segunda-feira, 25 de abril de 2011

Shalom,

Um fato histórico que jamais devemos esquecer. Principalmente os jovens.
Com vocês A Marcha da Vida – O FILME - por Tubaldini Jr.

PIT - Olá Tuba, bem vindo ao Papo em Comunidade!
TJR- Oi, é um prazer!

PIT - Como começou o seu interesse pelo cinema?
TJR - Era um sonho muito antigo, que só virou realidade depois de me formar em direito e começar a trabalhar. Isto foi há 10 anos. Percebi que é fundamental amar o que se faz, neste caso eu só tinha uma saída: pedir demissão do escritório e abrir a produtora.

PIT - Você é o produtor do documentário “Marcha para a Vida”, da diretora americana Jéssica Sanders - que em breve chega às telonas. O que os expectadores podem esperar deste documentário?
TJR - É um filme documentário muito emocionante, que tem uma narrativa muito bem concatenada, levando os jovens a de fato “viver” a viagem aos campos, mantendo viva a memória do Holocausto.

PIT - E como foi produzir “Marcha para a Vida” ?
TJR - Foi uma tarefa árdua, quer seja por filmar em cinco países diferentes (Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Polônia e Israel), quer seja por juntar uma equipe internacional capaz de realizar um filme que se comunicasse com os jovens nos mais diferentes cantos do mundo.

PIT - As filmagens aconteceram em Los Angeles, Berlim e no Brasil - mais exatamente em São Paulo. Como foi filmar parte do filme em “casa”?
TJR - Filmar em casa é sempre especial. Por ser nossa casa, o caminho para se encontrar as “histórias” é um pouco mais fácil.

PIT - Qual é a principal proposta do documentário?
TJR - A principal proposta do documentário tem dois desdobramentos: manter a memória do Holocausto e sensibilizar os jovens de todas as partes do mundo quanto à importância de manter esta chama viva.

PIT - Quais as dificuldades para produzir um filme?
TJR - As dificuldades são de muitas ordens. A diferença está em saber se as pessoas envolvidas amam o que estão fazendo. Se há vontade e determinação de realizar, os obstáculos vão sendo ultrapassados um a um.

PIT - Durante o seu trabalho, o que tira você do sério?
TJR - Falta de compromisso.

PIT - Quando “Marcha para a Vida” deve chegar aos cinemas?
TJR - O filme chega aos cinemas no dia 29 de abril.

PIT - Tuba, muito obrigado por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
TJR - Obrigado a você pela atenção e oportunidade. Espero que o documentário possa chegar a muitas pessoas e que inspire nelas o respeito pela história e a busca por um mundo melhor.

Assista aqui o trailer de Marcha da Vida





terça-feira, 12 de abril de 2011




Shalom!
Que tal juntar judaísmo com humor?
Paulinho Rosenbaum é com você!



PIT - Olá Paulinho, bem vindo ao Papo em Comunidade!
PR - Muito obrigado pelo convite Patrícia e parabéns pela bonita iniciativa.

PIT - Para começar quem é Paulinho Rosenbaum?
PR - Um amante da cultura brasileira, do humor clean, de Israel e das coisas judaicas.

PIT - O que é tropicasher?
PR - Tropicasher é Torá com Sabor Tropical, um judaísmo com jeitinho e humor bem brasileiros, sem perder a tradição e a seriedade de propósito. Nossos veículos são a música, brasileira em especial, a parashá da semana e contos com sabor tropical e agora os videoclips.


PIT - Como surgiu a ideia do Tropicasher?
PR - Quando eu traduzia o Shabat Shalom Fax do Aish Hatorah em Toronto, recebia muitas reações negativas, xingamentos e pedidos para não enviar mais aquelas mensagens, parar com essa lavagem cerebral, coisas do estilo. Fiquei um pouco chateado, pois como sociólogo formado em Haifa, oficial docente das forças armadas de Israel e judeu observante, mas liberal, achei que poderia servir algo melhor ao leitor pouco acostumado ao pensamento analítico judaico, em especial com questões relativas à nossa fé, i.e. Torá. Liguei de Toronto a um importante rabino em Israel e ele me aconselhou a fazer algo com a minha formação cultural como judeu brasileiro. Nasceu o Tropicasher.

PIT - Qual o objetivo do Tropicasher?
PR - Primeiramente informar o máximo possível acerca das tradições e fontes judaicas, de todos os tipos, épocas e tendências. Além disso, divertir, relaxar, desmistificar preconceitos relativos à nossa fé, fazer amigos e fomentar laços entre pessoas de diversos modus vivendi.


