segunda-feira, 12 de abril de 2010

Shalom!
Na semana de Iom Hashoá, dia em que lembramos o Holocausto, o Papo de hoje é com uma especialista no assunto: Silvia Lerner!


PIT - Olá Silvia, bem vinda ao Papo em Comunidade!
SL- Olá Patricia!


PIT - Você é pós-graduada em História do século XX com especialização em Holocausto. Quando surgiu este interesse?
SL - Desde que me formei em História, ingressei no magistério militando na área de História Judaica. Como meus pais eram sobreviventes do Holocausto, sempre tive esse tema muito presente na minha vida e em 1994 fiz meu primeiro curso relacionado com Shoá no Yad Vashem.


PIT - O que você acha daqueles que negam o Holocausto?
SL - Acredito que por trás dessa negação, há uma mensagem antissemita no sentido de apagar historicamente a ação dos perpetradores e a política nazista de destruição judaica. Os arquivos estão repletos de provas concretas que inviabilizam a tese do negacionismo.


PIT - No meio acadêmico existe muita resistência sobre o que foi o Holocausto?
SL - Eu diria que há um grande desconhecimento sobre o assunto. No meio acadêmico, a resistência em se falar ou estudar o Holocausto está ligada ao fato de não se querer entender a unicidade desse fato histórico.


PIT - Qual o maior desafio de se ensinar o Holocausto?
SL - Fazer entender como o Homem é capaz de tanta desumanidade em nome de uma ideologia ou um preconceito.


PIT - O que é preciso para as pessoas compreenderem o impacto do Holocausto na humanidade?
SL- Faz-se necessário que entendam o papel de uma política autoritária, anti democrática e racista associada a uma propaganda intensa que tornou a população refém e manipulável pela promessa de uma Alemanha vitoriosa.


PIT - Que momento dentro da história do Holocausto te surpreende mais?
SL- Quando Adolph Eichmann, durante seu julgamento em Jerusalém, disse que cumpria ordens e faria tudo outra vez, se tivesse que cumprir ordense a quantidade de “observadores passivos” que diziam que nada sabiam.


PIT - Você tem um estudo sobre a Produção Musical no Holocausto. O que de mais curioso e interessante você encontrou na pesquisa?
SL - Como num meio tão desumano, tendo que combater “cinco pragas”: fome, frio, doenças, isolamento e racionamento as pessoas ainda conseguiam produzir material artístico humano, sensível e criativo.


PIT - Silvia, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
SL - A necessidade de sabermos combater o negacionismo do Holocausto, hoje liderado pelo Presidente do Irã e termos o compromisso de explicar o porquê de se estudar o Holocausto como forma de combater a intolerância, o racismo e o preconceito.














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