No Papo de hoje o jornalista esportivo José Ilan!
PIT- Olá Ilan, bem vindo ao Papo em Comunidade!
JI - Oi, Patrícia! É um prazer pra mim.
PIT - Nos conte um pouco sobre você...
JI - Comecei na Rádio Tupi em 1989, já como repórter esportivo. Depois de quatro anos, fui parar na TV Globo, onde fiquei por dois anos. Passei quatro anos na extinta TV Manchete, onde cobri uma Olimpíada (1996) e uma Copa do Mundo (1998); depois regressei à TV Globo, ainda como repórter. Em 2008 passei a desenvolver conteúdos de vídeo para o site Globoesporte.com, onde também me tornei colunista/blogueiro e fiz a cobertura da Copa da África do Sul.
PIT- E o seu interesse pelo jornalismo esportivo, quando começou?
JI - Começou ao perceber que meu fascínio desde criança pelas páginas esportivas nos jornais não era por acaso. É uma carreira que tem um lado bastante divertido e por vezes até um certo glamour, mas que na verdade envolve uma cota enorme de sacrifício; quase sem direito a feriados e fins de semana.
PIT - Há dois anos você deixou as reportagens televisivas para começar a desenvolver conteúdo de vídeo para o globoesporte.com. Como foi este processo de migração?
JI - Tem sido interessante e um desafio novo, já que tenho liberdade para criar e até objetivo de inventar novos formatos. A internet já é uma realidade, uma febre mundial, mas ainda está engatinhando perto do que está por vir.
PIT - Como foi participar da cobertura da Copa do Mundo? O que você achou desta Copa e o que você destacaria de marcante?
JI - A Copa de 2010 foi uma grande Copa do Mundo; a África do Sul deu exemplo de um país que supera limitações com organização e vontade dos seus cidadãos. Apesar de alguns poucos problemas na infra-estrutura e sistema de transportes, os estádios eram quase todos espetaculares, além do povo receptivo e alegre.
PIT - Qual sua expectativa para a Copa de 2014? Você acha que o Brasil pode ser hexa?
JI - O Brasil está atrasado, e sinceramente me preocupa. Acho os projetos dos estádios fracos, bem abaixo do que vi em outras Copas, inclusive na África. Sem falar nos problemas que conhecemos de segurança, hotelaria e ruas/estradas. O que há de bom é a população receptiva e a paixão do brasileiro pelo futebol. Tomara que tudo dê certo.
PIT - Em seu vídeoblog, iLan House, você faz entrevistas, comenta os principais lances de jogos de futebol e até faz críticas severas como no episódio do Neymar com o Atlético-GO. Você se sente à vontade para criticar ou acha essa a parte mais difícil da sua profissão?
JI - Me sinto à vontade. Acho que é um pouco espinhoso às vezes dar opiniões duras sobre temas polêmicos, mas faz parte do ofício do profissional independente. Às vezes sou muito criticado por isso, levo muita paulada de quem discorda, mas a maioria esmagadora gosta do estilo. O importante é ser honesto nas opiniões e não fazer média.
PIT - Você quase escreveu um livro sobre a trajetória do Fluminense entre a Copa do Brasil de 2007 e a Libertadores de 2008. É verdade que a obra foi arquivada devido à derrota do Tricolor para a LDU no Maracanã?
JI - Na verdade, o Fluminense venceu no Maracanã (3 x 1), mas ficou sem o título porque perdeu na disputa de pênaltis. Aí realmente arquivei a ideia. Tinha escrito só as primeiras páginas, na viagem ao Equador, para o primeiro jogo da decisão. Desisti porque achei que não faria sentido escrever uma odisséia sobre um vice-campeonato. Infelizmente, na cultura do torcedor, o segundo lugar é o primeiro dos últimos.
PIT - O que você gostaria de fazer, algum projeto que possa nos adiantar?
JI - No momento tenho pensado em incrementar o Blog um pouco mais, fazer mais entrevistas criativas com figuras do esporte e fora dele. E tenho alguns projetos ainda em desenvolvimento para a TV a cabo. Mas por enquanto, guardo eles pra mim...!
PIT - Ilan, muito obrigada pela sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
JI - Eu é que agradeço o espaço; precisando estamos sempre por aqui, numa iLan House perto de você!