PIT - O que os judeus brasileiros têm que os outros judeus não têm?
PR - Talvez um pouco mais de ginga, humor, capacidade de gostar do diferente, do inédito, do diferenciado, sem entrar em polêmicas nem conflitos. Foi isso que ao que tudo indica maravilhou o Jô Soares quando fui ao programa dele, a começar pela minha Kipá em forma de bola de futebol e o Funk do Faraó, um curto relato da Hagadá de Pessach sobre a periferia sofrida do Egito Antigo (os judeus).


PIT - Você faz shows. Como são estes shows? São didáticos?
PR - Nossos shows são feitos sob a forma de um vôo musical da Tropicasher Airlines, que leva o "passageiro" confortavelmente sentado em sua poltrona no teatro, a lugares nunca dantes visitados, contando sobre estes lugares com música, ritmo e humor. Os shows são didáticos, a pessoa sai com muita informação relevante do Teatro, conhece aspectos diferentes daquilo que não imaginava poder ser apresentado de forma musical e bem humorada e vai para casa feliz, por haver empregado o tempo numa atividade ao mesmo tempo útil e prazerosa. Nossos shows desfrutam hoje do apoio da Lei Rouanet e temos como principal patrocinador o Banco Daycoval, que apostou no nosso sucesso e viu o Teatro Folha lotar para assistir a estréia. Ainda temos espaço para mais patrocinadores, principalmente aqueles que quiserem levar nosso show para outros Estados e países. Portugal e Israel já estão à espera.


PIT - Existe alguma passagem da Torá que você ache engraçada ou que você a tenha tornado engraçada?
PR- Uma só? Todas as passagens da Torá têm algo engraçado. Por exemplo: na porção BESHALÁCH (Shemót, segundo livro da Torá),após a travessia do Mar Vermelho, Miriam, a irmã de Moisés, sai tocando pandeiro e cantando com todas as mulheres de Israel em agradecimento. Estava criada a Primeira Escola de Simchá de História, com batuque, enredo e tudo o mais. Nota dez em todos os quesitos! O nome Pelé também foi encontrado na Torá e tem a ver com a festa de Chanucá, mas isso já é outro Tropicasher... (veja artigo "A Pele Judaica do Pelé"). Além disso, criamos um "Passaporte de Pêssach" que resume o ideal desta festa de um modo bem moderno e tem feito o maior sucesso!


PIT - O que mais e menos te encanta no judaísmo?
PR - As duas coisas numa só: a extensa diversidade de modos de conduta, interpretações, riqueza de costumes, níveis diferentes de observância, enfoque neste ou naquele assunto, isto é o que celebra o judaísmo como uma cultura completa. Ao mesmo tempo, as briguinhas e picuinhas entre alguns dos nossos segmentos deixam bastante a desejar no quesito harmonia e convivência com o próximo. Tropicasher tenta driblar tudo isso não enfocando um só assunto, nem uma só corrente, nem desprezando os demais. Shalom e Humor.


PIT - Como você explica o judaísmo de forma simples para um não judeu? Tem como?
PR - Meu amigo José Singer que hoje mora em Israel expressou isto da melhor forma na minha opinião: O JUDAÍSMO É UMA CIVILIZAÇÃO ORIENTADA PELA TORÁ. O resto é comentário e fotos. No site http://www.tropicasher.com.br/ temos os dois, Baruch Hashem!

PIT - Qual o seu maior desejo?
PR - Ver o Tropicasher chegar a cada vez mais pessoas, judeus ou não e formar laços onde antes só havia embaraços.

PIT - Paulinho, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
PR - Obrigado a você Patricia, por tão bem formulada entrevista, ainda bem que não perguntou porque não me casei até hoje nem pediu doação.
Meu recado é o seguinte: "Se o sucesso não bate à sua porta, crie você a porta" (na verdade quem falou isso foi o humorista judeu americano Milton Berle e tomei essa máxima como meu modo operandus). Outro recado que acho importante é algo que aprendi durante todos estes anos, nos quatro países em que vivi (Israel, Brasil, USA e Canadá), após conhecer gente tão diversificada quanto possível: O fato do outro pensar e agir diferente de você não faz dele o seu inimigo. Ah sim, antes que eu esqueça: Os CDs Tropicasher, assim com o Sidur Falado e o Livro de Auto-ajudaica PÉROLAS DE YEHOSHIAHU, estão à venda na Livraria Sêfer, Livraria Cultura e Beit Hassofer. Aceitamos encomendas pelo atacado (mais de dez unidades) pelo e-mail pr@tropicasher.com.br
Tropicasher é coisa séria mesmo fazendo brincadeira.
É bom ter você como amigo/a!
http://www.tropicasher.com.br/




Assista aqui uma parte da entrevisa do Paulinho no Jô e o Funk do Faraó!
CHAG SAMEACH











terça-feira, 29 de março de 2011





Shalom!
Que tal uma viagem ao passado, com nostalgia, emoção e suspense?
Ronaldo Wrobel mostre-nos o caminho!




