quinta-feira, 26 de junho de 2008




Shalom
Com fôlego de nadadora olímpica ela cuida dos filhos, do seu clube preferido e ainda faz política...
Com a palavra a vereadora Patricia Amorim!

PIT - Olá vereadora é uma honra tê-la aqui!
PA -
Obrigada pela oportunidade e quando precisar estou à disposição!

PIT - Várias vezes campeã e recordista sul-americana de natação. Seu início no esporte foi bem cedo, quando você decidiu ser uma atleta profissional?
PA -
Na verdade aconteceu naturalmente. A partir da prática da natação fui tendo um desempenho de destaque e a cada resultado focava no próximo objetivo. Fui crescendo e cada vez mais buscava alcançar e vencer meus objetivos. Assim fui até os Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.

PIT - Nos anos 90 você parou de nadar. Como foi deixar a natação?
PA -
Muito difícil, aliás, é até hoje. O que eu mais amava fazer era nadar, era onde eu tinha mais sucesso. Mas a vida continua e hoje busco vitórias coletivas, diferente da natação que é esporte individual.

PIT - Das piscinas do Flamengo a Câmara de Vereadores. O que te levou a política?
PA -
Sou uma vereadora temática, trabalho pelo esporte e seu desenvolvimento pleno. Como ex atleta olímpica percebi que não era possível ser omissa com relação à ausência de uma política esportiva para a cidade. Também não era possível cruzar os braços perante a desvalorização do profissional de educação física e sua difícil realidade de trabalho nas escolas públicas. Minha candidatura surgiu a partir da necessidade do esporte carioca ter um representante legítimo. Muitos se utilizam do esporte para fazer política, eu me utilizo da política para desenvolver o esporte.

PIT - Qual o projeto de lei que mais se orgulha de ter realizado?
PA -
Apresentei um projeto de lei que dispõe sobre a gestão das Vilas Olímpicas Municipais. O projeto prevê que todas as atividades sejam ministradas por profissionais de Educação Física pertencente ao quadro efetivo do município. A exigência de concurso para os profissionais que atuam nos centros esportivos municipais visa a qualidade da gestão e a continuidade das atividades. O recente relatório do Tribunal de Contas do Município recomendou que o profissional de educação física que atua nas Vilas seja concursado. Também é importante lembrar que com a realização dos Jogos Pan-americanos, o esporte passou a ser mais valorizado. Este é o momento adequado para a implantação de uma política esportiva efetiva no Rio de Janeiro.

PIT - Como você vê o esporte no Brasil e em especial no Rio de Janeiro?
PA -
Desde o meu primeiro mandato pauto minhas ações nas demandas esportivas apresentadas pelo município do Rio de Janeiro, sejam elas do esporte de alto rendimento, do esporte escolar ou do esporte social. Neste sentido, algumas conquistas já prosperaram. Foi o caso da realização dos Jogos Pan-americanos, no Rio. Sem dúvida, o evento colaborou para aprofundar as discussões sobre o tema, dentro da Câmara Municipal. Também não tenho dúvida com relação ao poder que o esporte tem como importante ferramenta de inclusão social e de formação da cidadania. Até bem pouco tempo, o Brasil participava timidamente do complexo de interesses abrangido pelos esportes e os valores envolvidos não eram tão significativos. Mais recentemente, a atividade esportiva entrou numa fase de crescimento. Deixamos de ser meros expectadores e assumimos a posição de vencedores: campeões mundiais e campeões olímpicos em destacados esportes individuais e coletivos. Ainda que desordenadamente, estamos descobrindo e revelando novos talentos todos os dias. A criação do Ministério do Esporte representa o reconhecimento de sua importância e abre novas perspectivas. A Lei de Incentivos Fiscais para o esporte já é uma realidade e os investimentos no setor se intensificaram. Há espaço para crescer.

PIT - Você acredita que o esporte é a solução para muitos problemas sociais?
PA -
Temos que reconhecer que a realidade social do País, e em especial da nossa cidade, é inquietante. Somos reféns de uma sociedade desigual e violenta. O esporte, por suas características especiais, mais do que todos, pode e deve ser usado na cruzada pela inserção social. Ele é universal por envolver todas as classes sociais. Atrai investimentos e é democrático. O esporte não seleciona pela riqueza e sim pela habilidade. Projetos esportivos que vinculam o esporte social ao esporte de rendimento, que agregam valores como disciplina, vitória e derrota, respeito às regras e acima de tudo cidadania, representam uma política esportiva eficiente. Precisamos de uma política esportiva comprometida com a formação de novas gerações de atletas. É preciso coragem e ousadia para investir em longo prazo no esporte de base, na formação de novos praticantes e potenciais atletas. A inclusão esportiva que hoje priorizamos só será eficaz se formos capazes de proporcionar aos nossos talentos a possibilidades de desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade.

PIT - Vereadora, vice de esportes olímpicos do Flamengo e mãe de 4 filhos. Como você consegue conciliar todos os afazeres? Podemos dizer que é fôlego de nadadora?
PA -
Sem dúvida, fôlego de nadadora olímpica! É muito complicado conciliar tudo isso, mas a cada dia passo a acreditar mais que é possível. Conciliar tudo é a primeira condição para que dê certo. Além disso, a minha equipe é como uma família, e se consigo ter sucesso, devo a todas as pessoas que acreditam, assim como eu, na força do trabalho sério.

PIT - A próxima meta é se eleger presidente do Clube de Regatas do Flamengo. Por que esta decisão? Se eleita, qual a sua principal meta no clube?
PA -
Primeiramente porque acredito na força do Flamengo como instituição e também por ser capaz. Hoje estou preparada para contribuir com o crescimento e o desenvolvimento do maior clube do mundo. Considero que atualmente o clube está abaixo da expectativa do sócio e do torcedor. Defendo o caminho da modernidade, aliado a força da tradição. Esse caminho pode fazer do Flamengo uma potência esportiva em todas as modalidades praticadas. Através da história que construí, do trabalho que desenvolvo e do amor e dedicação que tenho ao Flamengo, me considero uma das personalidades do clube (criada e formada na gávea) que pode unir os grupos existentes em prol do avanço.

PIT - Qual o seu maior sonho?
PA -
Meu sonho é poder continuar contribuindo com o desenvolvimento do esporte nacional, com a diminuição das desigualdades e com o meu Flamengo!

PIT - Muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
PA -
Este ano vamos ter eleições municipais. Não vamos ser indiferentes na escolha de nossos representantes. O grande diferencial será a responsabilidade social na hora de escolher um candidato. Busquem conhecer melhor os candidatos, sua história, e escolham aquele que estiver em sintonia com suas convicções. Todos os que são eleitos, o são através do voto, e isso quer dizer que você pode e deve escolher. Portanto procure não errar! Em outubro espero contar com o voto de confiança daqueles que, como eu, acreditam que a transformação social começa dentro de cada um de nós.
Um grande beijo!

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Um comentário:

Anônimo disse...

aí, muito boa a entrevista. parabéns! Alx