quinta-feira, 20 de agosto de 2009



Shalom!
Ele sempre trabalhou com televisão e vídeo, abriu sua própria produtora e agora trilha o caminho do cinema.
Luz, câmera, ação: André Sztajn!

PIT - Olá André, bem vindo ao Papo em Comunidade!
AS -
Olá Patrícia. Obrigado pelo convite e parabéns pelo sucesso do Papo!

PIT - Como surgiu a ideia do filme Novos Lares?
AS -
A ideia do filme começou com o diretor Radamés Vieira. Ele cresceu em Nilópolis e conviveu muito com a comunidade judaica de lá. Depois de ler o livro VIVÊNCIA JUDAICA EM NILÓPOLIS, da Ester London, ele ficou impregnado com a ideia de recontar a história da presença dos Judeus naquele município. Eu e Radamés fizemos um MBA juntos em 2003. Quando nos reencontramos no carnaval de 2006 ele me falou de toda esta história e eu resolvi encampar o projeto na ProSol. Logicamente com a aprovação da minha sócia.

PIT - Por que o título Novos Lares?
AS -
Começamos todo o trabalho usando o título JUDEUS EM NILÓPOLIS. Acontece que no meio do caminho, o Professor Nachman Falbel, de São Paulo, apresentou ao Radamés o primeiro livro escrito e publicado em Idiche no Brasil. Chamava-se NEIE HEIMAN (ou Novos Lares) e foi publicado em Nilópolis em 1932. Entre 2007 e 2008, conseguimos traduzir o livro com a ajuda da Professora Sara Morelembaum e fizemos uma linda leitura dramatizada com música em São Paulo, que acabou ajudando a conduzir o documentário. Além do mais, o título NOVOS LARES é muito mais universal e pode ajudar nas nossas apresentações em festivais internacionais.

PIT - Algum momento das filmagens te surpreendeu? Por quê?
AS -
Em geral, eu me surpreendi em vários momentos e de várias formas. Eu nasci e cresci em Niterói. Mas a cada depoimento eu me identificava com histórias semelhantes. E acredito que todos os judeus da diáspora podem se identificar com a sua própria história ao ver o filme. Outro momento incrível foi o dia 28 de janeiro de 2007. Naquele domingo, a produção do documentário levou cerca de 200 judeus de trem para Nilópolis. Pessoas que não voltaram lá depois de 60 anos, curiosos, amigos. Foi um dia inesquecível. Além da viagem de trem rumo ao reencontro, visitamos a Sinagoga, onde o José London unificou todos com o toque de shofar, alguns cânticos e algumas rezas. Foi emocionante. E o dia terminou com um show de música klezmer com samba, reunindo na quadra da Beija Flor o Grupo Zemer com alguns ritmistas da escola de samba. Sensacional.

PIT - Você percebeu algum resquício de influência judaica em Nilópolis nos dias de hoje?
AS -
Ficaram lá algumas casas com a estrela de David na fachada. Infelizmente, a sinagoga está completamente abandonada. O Xie Goldman conseguiu recuperar o telhado em 2005, mas ele faleceu logo depois e aparentemente ninguém se interessa mais por aquele local sagrado. Eu gostaria muito que um grande movimento tratasse de recuperar aquela sinagoga.

PIT - Como é produzir filme no Brasil?
AS -
Difícil. Principalmente quando é o primeiro filme, sobre um tema muito específico. Mas acho que eu e o Radamés fomos muito felizes na combinação de um judeu de Niterói com um não judeu de Nilópolis. Através do judaísmo e de Nilópolis como referência geográfica, conseguimos tratar de temas universais que atingem o coração de qualquer pessoa. Ainda tenho muito a aprender sobre produção de filme no Brasil, seus mecanismos de incentivo, elaboração de projetos e a oferta destes projetos ao mercado e aos potenciais patrocinadores. Mas já aprendi muito sobre isso e sobre a arte de fazer cinema.

PIT - Recentemente Novos Lares recebeu prêmio no Festival de Cinema Judaico de São Paulo. Como você recebeu a notícia?
AS -
A notícia começou na madrugada de sábado (08 de agosto) para domingo no twitter do José Luiz Goldfarb, o Presidente do Festival. Eu fui dormir cedo e só soube no domingo de manhã quando o Radamés me ligou festejando ao telefone. Nem pensamos duas vezes, pegamos duas passagens para Sampa e fomos lá na Hebraica receber o prêmio pessoalmente das mãos do José Luiz. Foi sensacional. Imaginem o que é ganhar este prêmio com o primeiro trabalho no primeiro festival. Incrível!

PIT - Novos Lares vai participar de outros festivais. Qual a expectativa?
AS -
O filme participa do 9º festival de cinema brasileiro em Israel que termina esta semana. Já fomos selecionados para o Jewish Eye Film Festival que acontece em Outubro em Ashkelon, Israel. Já inscrevemos em vários festivais e estamos aguardando a confirmação da seleção oficial. São eles: Festival do Rio, Festival de Cinema Judaico de Hong Kong, da Inglaterra, de Vancouver (Canadá), de Atlanta (EUA) e Washington. Ainda faltam os festivais de Nova Iorque, San Diego (EUA), Berlin e Paris, que são no ano que vem.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
AS -
Ainda estou novo e espero continuar com muita saúde para realizar muita coisa. AD MEÁ ESRIM, como dizemos em Hebraico: ATÉ OS 120 ANOS.

PIT - Você já pensa em outro projeto depois deste?
AS -
Todos os dias penso em novos projetos. No momento, precisamos cuidar da exibição e apresentação deste trabalho da melhor maneira possível. Mas outros filmes virão.

PIT - André, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
AS -
Eu é que agradeço a oportunidade. Espero que todos os leitores tenham a oportunidade de ver o filme e encontrar nele um pedacinho da sua história. Para terminar, nada melhor do que a frase simples e impactante alcunhada pelo Radamés: NO PASSADO ENCONTRAMOS MUITAS COISAS NOVAS. Shalom!!!!

André Sztajn, José Luiz Goldfarb, Radamés Vieira




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