PIT - Olá Ronaldo bem vindo ao Papo em Comunidade!
RW- Obrigado, Patrícia. É uma alegria estar aqui.

PIT - Quando você se tornou um escritor?
RW - Meu primeiro romance, Propósitos do Acaso, foi lançado quando eu tinha 30 anos. Já na infância eu adorava as redações escolares, mas nunca pensei em ser escritor profissional. Passei toda a adolescência fazendo anotações e ensaios críticos sobre vários temas. Aos 25 comecei a escrever um conto que foi crescendo, crescendo até virar romance. Levei um susto ao ver que o meu destino estava na literatura.


PIT - Como é o seu processo de criação?
RW - No caso de Traduzindo Hannah, a história me veio num único lampejo. Era uma versão primitiva, logicamente, que foi sendo retrabalhada durante a escrita. Passei 5 anos dedicado ao romance. O tempo da criação não é o tempo cronológico. Basta dizer que levei três meses buscando uma solução aparentemente simples. Como resultado, aquilo que seria um capítulo enorme foi condensado em dois parágrafos. Aprendi que é preciso muito tempo e paciência para escrever pouco e poupar o leitor de esforços desnecessários.


PIT - Como surgiu a ideia do seu recente livro Traduzindo Hannah?
RW - Ouvi muitos relatos de idosos que viveram a Era Vargas e conheceram a lendária Praça Onze. Criei a história a partir de entrevistas com parentes e amigos. Frequentei clubes, asilos, bibliotecas, museus. Ouvi histórias fantásticas e que ainda vão render novos trabalhos. Tudo está bem anotado.

PIT - A história é baseada em fatos reais?
RW- A trama central é fictícia, embora o romance envolva dados históricos. Traduzindo Hannah é uma mentira feita de muitas verdades.


PIT - Você fez muitas pesquisas para este livro?
RW- Pesquisei exaustivamente o período Vargas. Entrevistas, livros, trabalhos acadêmicos e jornais me ajudaram a recriar o Rio de Janeiro dos anos 1930. É engraçado ler as notícias daquela época. Um atropelamento saía assim: a infausta senhora foi colhida por um tresloucado veículo no limiar de suas sessenta primaveras. Vi anúncios para a venda de terrenos nos “arenosos subúrbios de Ipanema e Leblon”. Traduzindo Hannah é uma viagem àqueles tempos.


PIT - Traduzindo Hannah tem um ritmo envolvente. Você já pensou na possibilidade da história virar filme?
RW - Com certeza. Sempre gostei de cinema e a história tem ritmo cinematográfico. Os leitores sempre dizem que Traduzindo Hannah daria um ótimo filme. Acho que é questão de tempo ver a história nas telas. Ou nos palcos.


PIT- Se você encontrasse Hannah e Max o que diria para eles?
RW - Diria que foram queridos companheiros. Não é fácil perdê-los para o leitor, mas faz parte do processo criativo.


PIT - Você já tem em mente um próximo livro?
RW- Sim. Estou pesquisando um determinado período histórico para começar os trabalhos. Mais uma vez pretendo lidar com judaísmo, tendo uma mulher como personagem principal.


PIT - Ronaldo, obrigada por sua entrevista e deixa aqui o seu recado!
RW- Traduzindo Hannah não é só uma história envolvente, mas uma sincera homenagem à geração de imigrantes que tornou o Brasil mais brasileiro. É uma alegria ser descendente de pessoas tão especiais. Convido a todos para a palestra que darei no Centro Cultural Midrash, na quarta-feira, 06 de abril às 20 horas. Vou falar sobre o processo criativo de Traduzindo Hannah, conversando com o público sobre trechos, frases e parábolas judaicas que aparecem na história. O endereço do Midrash é Rua General Venâncio Flores, 184, Leblon. Telefone: 2239-1800 ou http://www.midrash.org.br/










segunda-feira, 14 de março de 2011

Depois de uma pausa o Papo em Comunidade está de volta! Aproveitem!




Shalom!
Uma reunião de feras da música!
Aumente o som: Com vocês Banda Kadima!






PIT - Olá Banda Kadima, bem vindos ao Papo  em  Comunidade!
BK – Olá Patricia!

PIT - Como surgiu a ideia da Banda?
BK - O sonho das irmãs Ester Nigri (Z’L) e Margarida Gemal (Z’L) era de que fosse dada continuidade ao trabalho deixando por seu irmão, o grande cantor Haim Mizrahi da Banda Ed Bernard que marcou época nas décadas de 70 e 80 com apresentações em todo o Brasil. Quem viveu nesse período certamente se recordará. Daí surgiu a inspiração para a criação da Banda.

