos mostra, fenômenos que muitas vezes passam despercebidos, mas, quando estudados de forma científica, trazem à luz demandas reais da sociedade. Por isso "Limites sem Trauma", assim como "Educar sem Culpa" e "Encurtando a Adolescência" têm aceitação grande. Porque vêm ao encontro de uma necessidade objetiva. Outro fator me parece ser a linguagem. Procuro escrever de forma simples, clara e objetiva, sem jargões profissionais, o que torna a leitura facilmente compreensível para pessoas de diferentes níveis culturais.
PIT - Como você vê a educação no Brasil? Há luz no fim do túnel?
TZ – Nunca perco a esperança. Mesmo quando a situação é adversa, como o atual panorama educacional brasileiro. Se não tivesse firme convicção de que o quadro pode – e precisa - ser revertido, já teria abandonado a carreira, até por uma questão de coerência e ética. Um educador que não acredita no que faz é um embuste.
PIT - Para você qual o maior desafio atual na educação de um filho tanto pelos pais quanto pela escola?
TZ – Eis uma pergunta difícil... Determinar "o maior problema", "a maior dificuldade" ou "o culpado" de uma determinada situação é sempre arriscado, porque se corre o risco de ser simplista. Problemas complexos como os que família e escola vêm enfrentando hoje têm várias causas inter-relacionadas, não apenas uma. Exigem, portanto, tratamentos específicos, preferencialmente simultâneos. De qualquer forma, arrisco dizer que um dos grandes desafios da escola e da família hoje é fazer com que crianças e jovens incorporem a idéia de que o saber e a ética ainda têm essencial importância na sociedade e na transformação do mundo.
PIT - Na sua concepção o que seria a escola ideal?
TZ – Para mim é aquela que alcança os seus objetivos. Quer dizer transmite o saber acumulado pelas ciências e a cultura, mas também forma o cidadão, socializa e ensina a pensar criticamente.
PIT - Qual a dica que você pode dar aos pais de primeira viagem quanto à educação dos filhos?
TZ – Não gosto muito dessa expressão "dar dicas", porque parece "conselho", "auto-ajuda" ou algo do gênero, coisa que nao faço nem nos meus livros nem em palestras ou cursos. Porém se me perguntassem o que importa fazer quando se pensa ter filhos (o ideal é começar nesse momento e não quando o filhote já está aqui), eu diria que considero essencial conversar para saber o que cada um pensa em termos de projeto educacional. De preferência antes das clássicas e românticas tarefas (fazer o enxoval, escolher nomes, padrinhos, decorar o quarto etc.). As pessoas tendem a pensar em tudo, menos nisso que é fundamental para uma educação bem-sucedida: identidade de propósitos e, se possível, também de métodos. Não precisa ser exatamente igual, mas as bases devem ser pelo menos próximas; se não for, ainda há tempo para analisar, pensar e tentar um mínimo de identidade. Garanto que problemas posteriores serão bem menores, se todos fizerem isso. A divergência sobre a melhor forma de educar é uma constante entre os casais e tem repercussões bem negativas sobre os filhos, porque leva à dissidência e ao confronto, enfraquecendo a autoridade dos pais e causando insegurança nas crianças.
PIT - Você vai lançar livros infantis. Conte para nós sobre este novo projeto.
TZ – Tenho dado palestras para pais e professores, em todo o Brasil, desde 1991; é comum me perguntarem por que não escrevo também para os filhos. E daí, um dia, lembrando de quantos fatos interessantes presenciei enquanto meus dois filhos cresciam, achei que poderia tentar unir essas circunstâncias, aliando-as à minha firme convicção de que, estimulado adequadamente desde a infância, o ser humano reage admiravelmente bem aos estímulos positivos, ao lirismo e ao amor, mais ainda se apresentados de forma lúdica, engraçada ou com pequenos toques de suspense. Assim - e também com um pouco de criatividade e imaginação - nasceu a COLEÇÃO ECOLÓGICA. Em princípio serão 10 volumes para crianças entre 4 e 12 anos. Creio que, com essas historinhas ingênuas, engraçadas, mas também cheias de afeto, elas poderão desenvolver o amor pela leitura e pela natureza e o respeito pela nossa fauna e flora tão ricas.
PIT - Qual o seu sonho?
TZ – Estar viva para presenciar um Brasil no qual o saber, a dignidade e a igualdade sejam propriedade de todos.
PIT - Tania muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
TZ – Eu é que agradeço a oportunidade de participar do "Papo em Comunidade". Gostaria de passar aos leitores a minha convicção de que, se cada um de nós fizer a sua parte por menor que seja, com total dedicação, com integridade e sem se preocupar com "se" e "como" os outros estão fazendo, somente assim, poderemos mudar o mundo de forma a que ele se torne tal e qual o sonhamos.
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