PIT - A Banda tem um elenco de feras. Como vocês decidiram se juntar?
BK - Raphael Gemal, “Rafi”, cantor, compositor e violonista, reuniu seus colegas de turma da Faculdade de Música da Uni-Rio, quase todos com Mestrado. Essas feras todas trabalham muito com outros renomados artistas, mas o prazer de estar tocando na Banda Kadima entre amigos que se gostam muito é a razão para esse feliz encontro.

PIT - Mair e Rafi, são primos, por que só agora vocês resolveram unir seus talentos?
BK - Tio David Gemal, pai de Rafi, um sefaradi muito animado e vibrante, um dia falou para Mair e Rafi:
- Por que vocês dois, que são primos, não trabalham juntos? Fica cada um para um lado! Por que não juntam suas habilidades?
Tio David, complementou com seu sotaque característico:  - Kadima! Avante!
Daí surgiu a inspiração para o nome da Banda.

PIT - Então assim que surgiu o nome?
BK – Pois é, como o nome Kadima quer dizer avante, pra frente, é com esse espírito de união e otimismo que queremos levar bom som e diversão à comunidade.

PIT - O repertório se baseia apenas em músicas judaicas ou vocês tocam outros estilos?
BK - A diversidade de estilos que marca a Kadima vem da mistura de talentos da banda. A Banda Kadima toca o melhor das principais vertentes da música judaica: ashkenazi (iídiche / klezmer), chassídica, sefaradi (árabe), e também da música internacional (pop, Beatles, Disco anos 60, 70 e 80, jazz, italiano) e da nossa MPB. Seja em casamentos, bat e bar-mitzvá, aniversários e outros momentos, o que não vai faltar é diversão e boa música.

PIT - Existe uma música que seja a preferida da Banda? Qual aquela que não pode faltar?
BK - As músicas de Yaakov Shwekey não podem faltar no show da Banda Kadima, com seus ritmos contagiantes e belas músicas. Além de “Mashiach”, “Maaminim”, “Eishet Chail”, dentre outras.

PIT - O que vocês definem como um bom show?
BK - Não temos nada contra os DJs, mas o olho no olho e o calor humano de uma Banda tocando ao vivo para a platéia é insubstituível. Isso está faltando no Rio de Janeiro. Nosso slogan é “produzindo alegria” com entretenimento, boa música, misturando talentos, e trazendo um amplo repertório com cantores especializados nos diversos estilos de música.

PIT - Vocês já passaram por alguma situação embaraçosa ou engraçada em algum show que possam nos contar?
BK - Vivenciamos algumas situações engraçadas com o apresentador do nosso último show, o querido amigo, Gilberto Marmorosch, quem além de apresentar o show contou várias piadas com muito humor e descontração, alegrando e entretendo o público.

PIT - Vocês têm algum projeto em vista?
BK - Agora a Banda está focada em divulgar e fazer festas e eventos para a comunidade judaica. Estamos trabalhando temporariamente com preços promocionais de lançamento para entidades judaicas. Liguem pra gente e agendem a sua festa!


PIT - Kadima, obrigada pela entrevista e deixe aqui o seu recado!
BK - Compareçam ao nosso próximo Show no dia 19 de março às 19hs no CIB (Clube Israelita Brasileiro) na Rua Barata Ribeiro, 489 – Copacabana. Vendas antecipadas! Kadima, Avante!
Para maiores informações sobre a Banda falar com Mair Nigri – 21- 9999-7297 ou pelo mail: mair@bandakadima.com.br

Assista aqui um pouco da Banda Kadima!





segunda-feira, 6 de dezembro de 2010



Shalom!
Que tal um pouco de esporte?
No Papo de hoje o jornalista esportivo José Ilan!     





PIT- Olá Ilan, bem vindo ao Papo em Comunidade!
JI - Oi, Patrícia! É um prazer pra mim.

PIT - Nos conte um pouco sobre você...
JI - Comecei na Rádio Tupi em 1989, já como repórter esportivo. Depois de quatro anos, fui parar na TV Globo, onde fiquei por dois anos. Passei quatro anos na extinta TV Manchete, onde cobri uma Olimpíada (1996) e uma Copa do Mundo (1998); depois regressei à TV Globo, ainda como repórter. Em 2008 passei a desenvolver conteúdos de vídeo para o site Globoesporte.com, onde também me tornei colunista/blogueiro e fiz a cobertura da Copa da África do Sul.

PIT- E o seu interesse pelo jornalismo esportivo, quando começou?
JI - Começou ao perceber que meu fascínio desde criança pelas páginas esportivas nos jornais não era por acaso. É uma carreira que tem um lado bastante divertido e por vezes até um certo glamour, mas que na verdade envolve uma cota enorme de sacrifício; quase sem direito a feriados e fins de semana.

PIT - Há dois anos você deixou as reportagens televisivas para começar a desenvolver conteúdo de vídeo para o globoesporte.com. Como foi este processo de migração?
JI - Tem sido interessante e um desafio novo, já que tenho liberdade para criar e até objetivo de inventar novos formatos. A internet já é uma realidade, uma febre mundial, mas ainda está engatinhando perto do que está por vir.

PIT - Como foi participar da cobertura da Copa do Mundo? O que você achou desta Copa e o que você destacaria de marcante?
JI - A Copa de 2010 foi uma grande Copa do Mundo; a África do Sul deu exemplo de um país que supera limitações com organização e vontade dos seus cidadãos. Apesar de alguns poucos problemas na infra-estrutura e sistema de transportes, os estádios eram quase todos espetaculares, além do povo receptivo e alegre.

PIT - Qual sua expectativa para a Copa de 2014? Você acha que o Brasil pode ser hexa?
JI - O Brasil está atrasado, e sinceramente me preocupa. Acho os projetos dos estádios fracos, bem abaixo do que vi em outras Copas, inclusive na África. Sem falar nos problemas que conhecemos de segurança, hotelaria e ruas/estradas. O que há de bom é a população receptiva e a paixão do brasileiro pelo futebol. Tomara que tudo dê certo.

PIT - Em seu vídeoblog, iLan House, você faz entrevistas, comenta os principais lances de jogos de futebol e até faz críticas severas como no episódio do Neymar com o Atlético-GO. Você se sente à vontade para criticar ou acha essa a parte mais difícil da sua profissão?
JI - Me sinto à vontade. Acho que é um pouco espinhoso às vezes dar opiniões duras sobre temas polêmicos, mas faz parte do ofício do profissional independente. Às vezes sou muito criticado por isso, levo muita paulada de quem discorda, mas a maioria esmagadora gosta do estilo. O importante é ser honesto nas opiniões e não fazer média.

PIT - Você quase escreveu um livro sobre a trajetória do Fluminense entre a Copa do Brasil de 2007 e a Libertadores de 2008. É verdade que a obra foi arquivada devido à derrota do Tricolor para a LDU no Maracanã?
JI - Na verdade, o Fluminense venceu no Maracanã (3 x 1), mas ficou sem o título porque perdeu na disputa de pênaltis. Aí realmente arquivei a ideia. Tinha escrito só as primeiras páginas, na viagem ao Equador, para o primeiro jogo da decisão. Desisti porque achei que não faria sentido escrever uma odisséia sobre um vice-campeonato. Infelizmente, na cultura do torcedor, o segundo lugar é o primeiro dos últimos.

PIT - O que você gostaria de fazer, algum projeto que possa nos adiantar?
JI - No momento tenho pensado em incrementar o Blog um pouco mais, fazer mais entrevistas criativas com figuras do esporte e fora dele. E tenho alguns projetos ainda em desenvolvimento para a TV a cabo. Mas por enquanto, guardo eles pra mim...!

PIT - Ilan, muito obrigada pela sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
JI - Eu é que agradeço o espaço; precisando estamos sempre por aqui, numa iLan House perto de você!






terça-feira, 9 de novembro de 2010

Shalom!
Um cantor gospel que encontrou sua raiz judaica.
No Papo de hoje, Leonardo Gonçalves e a celebração desta descoberta!

PIT - Olá Leonardo, bem vindo ao Papo em Comunidade!
LG - Muito obrigado pelo convite… é um prazer conversar com você!


PIT - Como começou sua vida musical?
LG - Minha vida musical começou bem cedo… No ano em que eu nasci meu pai (Francisco Gonçalves) era barítono do quarteto Arautos do Rei, que é o grupo musical oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), e minha família por parte de mãe também é uma família de músicos; meu tio (maestro Williams Costa jr.) sempre me ajuda nas produções dos meus trabalhos especialmente na parte de gravação, arregimentação, regência de também arranjos de cordas e orquestra. Minha musicalização se deu na Alemanha, em 1985, no monastério Lüne e aos 7 anos de idade comecei a estudar Viola da Gamba com Rainhardt Tüting em Lüneburg, ainda na Alemanha. Mas foi somente aos 15 anos, já de volta ao Brasil, que considero ter descoberto o que mais me dá prazer musicalmente, que é cantar. E comecei cantando no Coral Jovem do IASP em Hortolândia (onde cursei meu ensino médio) e no grupo Tom de Vida.


PIT - Depois de dois CDs autorais, como foi fazer Avinu Malkenu, um projeto em que você interpreta canções que fazem parte do universo judaico?
LG - Foi e tem sido simplesmente incrível! O universo judaico é muito rico tanto na forma quanto de conteúdo… Não demorei muito para perceber que para eu conseguir fazer algo relevante eu tinha que imergir, mesmo, neste universo. Talvez por isto, também, que demorei tanto para realizar este projeto. Foram 2 anos só pesquisando repertório e mais 6 anos em estúdio gravando, tudo com muita calma, um passo de cada vez… É simplesmente incrível cantar canções tão significativas, tão profundas e que acompanham tantas pessoas em momentos tão solenes há tanto tempo. A maioria das músicas deste cd são litúrgicas e são orações maravilhosas, textos bíblicos… É algo que está completamente fora do nosso cotidiano… É maravilhoso poder cantar coisas que são tão superiores ao "eu" e que falam do "nós", do coletivo, da "nossa" experiência com D-s. Hoje em dia muitas pessoas se perdem em uma experiência religiosa em demasiada pessoal e até egocêntrica… Neste projeto eu tive a oportunidade de me inserir num contexto em que o coletivo de milênios de tradição é a raiz. E só isto está sendo um privilégio e tanto.


PIT - Como foi o processo de composição, gravação e escolha de repertório deste disco, já que ele tem 4 músicas inéditas, como foi compor em Hebraico?
LG - Como eu disse a gente –e quando digo "a gente" quero dizer Edson Nunes jr. (que foi quem produziu este cd comigo) e eu– demorou bastante para escolher o repertório. E algumas músicas entraram depois que a gente já tinha gravado muita coisa deste cd. São 8 músicas tradicionais e 4 inéditas. E a tentativa de colocar músicas inéditas foi uma das maneiras que a gente encontrou de criarmos um diálogo com o judaísmo. Este diálogo, na verdade, é o objetivo de tudo isto. Hoje em dia o que mais se tem são pessoas de diferentes opiniões discursando umas com as outras. Para fazer um discurso você não precisa conhecer com quem você está falando. Basta conhecer sua própria opinião. Pra discursar você não precisa nem escutar o que o outro diz. E infelizmente é o que mais tem acontecido. Nossa tentativa foi primeiro compreender um pouco mais do que é o judaísmo e o significado de cada canção dentro de seu contexto histórico, religioso, litúrgico e espiritual… e é impossível fazer isto sem se apaixonar pela riqueza contida em toda esta tradição! Foi somente a partir disso que a gente escolheu canções cuja relevância a gente de fato tinha condições de compreender e que falavam também da nossa realidade. E na medida em que fomos compreendendo o contexto de certas coisas, nasceu o desejo de contribuir, de fazer canções de alguns textos que são muito importantes para nós. Foi então que surgiram as canções "nachamu, nachamu", "mimmayne hayeshua", "Avinu shebashamayim" e "savlanutam shel hakedoshim".


PIT - Os arranjos do disco são primorosos. Qual foi o critério para a sonoridade das canções?
LG - Olha… Na verdade o que a gente mais queria, dentro ainda deste desejo de dialogar e de contribuir, era criar uma sonoridade em relação a tudo que tínhamos escutado, mas ainda assim diferente, nossa. A gente queria algo solene e sóbrio, mas que, ao mesmo tempo, fosse contemporâneo também; e que ainda tivesse pelo menos uma pitadinha de brasilidade. Uma das coisas fantásticas do judaísmo, conseqüência da Diáspora, é o fato da cultura judaica se "colorir" da cultura local em todos os lugares. E isto vai muito além de você ter judeus ashkenazy, mizrahy ou sefardi! É claro que, apenas para citar um exemplo, a música argentina vai influenciar a música judaica de lá e vice-versa! Na verdade, neste sentido, os Judeus do mundo todo sabem melhor do que qualquer outro povo como travar este diálogo cultural porque o fazem naturalmente com a cultura local de onde moram. Então, na hora de fazer um arranjo e/ou escolher uma instrumentação, passado aquele período intenso de pesquisa pelo que passamos, a gente simplesmente buscou fazer o que, aos nossos ouvidos, soava mais bonito. E o que mais tinha que ver com a letra da música. Simples assim! Beleza e retórica.


PIT - Em que momento você sentiu que deveria fazer este projeto?
LG - O meu amigo Edson Nunes jr. já estava tentando me convencer há algum tempo pra eu aceitar este desafio de gravar um cd em hebraico. Mas particularmente um momento decisivo para mim foi quando levei o meu avô pela primeira vez para a Beth B'nei Tsion, o Templo Judaico-Adventista (que é uma IASD que tem como objetivo incentivar os membros que possuem ascendência judaica a manterem suas raízes judaicas). Durante a liturgia ele foi ficando cada vez mais emocionado e a gente simplesmente não entendia o porquê. Depois ele explicou que o seu avô (meu tataravô) faleceu quando meu avô tinha apenas 8 anos de idade e ele havia quase nenhuma recordação de seu avô. Mas durante a liturgia e ouvindo as canções ele foi lembrando de sua primeira infância e das coisas que seu avô lhe havia ensinado, o que nos levou à conclusão que, obviamente, o seu avô havia sido Judeu. Quando eu descobri esta nossa herança judaica eu não resisti mais. Este cd representa a minha busca pelas minhas raízes judaicas e, sendo o músico que sou, é claro que esta busca tinha de ser musical.


PIT - Existe alguma diferença em cantar e interpretar em Hebraico? Você teve uma preparação especial? Teve que aprender a língua ou já sabia?
LG - Infelizmente cresci sem sequer saber que possuía uma ascendência judaica. E é claro que cantar em cada língua é muito diferente. Ainda estou muito longe de ser fluente em hebraico, estou ainda engatinhando, mas tivemos uma preocupação muito grande em tornar a minha interpretação não apenas inteligível (pronúncia), mas verdadeira. Eu gravei praticamente todas as músicas de cor! Esta foi uma das outras razões pelas quais eu demorei tanto para finalizar este projeto. Fui muito ajudado pelo Edson Nunes jr., que está terminando o mestrado dele em estudos judaicos na USP, e o "mentor" dele, o Dr. Reinaldo Siqueira, também deu uma boa supervisionada… O fato de eu já falar outros idiomas também ajudou bastante… Especialmente na pronúncia dos sons guturais meu alemão foi de grande valia.


PIT - Como você descobriu sua descendência judaica? Existe um outro Leonardo Gonçalves depois que descobriu sua descendência judaica? Como é seu contato com o judaísmo?
LG - A mentalidade e a cultura judaica mudaram minha maneira de enxergar o mundo. Pode soar como um exagero, mas melhor do que tentar explicar isto é dar um ou dois exemplos: na nossa cultura ocidental a definição de um "milagre" é a transposição das leis naturais da física. Dentro do judaísmo, milagre maior do que, por exemplo, D-s ter feito o sol parar para que Josué pudesse vencer uma batalha, é o fato dEle fazer o sol nascer a cada manhã. O judaísmo busca ampliar os conceitos. Um exemplo melhor ainda é o primeiro capítulo do livro "O Shabbat" de Abraham Joshua Heschel. D-s não está interessado no que você tem. Ele está preocupado em quem você é. E o que você é, é determinado por aquilo com que você passa o seu tempo. Por isso Ele escolheu não ser adorado num lugar específico, ao qual talvez poucos tenham acesso, mas Ele quis ser adorado no tempo e, por isso, escolheu 1 dia, o sétimo, para o santificar. Em se tratar de D-s, não tem como você pensar "grande demais"… Ampliar a compreensão das coisas é um dos aspectos dos quais eu mais gosto no judaísmo.


PIT - Você esteve em Israel. Como foi estar na Terra Santa e que sentimento despertou em você?
LG - É difícil falar de Israel… Já tive o privilégio de viajar muito e conhecer muitos lugares. Nenhum lugar é como Israel. Muito se fala no Brasil que a palavra "saudade" é uma palavra que só existe em Português… Acho que só entendi o que, de fato, é "saudade" em Israel. E não pense que estou me referindo apenas à saudade que eu tenho de Israel quando estou aqui, no Brasil. É aquela saudade "não-sei-do-quê" que você sente de Israel quando está lá. É muito difícil de descrever e de explicar isso, mas tenho certeza que muitos vão entender exatamente a que estou me referindo. Acho que só entendi o sentimento da canção "Yerushalayim shel zahav" lá… e todos que compreendem esta canção com o coração sabem do que estou falando.


PIT - O que você espera de Avinu Malkeinu?
LG - Primeiramente uma pequena explicação: a gente optou por escrever o "Malkenu" sem o "i" por compreender que a transliteração deveria ser, na medida do possível, baseada mais na escrita do que na pronúncia. É verdade que a maioria das pessoas pronuncia "Malkeino" com "i", mas na escrita desta palavra não há nada que justifique este "i". Por isto optamos por escrever "Avinu Malkenu". Bom, espero coisas pequenas e simples, mas ao mesmo tempo profundas: Que desperte a curiosidade nos cristãos que ouvirem estas canções a buscar conhecer mais a respeito do judaísmo. E que os judeus que escutarem estas canções possam receber de bom grado esta singela homenagem que lhes faço, com este cd.


PIT - Leonardo, obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
LG - Eu não acredito que nossas diferenças devam afastar-nos uns dos outros. Mas eu também não acredito que a gente deva esquecer ou deixar de lado o que nos distingue. Pode soar algo em demasiado utópico e idealista, mas é só através da valorização de nossas diferenças que a gente pode encontrar o caminho para a verdadeira comunicação e diálogo. Você saber quem você é, e saber quem é o outro, e que este outro é diferente de você é algo que a gente precisa aprender a celebrar! E enquanto isto ainda for muito difícil em palavras ou nas ideias, talvez as artes, a música possa ser um veículo para a gente começar a aprender e internalizar este conceito. Há muito mais que nos une do que nos separa. E o que nos separa é tão belo quanto o que nos une.




 
Ouça aqui a canção título "Avinu Malkenu"






quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Shalom!
Apaixonada por cinema, fundadora da Migdal Filmes e produtora do longa “Nosso Lar”. No Papo de hoje, Iafa Britz!

PIT- Olá Iafa, bem vinda ao Papo em Comunidade!
IB - Obrigada!

PIT - Como começou seu interesse pelo mundo do cinema?
IB - Sempre fui cinéfila, mas só descobri que isso era uma profissão quando tinha uns 21 anos e, acidentalmente, entrei num curso de produção na Fundição Progresso. De lá, entendi que não podia fazer outra coisa na vida.

PIT - Atualmente você está na produção de Nosso Lar. Como foi produzir este filme?
IB - Foi talvez o maior desafio da minha vida. Mas foi também talvez a maior satisfação. Poder produzir um filme com muita qualidade, cheio de desafios técnicos, e com uma temática importante como esta, é juntar o maior dos sonhos.

PIT - Qual foi o grande desafio em Nosso Lar?
IB - Tudo foi um grande desafio. Foi a primeira vez que tivemos no cinema nacional um filme tão grande, com cerca de 400 planos com efeitos especiais. Com uma trilha sonora fantástica de Philip Glass, regido pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Desde a administração financeira até o conteúdo do filme, tudo foi um desafio. Como transpor para tela um livro tão incrível, uma história tão bela? Cada detalhe do filme foi muito discutido.

PIT - Você já produziu muitos filmes de sucesso. Qual a maior dificuldade de se produzir cinema no Brasil e o segredo para uma produção bem sucedida?
IB - Continua sendo o financiamento. Temos tudo no Brasil: técnicos, atores fantásticos, diretores talentosos, historias boas de serem contadas. Mas acho que este desafio não se limita ao Brasil. É uma indústria cara, e o mesmo acontece em muitos paises do mundo.
O segredo de uma produção bem sucedida? Não sei! Esta é a ideia, acho. Não saber...o que faz com que você se questione sobre tudo o tempo todo, sobre o filme que você vai fazer, sobre o filme que está desenvolvendo. Encontrar boas historias e desenvolvê-las  até o limite pra ter certeza se esta historia deve ou não virar filme.
Mas definitivamente há algo que o publico quer e sabe distinguir: qualidade.

PIT - Você já passou por alguma situação embaraçosa ou engraçada que possa nos contar?
IB - Muitas. Acho que diariamente!!!!!

PIT - O que tira uma produtora do sério?
IB - Ego. É insuportável lidar com egos alterados (ou inflados). Seja de atores, diretores, e até mesmo o nosso próprio ego surtado......

PIT - Para uma produtora executiva o impossível não existe?
IB - Sim, existe. Trabalhamos com limitações o tempo inteiro. Mas tentamos usar a criatividade para burlar as limitações.

PIT - O que você espera depois de Nosso Lar? Você acha que esta produção será um divisor de águas no cinema nacional?
IB - Espero que o público prestigie um filme importante para o Brasil. Um filme que independe de credo.
Acho que o resultado dirá se o filme foi um divisor de águas ou não. Mas do ponto de vista técnico, no Brasil, acho que sim.

PIT - O que você gostaria ainda de realizar?
IB - Nossa, tantas coisas! Filmes, muitos filmes. Sejam eles de mensagens importantes, sejam boas comédias, contar histórias é muito bom. 
E televisão, quero muito fazer boas séries.

PIT -
Para você, qual a grande mensagem de Nosso Lar?
IB - O Nosso Lar é uma historia universal. Uma história de superação de um homem. Um homem que tem como inimigo o seu próprio ego, sua vaidade, e que tem que se superar e crescer. Um filme sobre amor incondicional e perdão.
Um filme que traz um sentimento de muita esperança. O que talvez explique a catarse que muitos sentem ao assistí-lo. E enfim, um filme sobre vida após a vida. 
Um filme que lava a alma. E alma não tem religião. É de todas as religiões.

PIT - Iafa, muito obrigada por sua entrevista e deixe aqui o seu recado!
IB - Obrigada! Amigos, assistam ao Nosso Lar. É um filme que nos faz pensar na vida, nas escolhas do dia a dia, no amor. É uma experiência imperdível, eu garanto. Confiram mais sobre o filme em http://www.nossolarofilme.com.br/






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